Desde 2014, quando foi anunciada a inclusão do parataekwondo no programa dos Jogos Paralímpicos, a modalidade vem crescendo no Brasil. Enquanto aguardamos a modalidade estrear no megaevento, podemos conhecer mais esse esporte.
O parataekwondo é a versão do taekwondo adaptada para pessoas com deficiência. Por isso, existem muitas semelhanças com a modalidade convencional. Apesar de existirem duas submodalidades, a kyorugui (luta) e o poomsae (formas), apenas a luta é contemplada pelas competições paralímpicas.
A Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTkd) é a responsável pela modalidade paralímpica e pela convencional no Brasil.
Para praticar o parataekwondo, o ideal é que a pessoa com deficiência frequente uma academia que tenha um profissional capacitado para ministrar a modalidade. A confederação pode informar os locais filiados. Para competir, o atleta precisa ser filiado a uma federação estadual para participar dos eventos organizados pela CBTkd.
Clique aqui para acessar o site da CBTkd com as federações filiadas de cada estado
Regras e curiosidades
Assim como em outras lutas, o parataekwondo é disputado por dois atletas, um com colete azul e outro vermelho. O colete possui sensores capazes de medir a potência do chute quando em contato com a meia do oponente. A meia tem 12 sensores em pontos distintos do pé.
As lutas são realizadas em três rounds de dois minutos, com um minuto de intervalo. Ganha o atleta que tiver mais pontos ao término do último round. Se acabar empatado, ocorre mais um round, cujo vencedor é o lutador que fizer os dois primeiros pontos.
A luta pode encerrar antes do final do terceiro round, caso um atleta some 20 pontos a mais do que o adversário, o que é considerado vantagem técnica.
A área de atuação da luta é igual à das disputas convencionais: um espaço de 8m x 8m.
A principal diferença do parataekwondo é no sistema de pontuação e nas faltas. A contagem do placar na luta é a seguinte:
– 1 ponto para cada falta cometida pelo adversário;
– 2 pontos para chutes retos no colete;
– 3 pntos para chutes giratórios em 180 graus no colete;
– 4 pontos para chutes giratórios em 360 graus no colete;
– Soco é permitido, mas não é pontuado.
Já nas faltas, a diferença é que, no parataekwondo, não é permitido chute na altura da cabeça. A cada chute alto executado é considerado uma punição, gerando um ponto para o adversário e, dependendo da intensidade, o atleta pode ser penalizado com uma desclassificação no meio de um combate.
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Classes e categorias
O parataekwondo é adaptado para pessoas com deficiência física, visual e intelectual. Mas, somente a classe para atletas com deficiência física pode participar das competições oficiais de luta.
Assim como nas competições do taekwondo convencional, também há a categorização por peso. Confira as categorias:
Feminino
Até 49kg
Até 58kg
Acima de 58kg
Masculino
Até 61kg
Até 75kg
Acima de 75kg
As classes são iniciadas pela letra P de poomsae e K de kyorigui. Apenas uma classe faz parte do programa paralímpico, a K44. Essa classe contempla atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores.
No entanto, lutadores da classe K43, que é voltada para atletas com um pouco mais de comprometimento, podem competir pela classe K44.
Principais medalhas do parataekwondo brasileiro
Em fevereiro de 2019, foi realizado o Campeonato Mundial de Parataekwondo, em Antalya, na Turquia. O Brasil trouxe na mala duas medalhas: o ouro conquistado pela paulistana Débora Menezes (categoria acima de 58kg) e o bronze da potiguar Cristhiane Neves (até 58kg).
Menos de seis meses depois, o parataekwondo fez sua estreia nos Jogos Parapan-Americanos em Lima, no Peru. Ao todo, foram cinco medalhas do Brasil, sendo dois ouros, duas pratas e um bronze.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)