A 12ª edição do Prêmio Paralímpicos, maior premiação do paradesporto nacional e organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), homenageou atletas de 24 modalidades na noite desta quarta-feira, 13, em cerimônia realizada no Tokio Marine Hall, em São Paulo. A solenidade foi transmitida pelo YouTube do CPB, com a apresentação do jornalista Renato Peters e da jogadora de vôlei sentado Luiza Fiorese. A segunda parte do evento será nesta quinta-feira, 14, com 10 prêmios, e poderá ser acompanhada no SporTV2, às 20h.
A eleição dos vencedores, que se destacaram em competições nacionais e internacionais em 2023, foi feita por uma comissão interna do CPB, a partir de uma lista enviada pelas confederações responsáveis por cada uma das modalidades representadas na premiação. Vale destacar que atletismo, halterofilismo, natação e tiro esportivo são modalidades gerenciadas pelo próprio CPB.
CONHEÇA OS VENCEDORES DO PRÊMIO PARALÍMPICOS 2023 POR MODALIDADE
“É importantíssimo estar aqui no dia de hoje premiando os melhores atletas de 2023, um ano histórico para o esporte paralímpico brasileiro. Voltamos dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago com recorde de medalhas, 343 no total, sendo 156 delas de ouro, um número extremamente alto. Tivemos mais medalhas do que a China no Mundial de atletismo e também bons resultados nos Mundiais de natação, halterofilismo e nas modalidades coletivas. Hoje é o dia de brindar tudo isso que os atletas fizeram em 2023 e já deixar o gostinho do que pode vir em 2024 nos próximos Jogos Paralímpicos”, disse Yohansson Nascimento, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), além de ex-atleta, com conquistas importantes como o ouro nos 200m nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012.
Os vencedores foram: Jerusa Geber (atletismo), Rogério Oliveira (badminton), Paola Klokler (basquete em cadeira de rodas), Mateus Rodrigues Carvalho (bocha), Fernando Rufino (canoagem), Bianca Canovas (ciclismo), Jovane Guissone (esgrima em cadeira de rodas), Aline Rocha (esportes de inverno), Ricardo Steinmetz Alves (futebol de cegos), Jefferson Luiz da Silva (futebol PC), Josemarcio da Silva (goalball), Mariana D’Andrea (halterofilismo), Sérgio Froes Oliva (hipismo), Wilians Araújo (judô), Carol Santiago (natação), Diana Barcelos (remo), Gabriel Feitosa (rúgbi em cadeira de rodas), Silvana Fernandes (taekwondo), Bruna Alexandre (tênis de mesa), Daniel Rodrigues (tênis em cadeira de rodas), Jane Karla (tiro com arco), Alexandre Galgani (tiro esportivo), Jéssica Ferreira (triatlo) e Janaína Petit (vôlei sentado).
A acreana Jerusa Geber foi a vencedora do prêmio na modalidade atletismo e comemorou seu desempenho em 2023, após a frustração de não ter obtido o ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, quando foi desclassificada na prova dos 100m da classe T11 (deficiência visual) por problemas na corda que a unia ao guia. “Este ano foi muito abençoado. Eu fiquei muito feliz com os resultados e em momento nenhum fiquei lembrando do episódio de Tóquio. Aquilo já passou. Temos de superar o que passou de ruim e tentar fazer o melhor que podemos fazer hoje. Estou agora treinando muito para conseguir correr na casa dos 11s70 no ano que vem e voltar com o ouro dos Jogos Paralímpicos de Paris. Eu não vivo sem o atletismo. Para mim é tudo, vida, saúde, superação”, afirmou a velocista que, em 2023, conquistou o recorde Mundial em 2023 com o tempo de 11s83, além de ter obtido ouro nos 100m e nos 200m no Mundial de Paris, em junho, e nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, em novembro.
“Estou muito feliz de verdade. Foi um ano de Mundial com meu programa mais difícil na vida e resultado muito bom, isso me orgulhou muito. Agora, ganhar esse prêmio só reforça a importância disso e me enche de felicidade. Quando cheguei na natação, tinha muita coisa a ser trabalhada. Ainda tenho, mas isso vai diminuindo com o tempo e deixa mais difícil continuar abaixando os tempos. A Seleção está cheia de atletas que também mereciam este troféu. Mas fico feliz de ser premiada. Mostra que, mesmo depois de ter acumulado experiência, ainda consigo chegar lá e ter a melhor performance da vida”, completou a pernambucana Carol Santiago, 38, que, em 2023, conquistou oito medalhas no Mundial de Manchester, na Inglaterra, e cinco ouros nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile.
Outro premiado da noite, o esgrimista gaúcho Jovane Guissone chegou a 12 troféus do Prêmio Paralímpicos, todos como o melhor atleta de sua modalidade. Desta forma, ele ultrapassou o ex-nadador Daniel Dias e se tornou o maior vencedor da premiação. Além disso, Jovane também se mantém como o único esgrimista atleta a conquistar o prêmio em sua modalidade desde 2011, ano de estreia do evento.
“Estou muito feliz. Ser um atleta e conquistar o prêmio de melhor do ano é o máximo. A cada ano aprendo mais e nossa modalidade cresce também. Vou continuar me dedicando muito para no ano que vem, que tem Jogos Paralímpicos de Paris, buscar mais uma vez essa premiação. O ano até poderia ser um pouco melhor, mas pude aplicar tudo o que treinei. O nível do alto rendimento na esgrima está muito elevado. Ano que vem será a disputa mais equilibrada de todas nos Jogos”, disse Jovane, que chegou também ao seu décimo quinto título no Campeonato Brasileiro consecutivo em 2023.
A premiação continuará nesta quinta-feira, 14. A segunda parte do evento será exibida no SporTV2, ao vivo, a partir das 20h. Na ocasião, mais 10 troféus serão entregues no Tokio Marine Hall. Os vencedores que serão anunciados no segundo dia do Prêmio Paralímpicos pertencem às categorias: Aldo Miccolis, Personalidade Paralímpica, Prêmio Caixa, Memória Paralímpica, Melhor Técnico Individual, Melhor Técnico Coletivo, Atleta Revelação, Melhor Atleta Masculino, Melhor Atleta Feminino e Atleta da Galera. Apenas essa última categoria será definida por votação popular, aberta até a noite desta quinta-feira neste link e que terá o vencedor anunciado durante a transmissão.
Nesta edição, os concorrentes do “Atleta da Galera” são Alessandro Silva (atletismo), Brenda Freitas (judô), Mariana D’ Andrea (halterofilismo), Ricardo Mendonça (atletismo) e Samuel Oliveira (natação). Esses cinco atletas foram indicados após uma votação feita entre os colaboradores do CPB, o Conselho de Atletas do Comitê, jornalistas e patrocinadores.
Conheça mais sobre os vencedores por modalidade do Prêmio Paralímpicos 2023:
ATLETISMO – JERUSA GEBER
@jerusaatletismo
Nascimento: 26/04/1982, Rio Branco (AC)
Classe: T11
História: Jerusa nasceu totalmente cega. Ao longo da vida, fez algumas cirurgias que possibilitaram que ela enxergasse um pouco, mas aos 18 anos voltou a perder totalmente a visão. Conheceu o esporte paralímpico aos 19 anos a convite de um amigo também deficiente visual. Em 2019, Jerusa se tornou a primeira atleta cega a correr os 100m abaixo dos 12s.
Principais conquistas: Ouro nos 100m e 200m no Parapan de Santiago 2023; ouro nos 100m e 200m no Mundial Paris 2023.
“Este ano foi muito abençoado. Eu fiquei muito feliz com os resultados. E, em momento nenhum, fiquei lembrando do episódio de Tóquio [quando foi desclassificada por problema com a corda que a unia ao guia]. Aquilo já passou. Temos de superar o que passou de ruim e tentar fazer o melhor que podemos fazer hoje. Estou agora treinando muito para conseguir correr na casa dos 11s70 no ano que vem e voltar com o ouro dos Jogos Paralímpicos de Paris. Eu não vivo sem o atletismo. Para mim é tudo, vida, saúde, superação”,
BADMINTON – ROGÉRIO XAVIER DE OLIVEIRA
@rogerio_jr_oliveira
Nascimento: 04/12/2000, Presidente Prudente (SP)
Classe: SL4
História: Rogério sofreu um acidente em uma escola, aos oito anos, quando caiu de um muro e fraturou o fêmur direito, o que causou um encurtamento de 8cm no membro. Conheceu o esporte em uma palestra na escola, em 2013. Sua primeira convocação para a Seleção foi em 2016.
Principais conquistas: Ouro no individual e nas duplas no Parapan de Santiago 2023.
“Muito feliz pelo ano de 2023. Este prêmio só condiz com os grandes resultados e superação da temporada. É um momento de muita alegria e motivação para continuar ainda mais forte para os próximos desafios. O Prêmio Paralímpicos me motiva ainda mais para buscar uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. E agradeço a cada um que fez parte do meu processo durante todos os anos.”
BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS – PAOLA KLOKLER
@paolaklokler14
Nascimento: 26/01/1991, São Paulo (SP)
Classe: 3.5
História: Paula nasceu com má-formação congênita da perna esquerda. Conheceu o basquete em cadeira de rodas aos 12 anos de idade.
Principais conquistas: Vice-campeã brasileira e bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago em 2023.
“Este prêmio sem dúvida nenhuma é a realização de um grande sonho. Mostra que venho em uma crescente dentro do basquete, em meus treinamentos, meu trabalho. Comecei no esporte muito cedo e sempre sonhei com esse momento, em como seria. Só estou triste por não estar presencialmente para receber o troféu, mas estou feliz pelo motivo que me impediu de estar no Brasil. Fui contratada por uma equipe italiana e estou jogando o campeonato nacional. Eu vim de um ano de 2022 em que eu não sabia se iria continuar jogando basquete. Receber este prêmio hoje mostra que tomei a decisão certa de permanecer e que cresci muito desde lá.”
BOCHA – MATEUS CARVALHO
@mateus.bc3
Nascimento: 24/12/1992, Uberlândia (MG)
Classe: BC3
História: Mateus tem artrogripose múltipla congênita e em 2006 conheceu a natação.Em 2010, foi apresentado a bocha. Migrou definitivamente para a modalidade em 2012.
Principais conquistas: Ouro no individual e bronze nos pares BC3 no Parapan de Santiago 2023.
“Este ano foi bem diferente. Nós nos preparamos muito para o Parapan, que era o grande objetivo de 2023. Tivemos três competições internacionais antes, com resultados muito bons. Eu não vejo diferença no modo como entro para disputar etapas de Copa do Mundo, Mundiais ou Parapans. Cada competição tem um peso para o ranking diferente, mas temos que entrar preparados em todas. Muitas vezes em uma competição continental, por exemplo, o nível surpreende. Em teoria, você fala, conheço esse atleta, espera um determinado nível e, na hora, o desafio é outro.”
CANOAGEM – FERNANDO RUFINO
@rufinopeao
Nascimento: 22/05/1985, Itaquiraí (MS)
Classe: KL2
História: Fernando sempre teve o sonho de conquistar o mundo montado em cima de um touro. No entanto, após ser atropelado por um ônibus e perder parcialmente o movimento das pernas, o sul-matogrossense começou na canoagem.
Principais conquistas: Ouro na prova VL2 200m no Mundial de Duisburg 2023.
“É uma alegria muito grande conquistar este prêmio novamente. Neste ano, fui bicampeão mundial de canoagem. Estou me preparando para a minha terceira edição de Jogos Paralímpicos. Só tenho a agradecer ao Comitê Paralímpico Brasileiro, às Loterias Caixa e à Confederação Brasileira de Canoagem. Também sou muito grato aos meus treinadores Thiago Pupo e Luiz Gustavo, que me ajudam a ser um atleta melhor a cada dia.”
CICLISMO – BIANCA CANOVAS GARCIA
@biancagarciatleta
Nascimento: 12/07/1996, Rio Claro (SP)
Classe: B2
História: Bianca nasceu com retinose pigmentar. A baixa visão foi descoberta pelos pais quando tinha apenas dois meses de vida. Começou a praticar atletismo e migrou para o ciclismo a convite de uma equipe de sua cidade.
Principais conquistas: Ouro nas provas de resistência e contrarrelógio B de estrada e bronze nas provas de contrarrelógio e perseguição B de pista nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; ouro nas provas de resistência e contrarrelógio B no Campeonato Brasileiro.
“Para mim foi uma gratidão imensa. Fiquei muito contente com as medalhas que consegui neste ano com o pouco tempo que tenho no ciclismo. É muito gratificante.”
ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS – JOVANE GUISSONE
@jovaneguissone
Nascimento: 11/03/1983, em Barros Cassal (RS)
Categoria: B
História: Jovane teve uma lesão na medula aos 22 anos causada por disparo de arma de fogo durante um assalto. Três anos depois do ocorrido, passou a treinar a esgrima e se identificou com a modalidade.
Principais conquistas: Bronze da espada B na etapa da Coreia do Sul da Copa do Mundo 2023; bronze no florete e na espada na Copa do Mundo de Washington 2023; ouro na espada B e no florete B no Brasileiro 2023.
“Estou muito feliz. Ser um atleta e conquistar o prêmio de melhor do ano é o máximo. A cada ano aprendo mais e nossa modalidade cresce também. Vou continuar me dedicando muito para no ano que vem, que tem Jogos Paralímpicos de Paris, buscar mais uma vez essa premiação. O ano até poderia ser um pouco melhor, mas pude aplicar tudo o que treinei. O nível do alto rendimento na esgrima está muito elevado. Ano que vem será a disputa mais equilibrada de todas.”
ESPORTES DE INVERNO – ALINE DOS SANTOS ROCHA
@alinerocha.oficial
Nascimento: 20/02/1991, Pinhão (PR)
Classe: Esqui cross-country
História: Aline ficou paraplégica após sofrer um acidente automobilístico aos 15 anos. Iniciou no atletismo. Mas em 2017, migrou para o esqui cross-country. Em 2018, tornou-se a primeira brasileira a competir em uma edição dos Jogos de Inverno.
Principais conquistas: Ouro na prova sprint e bronze na disputa de 10km e 18km no Mundial na Suécia 2023; ouro nos 800m e prata nos 400m classes T53/T54 no Parapan de Santiago 2023.
“Este ano foi muito especial, um dos melhores da minha carreira. Não é fácil conciliar duas modalidades. Foi um grande desafio, com provas de verão e inverno nas mesmas datas. Receber essa premiação me deixa muito feliz e me dá ainda mais motivação para continuar. Agradeço à CBDN e ao CPB pelo apoio. Sou grata, principalmente, ao meu treinador Fernando Orso, pois esse troféu é dele também.”
FUTEBOL DE CEGOS – RICARDO ALVES
@ricardinho_fut5
Nascimento: 15/12/1988, Osório (RS)
Classe: B1
História: Um descolamento de retina aos seis anos comprometeu a visão de Ricardinho. Aos 10, o gaúcho começou a jogar futebol de cegos. Já foi eleito o melhor jogador do mundo três vezes: em 2006, 2014 e 2018.
Principais conquistas: Ouro no Parapan de Santiago 2023.
“Eu estou muito feliz por ter conquistado este prêmio, especialmente depois de um período bem complicado no qual fiquei seis meses sem jogar por conta de uma séria lesão. Retornei e fiz um bom Parapan, acho que foi a competição que me colocou nesta condição de vencer este prêmio individual. Fiz alguns gols importantes, isto acaba contando. Mas como sempre gosto de frisar, apesar de ser tratada como individual, esta conquista é de toda uma equipe. Ninguém ganha nada sozinho.”
FUTEBOL PC – JEFFERSON LUIZ DA SILVA
@bjvluiz
Nascimento: 15/07/1976, São Vicente (SP)
Classe: FT2
História: Era atleta do futebol convencional. Durante comemoração de um título em 2009, caiu de um trio elétrico e bateu a cabeça, ficando com sequelas da lesão. Conheceu o futebol PC (Paralisados Cerebrais) em 2021, por meio da equipe Cairá, do Mato Grosso.
Principais conquistas: Ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
“Para mim esse prêmio significa muito. São vários sentimentos. Houve a tristeza pelo acidente. Mas hoje é um dia de glória. Consegui reconstruir através do Futebol PC tudo o que deixei para trás. Estou muito feliz por essa premiação. Só eu sei o que passei, o que eu fiz, o que eu lutei para esse dia aqui chegar.”
GOALBALL – JOSEMARCIO DA SILVA SOUSA (PARAZINHO)
@josemarciosousa11
Nascimento: 08/09/1995, Santa Maria do Pará (PA)
Classe: B3
História: Josemarcio, conhecido também como “Parazinho”, nasceu com distrofia no nervo ótico. O atleta conheceu o goalball por meio do irmão, também jogador, e a treinadora o convidou a experimentar o esporte, se tornando sua paixão. Foi convocado pela primeira vez para a Seleção em 2013.
Principais conquistas: Ouro no Parapan de Santiago 2023; campeão brasileiro 2023.
“Queria dedicar esse título a toda a Seleção. O segredo do nosso sucesso é o trabalho que fazemos arduamente para que possamos colher esses frutos dourados. E o temperinho é a união. Ficar longe da família, doar-se ao máximo todos os dias com colegas que entendem a situação de cada um e se apoiam faz uma diferença muito grande. É o conjunto de atletas, comissão técnica e amigos que permitem manter essa hegemonia. Eu também agradeço ao Sesi-SP, meu clube, que abriu as portas do alto rendimento para mim em 2014. Cheguei aqui com 50 reais no bolso e uma mala cheia de sonhos. Hoje, eu tenho o privilégio de representar um clube tão grande. Graças ao esporte, ao Comitê Paralímpico Brasileiro, à CBDV, ao Sesi-SP, as Loterias Caixa, houve toda uma grande transformação na minha vida.”
HALTEROFILISMO – MARIANA D’ANDREA
@maah_dandrea
Nascimento: 12/02/1998, Itu (SP)
Categoria: Até 73kg
História: Mariana tem nanismo. Seu atual técnico, Valdecir Lopes, a viu na rua, em 2015, e a convidou para praticar halterofilismo.
Principais conquistas: Ouro no individual e bronze por equipes no Parapan de Santiago 2023; ouro na categoria até 79kg no Mundial de Dubai 2023.
“Quando algo é maravilhoso, queremos alcançar sempre mais. Troféu neste ano tem um significado muito grande. Fui medalhista de ouro e recordista Mundial e também no Parapan. De onde meu pai estiver [Carmine D’ Andrea morreu em agosto deste ano], sei que ele está muito feliz por eu estar recebendo novamente este prêmio. Ano passado ele estava aqui comigo e tenho forças para seguir por causa dele.”
HIPISMO – SÉRGIO FRÓES RIBEIRO DE OLIVA
@cavaleirosergiooliva
Nascimento: 17/08/1982, Brasília (DF)
Classe: III
História: Sérgio teve paralisia cerebral por falta de oxigenação na incubadora. Em 1989, começou no hipismo como forma de terapia. Aos 13 anos, perdeu os movimentos do braço direito em um acidente. Voltou a praticar hipismo em 2002, em provas de salto e de adestramento.
Principais conquistas: Ouro no Concurso de Paradressage Internacional (CPEDI 3) 2023.
“Queria agradecer à Confederação Brasileira de Hipismo e ao Comitê Paralímpico Brasileiro, além de todas as pessoas envolvidas nas conquistas deste ano. Vou continuar trabalhando para 2024 ser uma grande temporada.”
JUDÔ – WILIANS SILVA DE ARAÚJO
@wilians.araujojudo
Nascimento: 18/10/1991, Riachão do Poço (PB)
Classe: J1
História: O peso-pesado carioca perdeu a visão aos 10 anos em um acidente com tiro de espingarda e começou a praticar judô em 2009. Ele tentou, mas não se adaptou à natação e ao futebol de cegos, tendo melhor desempenho no tatame
Principais conquistas: Prata no Parapan de Santiago 2023; ouro nos Mundiais da IBSA 2023.
“É muito gratificante receber esse troféu. É resultado de um sucesso de um trabalho com muitas pessoas envolvidas. E, neste ano, minha maior conquista foi ser pai. Meus troféus, todos são para minha filha agora, para que, quando eu parar, ela tenha muito orgulho da carreira que eu construí. E sonho muito com a medalha de ouro em Paris no ano que vem. Vou trabalhar muito com pé no chão. Junto aos meus técnicos, meus patrocinadores, à CBDV e ao CPB. Agradeço a toda a galera que trabalha no Comitê Paralímpico Brasileiro, aos meus patrocinadores, que acreditam no sonho de conquistar o ouro em Paris 2024.”
NATAÇÃO – CAROL SANTIAGO
@mariacarolinasantiago
Nascimento: 02/08/1985, Recife (PE)
Classe: S12
História: Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico.
Principais conquistas: Ouro nos 100m borboleta, 50m livre, 100m livre, e revezamentos 4x100m livre e medley 49 pts no Parapan de Santiago 2023; além de cinco ouros, uma prata e dois bronzes no Mundial de Manchester 2023.
“Estou muito feliz de verdade. Foi um ano de Mundial com meu programa mais difícil na vida e resultado muito bom, isso me orgulhou muito. Agora, ganhar esse prêmio só reforça a importância disso e me enche de felicidade. Quando cheguei à natação, tinha muita coisa a ser trabalhada. Ainda tenho, mas isso vai diminuindo com o tempo e deixa mais difícil continuar abaixando os tempos. A Seleção está cheia de atletas que também mereciam este troféu. Mas fico feliz de ser premiada. Mostra que, mesmo depois de ter acumulado experiência, ainda consigo chegar lá e ter a melhor performance da vida.”
REMO – DIANA BARCELOS
@dianabarcelos88
Nascimento: 17/03/1988, Rio de Janeiro (RJ)
Classe: PR3
História: Diana sofreu um acidente em 2004 e foi submetida à amputação da perna direita, abaixo do joelho. Em 2016, começou no remo paralímpico. Antes havia praticado a vela adaptada. Foi uma das representantes do Brasil na modalidade nos Jogos de Tóquio.
Principais conquistas: Prata na prova dupla mista da Copa do Mundo da Itália 2023; campeã brasileira na prova de dupla mista PR3 2023.
“Quando falo sobre essa premiação fico emotiva. É a materialização de um ano de muita dedicação, muito esforço. Esporte tem resultados às vezes bons, em outras oportunidades, nem tanto. Já tivemos oportunidade de conseguir uma segunda vaga para o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris, por uma posição não conseguimos. Agora vamos ter uma nova chance na Suíça no ano que vem para carimbar o passaporte.”
RÚGBI EM CADEIRA DE RODAS – GABRIEL FEITOSA DE LIMA
@gabrielflima11
Nascimento: 06/12/1999, São Paulo (SP)
Classe: 3.5
História: Gabriel nasceu com má-formação nos quatro membros. Ele era jogador de vôlei sentado e um técnico de rúgbi viu uma reportagem sobre ele e o convidou para conhecer a modalidade, no fim de 2017. O paulista chegou à Seleção em setembro de 2018.
Principais conquistas: Campeão brasileiro e medalha de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
“Foi uma conquista muito grande pessoal e coletivamente [bronze no Parapan], que fez desse ano sensacional para ser lembrado para sempre. A Associação Brasileira de Rúgbi em Cadeira de Rodas fez um esforço enorme para chegarmos ao Parapan com a maior chance de medalha possível, trouxe o técnico canadense Benoit Labrecque, e foi sensacional. Chorei muito quando perdemos em 2019 e sabia que agora poderíamos conseguir. Saiu um peso das nossas costas. Agora vamos buscar a vaga para Paris em 2024.”
TAEKWONDO – SILVANA FERNANDES
@silvanatkd
Nascimento: 23/04/1999, São Bento (PB)
Classe: K44
Categoria: Até 58kg
História: Silvana tem má-formação congênita no braço direito e começou a praticar atletismo aos 15 anos. Em 2018, conheceu o taekwondo pela internet e procurou locais para iniciar a modalidade. Sua primeira convocação para a Seleção foi em junho de 2019.
Principais conquistas: Ouro no individual nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; e ouro na categoria até 57kg no Mundial do México 2023.Principais conquistas: Ouro no individual nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; e ouro na categoria até 57kg no Mundial do México 2023.
“Estou bastante feliz com minha segunda conquista consecutiva do Prêmio, mostrando que o trabalho está na direção correta. E o mais importante é ganhar esse troféu às vésperas dos Jogos Paralímpicos. Hoje, já temos, pelo menos, cinco vagas garantidas para Paris, enquanto em Tóquio foram só três, o que mostra a força do Brasil e a seriedade do trabalho na modalidade.”
TÊNIS DE MESA – BRUNA ALEXANDRE
@bruninha_alexandre
Nascimento: 29/03/1995, Criciúma (SC)
Classe: 10
História: Aos seis meses de vida, Bruna teve que amputar o braço direito por consequência de uma trombose, provocada por uma injeção mal aplicada. A jovem começou no tênis de mesa aos 12 anos, influenciada pelo irmão. Até 2009, competiu em torneios apenas para atletas sem deficiência.
Principais conquistas: Ouro nos Abertos Paralímpicos da Tailândia, Eslovênia, Brasil, Itália, Espanha e França; bronze por equipes no Pan-Americano de Santiago 2023.Principais conquistas: Ouro nos Abertos Paralímpicos da Tailândia, Eslovênia, Brasil, Itália, Espanha e França; bronze por equipes no Pan-Americano de Santiago 2023.
“Não é fácil estar aqui, são muitos os atletas de alto nível. Sempre sonhei estar na Seleção olímpica, mas sabia que era muito difícil. Mesmo assim, sempre acreditei e tive uma equipe grande me ajudando diariamente. O CPB me oferece uma equipe multidisciplinar muito grande no Centro de Treinamento Paralímpico, um técnico que treina comigo. Com isso, só evoluí. Foi um ano muito especial para mim. Consegui me classificar para Paris e joguei os Jogos Pan-Americanos. Ganhei de jogadoras muito experientes. Fico feliz de jogar de igual para igual para todo mundo e mostrar que a deficiência não é nada. Isso me dá muita força para continuar lutando cada vez mais. E tenho o sonho paralímpico. Tudo o que aprendo no olímpico me fortalece também no paralímpico.”
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS – DANIEL ALVES RODRIGUES
@danielrodriguesatleta
Nascimento: 10/11/1986, Belo Horizonte (MG)
Classe: Open
História: Daniel nasceu com má-formação na perna direita. Em 2015, decidiu amputar a perna e usar prótese. Apaixonado por esportes, aceitou o convite para participar de uma aula experimental na ONG “Tênis para Todos”. Gostou da modalidade e se dedicou a ela.
Principais conquistas: Bronze no individual e prata nas duplas no Parapan de Santiago 2023.
“Como atleta, você vai pra a competição querendo ganhar. E este ano foi teve um momento muito diferente. A competição não aconteceu, o que houve foi a guerra e estávamos no meio dela, em Israel. Foi um momento de muito pavor que não desejo para ninguém. Mas isso passou e este troféu representa para mim mais do que uma vitória, a vida. Todas as conquistas que obtive esse ano foram diferentes pelo meu esforço, pela minha dedicação. Saindo de Israel, já fui para outro torneio competir, ainda tenso e, mesmo assim, consegui ir bem. Também tive medalhas no Parapan, ganhei de jogadores que estão na minha frente no ranking. Só tenho a agradecer a Deus pelas minhas conquistas.”
TIRO COM ARCO – JANE KARLA
@janetiroarco
Nascimento: 06/07/1975, Goiânia (GO)
Classe: Open
História: Jane Karla teve poliomielite aos três anos de idade. Após 11 anos como atleta de tênis de mesa, migrou para o tiro com arco em 2014 e, no ano seguinte, foi medalhista de ouro na Arizona Cup (EUA). No mesmo ano, levou o ouro no Parapan de Toronto.
Principais conquistas: Prata nas disputas por equipes mista e feminina, além de um bronze no individual Composto Open, no Mundial da República Tcheca 2023.
“Que ano incrível. Fui medalhista mundial e conquistei uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 para o Brasil. Também cheguei à liderança do ranking pela segunda vez na minha vida. É uma emoção indescritível ser premiada como a melhor atleta do tiro com arco. Cada flecha que disparei, foi com uma determinação. Muito obrigado ao CPB, à CBtarco, ao Bolsa-Atleta e às Loterias Caixa. Espero que 2024 seja igual”.
TIRO ESPORTIVO – ALEXANDRE GALGANI
@alexandre_galgani
Nascimento: 25/04/83, Sumaré (SP)
Classe: SH2
História: Aos 18 anos, Alexandre mergulhou em uma piscina, bateu a cabeça no fundo e sofreu uma lesão na coluna, que o deixou tetraplégico. Ele sempre esteve em contato com o tiro ao brincar com carabinas de chumbinho. Em 2013, conheceu o então treinador da Seleção Brasileira, James Walter, e foi a Curitiba (PR) para receber orientações sobre o esporte.
Principais conquistas: Ouro no R4 Rifle em pé 10m SH2 e prata no R5 Rifle deitado 10m SH2 no Parapan de Santiago 2023; bronze no R4 Carabina de Ar em pé 10m no Mundial de Lima 2023.Principais conquistas: Ouro no R4 Rifle em pé 10m SH2 e prata no R5 Rifle deitado 10m SH2 no Parapan de Santiago 2023; bronze no R4 Carabina de Ar em pé 10m no Mundial de Lima 2023.
“É uma gratificação muito grande. É o reconhecimento de todo o trabalho. Só tenho a agradecer ao CPB e a todos que me acompanham nesta trajetória. Agora, o foco é Paris e buscar uma medalha para o Brasil no tiro esportivo.”
TRIATLO – JÉSSICA FERREIRA
@jessicamessali
Nascimento: 29/10/198, Jaboticabal (SP)
Classe: PTWC
História: Jéssica ficou paraplégica após um acidente de carro em 2013. Logo após sua recuperação conheceu o ciclismo e obteve rápido destaque. Começou no triatlo em 2017. Em julho de 2021, Jéssica sofreu queimaduras nos pés e pernas, de 2º e 3º graus, na sauna, e precisou amputar parte do pé.
Principais conquistas: Bronze na prova individual PTWC e prata por equipes mista no Mundial da Espanha 2023.
“O ano de 2023 foi o mais consistente da minha carreira esportiva, com oito largadas e oito pódios. Sem dúvida me manter em alto nível este ano foi muito difícil. Devo isso ao CPB, que me ofereceu uma estrutura incrível, que me permitiu treinar em Portugal com as melhores do mundo, ter rotina de treino de domingo a domingo. Agora, estou bem motivada e ansiosa para iniciar a próxima temporada com tudo e manter esses feitos. Eu me dediquei muito na preparação para Tóquio e ter aquele acidente, 46 dias antes, fortaleceu-me mentalmente. Mas a Jéssica que vai largar agora, em Paris, está mais consciente e madura como atleta. Vamos colher bons frutos. A preparação está mais consistente.”
VÔLEI SENTADO – JANAÍNA PETIT
@janainapetit
Nascimento: 16/07/1977, Varginha (MG)
Classe: VS
Posição: Levantadora e atacante
História: Janaína foi atropelada por um ônibus aos 18 anos, quando estava a caminho do treino de vôlei. Após 14 anos começou a treinar na modalidade paralímpica.
Principais conquistas: Bronze na Copa do Mundo no Cairo (Egito) 2023.
“Este ano tivemos poucas competições na modalidade, por não estarmos no Parapan. A Copa do Mundo do Egito acabou sendo difícil por conta da guerra em Israel e de reformulações na nossa equipe. Mas o importante é que seguimos treinando bastante, tivemos muitas fases de treinamento. Seguimos firmes, porque quero uma medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris. Eu entro na quadra sempre querendo ganhar.”
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Alessandro Silva, Brenda Freitas, Bruna Alexandre, Fernando Rufino, Jovane Guissone, Jerusa Geber, Jovane Guissone, Mariana D’Andrea, Mateus Carvalho, Ricardo Gomes e Samuel Oliveira são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.
Time São Paulo
Os atletas Alessandro Silva, Aline Rocha, Mariana D’Andrea, Janaina Petit, Josemarcio da Silva Sousa, Jerusa Geber e Bruna Alexandre são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Patrocínio
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Prêmio Paralímpicos
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)