O paulista Alessandro Silva manteve a hegemonia na sua prova principal, lançamento de disco da classe F11 (cegos), e conquistou o tricampeonato mundial na disputa realizada na manhã deste sábado (madrugada do Brasil), no Mundial de atletismo paralímpico, em Paris, na França. Na história, o atleta é campeão dessa prova desde os Jogos-Parapan-Americanos de Toronto 2015.
Com mais esse pódio, o país permanece igual a China em número de medalhas na competição. São 32 no total, o mesmo que os chineses. Os brasileiros, no entanto, continuam na vice-liderança do quadro geral de medalhas por uma diferença de três ouros – são 11 ante 14 dos asiáticos. Além disso, os brasileros ganharam oito pratas e 13 bronzes, enquanto os chineses somam também 11 pratas e sete bronzes.
O Brasil está representado por 54 atletas de 19 Estados e 11 atletas-guia na competição. O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro da modalidade após os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e acontece no Estádio Charlety. O local tem capacidade para 20 mil pessoas e pertence ao clube de futebol Paris FC, da segunda divisão francesa.
Alessandro assumiu a liderança da prova logo na sua terceira tentativa, quando lançou o disco em 44,15m, e depois não perdeu mais o primeiro lugar da disputa. No último lançamento, ampliou a distância e atingiu 45,30m, a sua melhor marca na temporada. A prata ficou com o iraniano Mahdi Olad (43,73m), enquanto o bronze foi do espanhol Alvaro Cano (37s60).
Essa foi a terceira medalha de ouro de Alessandro no lançamento de disco em Mundiais – já havia sido campeão em Dubai 2019 e Londres 2017. Mas o atleta, que perdeu a visão por conta de uma toxoplasmose, vence essa prova nas grandes competições internacionais desde 2015. Além do Parapan de Toronto, venceu também nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 e Tóquio 2020, e no Parapan de Lima 2019.
“Dever cumprido. Feliz em saber que o trabalho que está sendo feito tem tido bons resultados. Quem ganha a prova é a cabeça. Com a ajuda de psicólogos aliada à nossa experiência, consigo competir mais calmo hoje em dia. Saber que estou fazendo o meu máximo me tranquiliza. Buscaremos dois ouros em Paris ano que vem, no disco e no peso”, afirmou Alessandro, que ainda conquistou a medalha de prata no arremesso de peso na última quarta-feira, 12, em Paris.
Já na final do salto em distância da classe T37 (paralisados cerebrais), o rondoniense Mateus Evangelista acabou na quarta colocação, com 5,89m. O vencedor foi o argentino Lionel Impellizeri, que saltou em 6,67m.
Pela fase eliminatória dos 200m T11 (cegas), a acreana Jerusa Geber e a potiguar Thalita Simplício avançaram às semifinais com os tempos de 27s13 e 25s71, respectivamente. As semifinais acontecem neste domingo, 16, a partir das 4h49 (de Brasília).
“A prova dos 200m é a que mais gosto, fico bastante à vontade nela. Fizemos uma boa prova. Agora se preparar para os outros dois tiros”, apontou Thalita, que já conquistou um ouro nos 400m e um bronze nos 100m neste Mundial.
Confira a programação dos brasileiros no Mundial de atletismo Paris 2023 ainda deste sábado, 15, com os horários de Brasília:
14h15 / 19h15 – 200m T36 (final)
Samira Brito
14h45 / 19h45 – 400m T20 (final)
Samuel Conceição
Daniel Martins
16h15 / 21h15 – 100m T35 (round 1)
Fábio Bordignon
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Alessandro Silva, Jerusa Geber e Thalita Simplício são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.
Time São Paulo
Os atletas Alessandro Silva e Jerusa Geber são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Patrocínios
O atletismo é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa e pela Braskem.
Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)