As Paralimpíadas Escolares, maior evento esportivo do mundo para jovens com deficiência em idade escolar e que se encerra nesta sexta-feira, 25, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, é um grande celeiro de novos talentos para o paradesporto.
Prova disso é que a Seleção Brasileira de bocha que vai ao Mundial da modalidade, que começa no próximo dia 5 de dezembro, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com quatro dos 11 atletas convocados que foram revelados na competição organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2009.
O mais experiente é o mineiro Mateus Carvalho, da classe BC3 (para atletas com deficiências severas e que podem usar o instrumento auxiliar calha e ter auxílio de outra pessoa). O atleta de 29 anos praticava natação paralímpica quando participou da sua primeira das três Paralimpíadas Escolares na carreira para conhecer a bocha e migrar de modalidade.
“Para mim, a grande contribuição das Paralimpíadas Escolares foi ter me apresentado a bocha em 2010. Foi nesta competição que conheci, presencialmente, a modalidade que segui minha carreira esportiva. Foi nas Paralimpíadas Escolares que tive o primeiro contato com a bocha e que mudou a minha vida completamente”, recordou Mateus, que tem artrogripose múltipla congênita.
Atualmente, após se desenvolver na nova modalidade, o atleta da classe BC3 já acumula muitas conquistas no alto rendimento. Já conquistou medlaha de ouro nos pares e bronze no individual nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; ouro na Copa América de pares e equipes em 2015 no Canadá; ouro nos pares e prata no individual no BISFed 2018 Open Regional São Paulo, entre outras conquistas.
“Foi uma competição bem diferente do que tudo o que estava acostumado. Tinha muito mais pessoas da minha idade, mais próximas, então, fiz grandes amigos e que converso até os dias atuais”, completou.
Os outros três atletas da Seleção Brasileira de bocha revelados nas Paralimpíadas Escolares estão na faixa etária dos 20 anos. Com participação nos Jogos de Tóquio 2020, a pernambucana Andreza de Oliveira, de 21 anos, será uma das estreantes em Mundiais de bocha.
Atleta da classe BC1 (que podem jogar com as mãos ou com os pés e que contam com a opção de um auxiliar), já conquistou um bronze por equipes na etapa de Póvoa de Varzim (POR) da Copa do Mundo, em 2019, além de um ouro na disputa por times mistos (classes BC1/BC2) na Copa América da modalidade, no ano passado, ao lado de Maciel Santos e Iuri da Silva.
“Foi um grande aprendizado participar das Paralimpíadas Escolares e representa muito pelo o que eu sou hoje”, resumiu Andreza, que tem Síndrome de Leigh (ou Doença de Leigh), uma doença neurodegenerativa hereditária.
Iuri, inclusive, é outro jovem talento fruto das Paralimpíadas Escolares e que estará no Rio de Janeiro para representar o país no Mundial da modalidade. O potiguar de 19 anos atua pela classe BC2 (para atletas que não recebem assistência).
A também pernambucana Letícia Karoline, de 21 anos, é outra novata no Mundial revelada na competição do CPB. Ela jogará no Mundial pela classe BC1.
A principal competição da bocha do ciclo Paris 2024 vai reunir mais de 170 atletas de 41 países em disputas até o dia 13 do mesmo mês. As partidas serão realizadas no mesmo palco onde também foi sede dos Jogos Paralímpicos de 2016. Os jogos de bocha acontecerão nas estruturas das Arena Carioca 1 e a entrada será gratuita ao público.
A competição, organizada e realizada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE), que rege a modalidade no Brasil, terá transmissão ao vivo pelo Youtube da entidade.
Patrocínio
A bocha é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
