Impulsionado por mais um recorde mundial no atletismo – agora com Samuel Conceição, nos 400m da classe T20 (deficiência intelectual), o Brasil estabeleceu uma nova marca nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023: o maior número de medalhas de ouro na mesma edição da competição, superando a antiga marca de 124, obtida em Lima, há quatro anos. Com mais dois dias de disputa pela frente, o Brasil já soma 132 medalhas douradas em Santiago.
Após o fim do sétimo dia de competições valendo medalhas na capital do Chile, a delegação brasileira segue como líder geral, com 287 pódios, sendo 132 de ouro, 75 de prata e 80 de bronze, seguida por Colômbia (142 medalhas e 44 ouros), e EUA (137 medalhas e 44 ouros).
Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.
A medalha que estabeleceu o novo recorde de ouros para a delegação brasileira veio no taekwondo, com Silvana Fernandes, campeã na categoria até 57kg. Na decisão, a atleta paraibana, venceu a mexicana Elsa Koyama por 38 a 1 para ficar com o bicampeonato parapan-americano.
“É uma honra, não só representar o Brasil, mas escrever uma grande história – para o país, para a nossa Seleção de taekwondo e mostrar a nossa força. No último Parapan, foi minha estreia. Eu mudei de esporte: do atletismo para o taekwondo e, em Lima, eu me descobri. A sensação de estar aqui novamente, sendo bicampeã, mostra que estou no caminho certo. Se Deus quiser, a medalha dourada vem [nos Jogos Paralímpicos] em Paris”, comemorou Silvana, medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021.
A modalidade levou o Brasil ao pódio em seis oportunidades nesta sexta-feira, 24. Foram três medalhas de ouro e três de bronze.
Além de Silvana, o paulista Nathan Torquato, na categoria até 63kg, e a mineira Ana Carolina Moura, na categoria até 65kg, também subiram ao lugar mais alto do pódio. Já a mineira Larissa Lopes (até 57kg), a amapaense Leylianne dos Santos (até 65kg), e o paulista Carlos Coelho (até 70kg) conquistaram medalhas de bronze.
Recorde mundial no atletismo
Samuel Conceição, 24, estabeleceu o novo recorde mundial dos 400m da classe T20 (deficiência intelectual). Com o tempo de 46s48, o atleta paulista superou em quase quarenta centésimos a antiga melhor marca (46s86), que pertencia ao também brasileiro Daniel Tavares, que também disputou a prova e terminou em sexto.
“Nunca imaginei que pudesse bater o recorde do Daniel (Tavares). Sempre treino com ele e esse é um sonho que está sendo realizado. É muita felicidade, não consigo nem descrever o que estou sentindo”, destacou Samuel, que é o atual campeão mundial da prova e está disputando seu primeiro Parapan.
Este foi o segundo recorde mundial estabelecido por um atleta brasileiro nesta edição do Parapan. O primeiro foi com Beth Gomes, no lançamento de disco da classe F53. Além do ouro de Samuel, o atletismo fechou o dia com 16 medalhas: cinco de ouro, seis de prata e cinco de bronze
Além do recorde mundial, o Brasil também conseguiu estabelecer duas novas melhores marcas da competição. Nos 400m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), a paraense Fernanda Yara conquistou o ouro e, com 56s89, superou o então melhor tempo da história da competição (57s86); a potiguar Maria Clara Augusto foi prata na mesma prova. Nos 100m da classe T53 (cadeirantes), o paraibano Ariosvaldo Fernandes, o Parré, fez 14s92 para vencer e superar o recorde parapan-americano da prova (15s08), que pertencia a ele mesmo.
A delegação brasileira ainda conquistou mais duas medalhas de ouro: com a amapaense Wanna Brito, no arremesso de peso das classes F32/F33 e F34 (paralisia cerebral) – com direito a dobradinha com a pernambucana Leylane Castro (bronze) –, e com a pernambucana Raíssa Machado, no lançamento de dardo da classe F56 (cadeirantes).
Os outros medalhistas do dia foram: Davi Wilker, prata nos 400m da classe T13 (baixa visão); Ana Cláudia Silva, prata no salto em distância das classes T42/44 e 61-64 (deficiência nos membros inferiores e amputados); Aline Rocha, prata, e Vanessa Cristina, bronze nos 1500m da classe T54 (cadeirantes); Poliana de Sousa, bronze no lançamento de disco da classe F55 (cadeirantes); Sivaldo Santos, bronze nos 1500m da classe T13 (baixa visão); Aser Ramos, prata nos 100m da classe T36 (paralisia cerebral); Cristian Ribera, prata nos 100m da classe T54 (cadeirantes); e Marcelly Pedroso, bronze nos 100m da classe T37 (paralisia cerebral).
A melhor campanha da história da Natação
Depois de conquistar seis medalhas pela manhã, o Brasil subiu ao pódio mais 10 vezes até o fim das provas de natação. Com as 16 medalhas conquistadas no último dia (10 de ouro, cinco de prata e uma de bronze), a delegação brasileira encerrou sua participação na modalidade com 120 pódios (67 ouros, 30 pratas e 23 bronzes) – a melhor campanha da história.
Foram três dobradinhas brasileiras no período da tarde no Centro Aquático do Estádio Nacional de Santiago: o paulista Samuel Oliveira chegou ao seu quinto ouro no Parapan ao vencer os 100m livre da classe S5 (comprometimento físico-motor), e comemorou ao lado do primo, Tiago Oliveira, que ficou com a prata; o goiano Vanilton Nascimento (ouro) e o paulista Andrey Madeira (prata) subiram aos lugares mais altos do pódio nos 50m livre da classe S9 (comprometimento físico-motor); e a fluminense Mariana Gesteira (ouro e recorde parapan-americano) e a potiguar Cecília Araújo (bronze) medalharam nos 100m livre da classe S9 (comprometimento físico-motor).
Além das dobradinhas, o Brasil com o paulista Gabriel Bandeira – que também conseguiu o novo recorde parapan-americano –, nos 100m borboleta da classe S14 (deficiência intelectual), e a mineira Ana Karolina Soares, nos 100m borboleta da classe S14 (deficiência intelectual). Já a fluminense Lídia Vieira conquistou a medalha de prata nos 100m borboleta da classe S5 (comprometimento físico-motor).
Outra medalha dourada para o Brasil revezamento 4x100m livre (34 pontos) – com Mariana Gesteira, Talisson Glock, Cecília Araújo e Phelipe Rodrigues –, e teve um sabor especial para Phelipe Rodrigues. Foi a 50ª medalha em missões internacionais – Jogos Parapan-americanos, Jogos Paralímpicos e Mundiais – do nadador pernambucano de 33 anos.
Mais medalhas no dia
Tênis – Leandro Pena e Ymanitu Silva se enfrentaram nesta sexta-feira, 24, na disputa do bronze na chave simples da categoria quad. Leandro ganhou a partida por 2 sets a 0, com parciais de 6/2 e 7/6, e ficou com a medalha. Os dois voltam à quadra neste sábado, 25, mas dessa vez juntos na final de duplas do Parapan.
Na chave masculina de duplas, Gustavo Silva Carneiro e Daniel Rodrigues enfrentaram os argentinos Ezequiel Casco e Gustavo Fernandez na decisão e foram derrotados por 2 sets a 1, com parciais de 5/7, 6/1 e 10/3. Os brasileiros ficaram com a medalha de prata.
Basquete – A Seleção feminina encarou a Argentina na disputa pelo terceiro lugar. As brasileiras venceram por 56 a 28 e garantiram a medalha de bronze.
Goalball – A Seleção Brasileira masculina conquistou a medalha de ouro após vencer os EUA na final por 12 a 2, coroando uma campanha perfeita, com seis vitórias em seis partidas (63 gols marcados e apenas sete sofridos).
Depois da derrota para o Canadá na semifinal, a Seleção Brasileira feminina entrou em quadra nesta sexta-feira, 24, para a disputa do terceiro lugar, contra a Argentina. Sem dificuldades, as brasileiras venceram por 10 a 0, garantindo a medalha de bronze, a primeira da modalidade em Santiago.
Ciclismo – Lauro Chaman conquistou a medalha de ouro na prova de perseguição – 4000m, das classes C4 e C5 (bicicletas convencionais).
Na prova dos 1000m contrarrelógio da classe B (cegos), Bianca Garcia conquistou a medalha de bronze para o Brasil. Foi a segunda medalha da atleta paulista, que já havia conquistado o bronze na prova de perseguição – 3000m.
Patrocínio
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do basquete em cadeira de rodas, natação e goalball.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Samuel Oliveira, Phelipe Rodrigues, Thalisson Glock, Ana Karolina Soares, Lídia Vieira, Mariana Gesteira, Cecília Araújo, Beth Gomes, Raíssa Machado, Aser Ramos e Lauro Chaman, Silvana Cardoso Fernandes, Leiliane dos Santos e Nathan Torquato são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.
Time São Paulo
Os atletas Aline Rocha, Ana Karolina Soares, Andrey Madeira, Daniel Martins, Lauro Chaman, Nathan Torquarto, Cecília Araújo, Cristian Ribera, Marcelly Pedroso e Phelipe Rodrigues são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)