A II Copa Sul-Americana de Tiro Esportivo começou com bons resultados para a seleção brasileira: Já na primeira prova deste sábado, 2, Alexandre Galgani fez o “tiro perfeito” e garantiu a máxima pontuação possível em um tiro: 10.9 pontos na prova R9 – carabina deitado 50m misto SH2, para atletas que precisam de suporte para a arma.
O evento acontece até o dia 6 de setembro no Centro Militar de Tiro Esportivo (CMTE), no Complexo de Deodoro, no Rio de Janeiro – quase um ano após as competições da modalidade nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 terem sidos realizados no local. Essa é a primeira vez que a Copa Sul-Americana, organizada pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), conta com provas paralímpicas. Nelas, 26 atletas brasileiros e 13 colombianos se enfrentam pelo alto do pódio.
Por ser uma competição inédita, Galgani era o único participante da prova R9 – carabina deitado 50m misto SH2 e o que foi avaliado pela comissão técnica foi a pontuação do atleta. Ele conseguiu 606.3 pontos, pouco mais dos 605 pontos exigidos como índice mínimo para o Campeonato Mundial de Tiro esportivo, em Cheongju, na Coreia do Sul, no ano que vem.
“Eu não comecei bem a prova, as duas primeiras séries foram ruins. Depois, o treinamento mental foi o que fez a diferença”- disse o paulista de Americana.
Parte de seu sucesso é fruto de treinamentos que parecem saídos de ficção científica: No neurofeedback, eletrodos são ligados ao lóbulo frontal para medir o nível de concentração de acordo com a irrigação sanguínea nessa região do cérebro. Quanto mais irrigada estiver, mais concentrado está o atleta. Ele fica conectado ao computador e faz exercícios específicos.
“Nesse programa, posso movimentar um cérebro com pernas de acordo com a minha concentração. Se estiver alta, ele anda e até sobe escada. Baixa, ele cai” conta o atleta que perdeu os movimentos do corpo após bater com a cabeça no fundo de uma piscina.
Além de treinamentos para o cérebro, Alexandre também pratica controlar os batimentos cardíacos através do Biofeedback, novamente com programa de computador e eletrodos no dedo. Esse tipo de controle é fundamental para os atletas do tiro esportivo: batimento acelerado acarreta em uma contração maior dos músculos e o movimento pode atrapalhar. Batimento baixo demais pode piorar a visão.
“No Biofeedback, ele assiste um filme ligado ao aparelho. Se os batimentos subirem muito, a tela vai escurecendo e o som vai abaixando. Para voltar a assistir o filme, é preciso regular o coração” – Explica Edson Fernandes, staff técnico da seleção.
Também neste primeiro dia de competições foi realizada a prova R6 – carabina deitado 50m misto SH1 (classe para atletas que não precisam de suporte para a arma) e o brasileiro Carlos Garletti ficou com a medalha de prata ao fazer 236.2 pontos, sendo superado por Gabriel Galvis, da Colômbia (239.5 pontos). O terceiro lugar ficou com o colombiano Ignacio Camelo (203.4 pontos)
Time São Paulo
O atleta Alexandre Galgani é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 56 atletas e nove atletas-guia de 10 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)