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Um ano para Tóquio: expectativa une gerações no sonho paralímpico

Esta segunda, 24, é um dia simbólico para o esporte paralímpico, pois marca exatamente o recorte de um ano até os Jogos de Tóquio, que terão início em 24 de agosto de 2021 após o adiamento por conta da Covid-19. Apesar de carregarem experiências diferentes em Jogos Paralímpicos, duas gerações separadas por quase três décadas acabam se unindo na expectativa pelo maior evento paradesportivo do mundo.

O ala Maicon, da Seleção Brasileira de futebol de 5, curte a ansiedade por sua primeira participação. Aos 20 anos de idade, o atleta do Instituto de Cegos da Bahia (ICB) nasceu em junho de 2000, a poucos meses dos Jogos de Sydney, na Austrália. Naquela época, o judoca Antônio Tenório já se preparava para sua segunda Paralimpíada, na qual defenderia o ouro conquistado em Atlanta 1996. Hoje, com 49 anos, o veterano ainda parece um garoto sonhando com mais uma medalha – a sétima.

"A responsabilidade de 1996 e de 2021 é a mesma. A expectativa de entrar na área de competição e de representar o país, estar no pódio, também", confessa o maior medalhista da história do judô paralímpico brasileiro. Ele ganhou ouro em Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, prata na Rio 2016 e bronze em Londres 2012.

"Sempre que entro numa Paralimpíada, quero trazer um grande resultado para a minha vida e para 220 milhões de brasileiros. Não tenho como ir viajar a uma edição de Jogos sem estar almejando uma medalha paralímpica, quero estar entre os três primeiros colocados", completa o atleta do Cesec-SP.

Por sua vez, Maicon ainda dá os primeiros passos com o time do Brasil, único ganhador de todas as edições de Jogos até hoje – o futebol de 5 integra o programa paralímpico desde Atenas 2004. Formado na Seleção de jovens, ele passou a disputar torneios pela equipe principal no ano passado e, de cara, conquistou a Copa América, disputada em São Paulo, e o Parapan de Lima, no Peru.

"Meu maior sonho é estar na Paralimpíada. Por isso me dedico bastante e me esforço para estar lá, quero vivenciar tudo isso", admite o atleta, que deverá ser um dos mais jovens dentre os representantes da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) no Japão.

Na verdade, a luta pelo penta paralímpico será apenas a cereja do bolo na vida do menino nascido em Maraú, na Bahia, que pensou nunca mais ser possível realizar o desejo de se tornar jogador de futebol quando perdeu totalmente a visão, aos 10 anos de idade, em decorrência de glaucoma congênito. "Em 2013, quando cheguei ao Instituto de Cegos, foi a minha primeira surpresa ao saber que o cego podia jogar futebol. Ali eu senti que poderia realizar meu sonho", conta Maicon, convocado pela primeira vez em 2016.

CBDV em Tóquio
Das modalidades geridas pela Confederação, apenas o judô, responsável por 22 medalhas ao país na história das Paralimpíadas, permanece com vagas em disputa para os Jogos, uma vez que duas etapas qualificatórias precisaram ser adiadas por conta da pandemia. Ao todo, 13 brasileiros tentam carimbar passaporte rumo ao Japão.

Já os esportes coletivos estão todos confirmados na capital japonesa. O futebol de 5, conforme mencionado anteriormente, é o único campeão na história da competição e obteve sua classificação graças ao título da Copa do Mundo da Espanha, em 2018, mesmo ano em que o goalball confirmou suas vagas com as duas Seleções por conta das campanhas no Mundial da Suécia. Os homens foram campeões e as mulheres ficaram com o bronze. A modalidade rendeu até hoje duas medalhas paralímpicas, ambas no masculino: bronze em 2016 e prata em 2012.

Fonte: Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) 

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

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