Para o técnico-chefe da Seleção Brasileira da natação paralímpica, Leonardo Tomasello, as expectativas são boas graças ao trabalho feito desde as categorias de base até os atletas de experiência internacional. “São raros os países que têm a diversificação de classes que o Brasil tem. É difícil ter, e isso faz parte de um trabalho. Isso vai sendo incentivado desde a base e que acaba refletindo na equipe adulta da natação”, analisa.
Para ele, a integração dos jovens nadadores na equipe nacional principal já neste Mundial vai contribuir para o processo de desenvolvimento desses atletas no ciclo dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 e também posteriormente.
“O esporte paralímpico proporciona o surgimento de novos atletas durante um ciclo entre os Jogos. Então, é importante começar um período de competições com esses jovens participando de grandes eventos para, assim, poderem chegar aos Jogos de Paris 2024 com um pouco mais de experiência”, apontou.
Entre os Mundiais de natação paralímpica mais recentes, a melhor participação do Brasil aconteceu na Cidade do México 2017, quando os nadadores brasileiros subiram ao pódio 36 vezes, sendo 18 ouros, nove pratas e nove bronzes.
Naquela ocasião, o país ficou em quarto lugar no quadro geral de medalhas, assim como em Glasgow 2015, quando a Seleção Brasileira voltou para casa com 23 medalhas – 11 de ouro, oito de prata e quatro de bronze.
Confira a entrevista:
Quais as expectativas da participação brasileira no Mundial?
Estamos com boas expectativas. Grande parte do gupo que foi convocado (44%) é medalhista em Jogos Paralímpicos, então, isso dá uma expectativa muito grande. Mas é um campeonato ainda com muitas incertezas, tem a questão da Rússia e da Ucrânia. Os russos não devem ir, a China não costuma participar neste primeiro Mundial. Então, não sabemos ao certo como estarão todos os adversários, não tivemos muitas competições dos Jogos de Tóquio para cá. Mas pelo que nós analisamos, principalmente, nas etapas do World Series, a expectativa é muito boa.
É possível falar em metas de medalhas ou pódios?
Temos que ir por objetivos menores e ir trilhando no decorrer da competição. É a forma como a gente pensa. Tanto em Glasgow 2015 quanto na Cidade do México 2017 foram as melhores colocações no quadro de medalhas. E acredito que, na Ilha da Madeira 2022, vamos chegar bem preparados mais uma vez. Temos um número grande de atletas brasileiros bem colocados no ranking mundial, muitos deles brigando pelas primeiras posições, que é o que vale, a medalha de ouro, para o ranqueamento para o quadro de medalhas. Mas sabemos que temos grandes adversários, como a Grã-Bretanha, a Austrália, os Estados Unidos, a própria Itália. E o Brasil vai estar nesse bolo brigando pelas provas. E temos os outros objetivos também, que não são menores, mas que não definem colocação no quadro de medalhas, como o número de atletas que conquistam medalhas, jovens que estão aprecendo. Então, esses outros indicadores também nós trabalhamos bastante e são importantes, principalmente, quando pensamos em um ciclo todo para Paris 2024.
O Brasil terá 35% dos atletas abaixo dos 23 anos no Mundial em Portugal. Qual a importância dessa renovação?
O esporte paralímpico proporciona o surgimento de novos atletas durante um ciclo entre os Jogos. E, desta vez, com o ciclo menor, de apenas três anos, é importante já começar com esses jovens atletas participando de grandes eventos, para ganhar experiência, para ter uma rodagem maior. Apesar de muitos deles já serem medalhistas em Tóquio 2020, existem outros jovens chegando à Seleção Brasileira e é importante participarem de um Mundial, de ter a pressão, de ter a sensação de nadar uma final, de chegar favorito à prova e ver como eles se comportam dentro da competição. Então, por ser esse ciclo paralímpico curto, ter esses atletas mais próximos da gente [comissão técnica] o quanto antes é melhor, assim, vamos conseguir com que eles cheguem melhor nos Jogos de Paris 2024.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)