O atleta de 15 anos, que tem dismelia (má-formação congênita dos membros superiores e inferiores), fez pela primeira vez o recorde nacional nos 50 m borboleta pela classe S1 (para atletas com as mais severas limitações físico-motoras dentre todas da modalidade). Até então, não havia registros de tempos nesta prova por esta classe em âmbito nacional.
“Estou muito feliz. Vou continuar treinando para melhorar meus tempos e registrar recordes novos”, disse o jovem.
Nas eliminatórias da disputa, ele nadou em 1min49s40, que não foi considerado recorde por ter sido a primeira marca protocolada. Já nas finais, cravou 1min46s94, que acabou sendo o primeiro tempo histórico válido.
“Foi muito emocionante. Ficamos bastante eufóricos. Mas tudo isso é fruto do trabalho da Escolinha [do CPB]. Graças a este projeto, ele vem conseguindo esses ótimos resultados”, afirmou Adaílton Santos, pai de Miguel.
O tempo feito por Miguel foi abaixo da melhor marca do planeta feita na prova. No entanto, de acordo com os critérios do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), como o atleta ainda não participou de nenhuma competição com nadadores estrangeiros e não passou por uma classificação do IPC, o seu tempo não pôde ser reconhecido como recorde mundial.
A melhor marca válida do mundo nos 50 m borboleta pela classe S1 é de 1min58s14, feita pelo sueco David Lega, na Finlândia, em março de 1997. Miguel nem era nascido à época. Já o melhor tempo das Américas, assim como aconteceu no Brasil, ainda não há registro histórico nesta prova por esta classe.
“Conseguimos, nas atividades, melhorar a performance dele. Já nas competições, ele começou a se destacar nos Jogos Escolares e foi chamado para as Paralimpíadas Escolares. Em algumas provas multiclasse, vimos ele chegar primeiro do que atletas de classes mais altas”, recordou Alessandra Almeida, professora de natação da Escolinha do CPB, que acompanhou Miguel durante o projeto.
A Escola Paralímpica de Esportes é um projeto idealizado e realizado pelo CPB e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual, na faixa etária de 10 a 17 anos, em onze modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, tênis de mesa e vôlei sentado.
Os alunos são atendidos dois dias por semana, divididos em turmas às segundas e quartas-feiras e terças e quintas-feiras, em dois horários: das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30.
Ainda há vagas para participar do projeto de iniciação esportiva do CPB, basta preencher a ficha de cadastro.
Para mais informações sobre o projeto, entrar em contato pelo e-mail: escolaparalimpica@cpb.org.br.
Os participantes recebem uniforme e lanche durante o período que estão no CT Paralímpico. Também é disponibilizado transporte em locais estratégicos. Todos os serviços são oferecidos gratuitamente.
Patrocínio
A Escola Paralímpica de Esporte conta com o patrocínio do Grupo Volvo via Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)