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Quais são os esportes mais praticados por pessoas com deficiência intelectual?

Daniel Martins corre durante Open Internacional Loterias Caixa de Atletismo 2019 | Foto: Wagner Carmo/CPB

A deficiência intelectual é contemplada em três modalidades esportivas nos Jogos Paralímpicos. A natação, o atletismo e o tênis de mesa são os três esportes com classe única para esse tipo de deficiência. 

Existem ainda outras modalidades para pessoas com deficiência intelectual, mas a entrada de outros esportes nos Jogos Paralímpicos deve passar pelos critérios de elegibilidade da Confederação Brasileira de Desporto para Deficiente Intelectual (CBDI) e da Federação Internacional de Esportes para Pessoas com Deficiência Intelectual (INAS-FID, sigla em inglês) até ser aprovada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês). 

A Política de Elegibilidade do IPC prevê que, para competir em eventos paralímpicos, o atleta com deficiência intelectual deve apresentar “limitação da funcionalidade intelectual e comportamento adaptativo como expresso em habilidades conceituais, sociais e práticas” com origem da deficiência antes dos 18 anos.

Primeiras participações de pessoas com deficiência intelectual nos Jogos Paralímpicos

A estreia dos atletas com deficiência intelectual aconteceu em 1996, nos Jogos Paralímpicos de Atlanta e novamente na edição seguinte, em Sidney, mas um escândalo impediria os deficientes intelectuais de participar dos próximos Jogos Paralímpicos. A seleção espanhola de basquete levou à Austrália 10 atletas – entre os 12 do time – que não possuíam deficiência alguma e acabaram desmascarados.

O episódio suspendeu as modalidades para pessoas com deficiência intelectual por mais duas edições, voltando apenas em 2012, nos Jogos Paralímpicos de Londres. Depois dessa edição, o IPC manteve as modalidades nas edições posteriores. Em Tóquio 2021, um total de 161 atletas competiram em três esportes diferentes – tênis de mesa pela classe 11, natação pelas classes S14, SB14, e SM14, e atletismo pelas classes T20 e F20.

Especificações das modalidades para pessoas com deficiência intelectual nos Jogos Paralímpicos

As três modalidades para pessoas com deficiência intelectual – atletismo, natação e tênis de mesa – são de classe única, T20, S14 e T11, respectivamente. Dentre as três modalidades, o atletismo e a natação possuem provas específicas para esse tipo de deficiência. No atletismo, as provas disponíveis para atletas da classe T20 são: 400m, 1.500m e salto em distância. E para F20, são provas de campo, como o arremesso de peso. Na natação, as provas elegíveis para a classe S14 (específica para atletas com deficiência intelectual) são: 100m costas, 100m borboleta, 100m peito, 200m livre, 200m medley e o revezamento 4x100m livre misto (nesta última, todos os nadadores precisam ser da classe S14, diferente do que acontece nos demais revezamentos).  

Desempenho brasileiro nas modalidades para pessoas com deficiência intelectual

Um dos atletas com deficiência intelectual com destaque no esporte paralímpico brasileiro é Daniel Martins. Nascido em Marília (SP), o velocista do atletismo, de 26 anos, ganhou destaque na prova dos 400m da classe T20, sendo o recordista da prova com o tempo de 46s86. Além disso, o paulista é tricampeão mundial (Doha 2015, Londres 2017 e Dubai 2019), campeão nos Jogos Rio 2016 e campeão Parapan-Americano em Lima 2019 na mesma disputa. 

Também nos Jogos Parapan-Americanos de 2019, atletas com deficiência intelectual na natação brasileira “roubaram a cena” na prova dos 200m medley SM14, com um pódio completamente verde e amarelo. As gêmeas Beatriz Carneiro (ouro) e Débora Carneiro (prata), além de Ana Karolina Soares (bronze), foram as medalhistas da edição. Entre os homens, Felipe Caltran conquistou dois bronzes, nos 200m medley e nos 100m borboleta.

No Campeonato Mundial da modalidade em Londres, também no ano passado, Débora conquistou a medalha de bronze nos 100m peito SB14. O Brasil tem seu espaço consolidado nas modalidades que contemplam a deficiência intelectual nos Jogos Paralímpicos. A cada dia, mais pessoas com deficiência se inspiram nos nossos atletas e, por isso, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) criou um guia chamado “Tudo que você precisa saber para se tornar um atleta paralímpico – desde a base até o alto rendimento”, que é voltado para aqueles que têm o desejo de se desenvolver como atletas de alto rendimento.

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