O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 324 atletas de 17 modalidades para os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, Chile, que serão disputados entre os dias 17 e 26 de novembro. Dentre os convocados, 51 têm até 23 anos de idade, ou seja, 15% da delegação.
O número vai ao encontro à meta de renovação do CPB. No Plano Estratégico do CPB de 2017, revisado em 2021, a entidade estipulou ter 17% dos finalistas nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, nascidos depois de setembro de 2000 (sub-23).
Para o evento continental na capital chilena, foram convocados alguns jovens que já se destacaram em competições internacionais – juvenis e adultas -, como são os casos da velocista Marcelly Pedroso, 20 (fará 21 anos durante o Parapan), da classe T37 (paralisados cerebrais); do nadador Samuel Oliveira, 18, da classe S5 (limitação físico-motora); e do lutador de taekwondo Nathan Torquato, campeão paralímpico nos Jogos de Tóquio 2020 (categoria até 63 kg) .
“É um sonho, com 20 anos, poder representar a Seleção Brasileira e dar meu melhor por essa nação. No ano passado, tive a experiência de ir para Suíça e disputar o Grand Prix, ao lado da francesa Mandy François-Élie, que já foi campeã paralímpica nos 100m. Então, já deu para sentir um pouco do clima em competições. Acredito chegar confiante e calma para esse meu primeiro Parapan”, disse Marcelly, que é dona da oitava melhor marca mundial do ano nos 100m da classe T37. Ela registrou 14s10, em março, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A paulistana está entre os cinco convocados que fizeram a iniciação esportiva na Escola Paralímpica de Esportes do CPB, projeto que atende crianças e jovens de 7 a 17 anos.
Campeão mundial nos 50m borboleta em Manchester, Inglaterra, em agosto deste ano, o nadador paulistano Samuel Oliveira também vai estrear em uma edição do Parapan. Com participações em dois Mundiais e sete medalhas (quatro ouros, duas pratas e um bronze) em ambas as edições, o jovem afirmou que tem a expectativa de viver algo inédito nos Jogos Parapan-Americanos. “Esta experiência de entrar em uma Vila Parapan-Americana e conviver com atletas de outras modalidades é uma novidade para mim. Quero desfrutar das coisas boas que a competição vai me oferecer e vou me dedicar ao máximo para trazer medalhas ao Brasil”, destacou Samuka, como é conhecido.
Aos nove anos, ele precisou amputar os dois braços, na altura do ombro, após levar uma descarga elétrica de 13 mil volts ao tentar tirar uma pipa de uma árvore. Na capital chilena, Samuka terá a companhia de seu primo Tiago Oliveira, 23, também da classe S5 e envolvido no mesmo incidente.
A natação é, justamente, uma das modalidades com mais atletas sub-23, dez, a mesma quantidade do badminton. Nesta, está a caçula da delegação: a paranaense Kauana Beckenkamp, de 14 anos. Dos 17 esportes presentes no programa do Parapan, 14 terão brasileiros com até 23 anos de idade. Confira a lista completo abaixo, com a quantidade de representantes em cada modalidade:
Atletismo – 8
Badminton – 10
Basquete em cadeira de rodas – 1
Bocha – 3
Futebol de cegos – 1
Futebol PC – 2
Goalball – 1
Halterofilismo – 2
Judô – 2
Natação – 10
Rúgbi em cadeira de rodas – 1
Taekwondo – 3
Tênis de mesa – 6
Tênis em cadeira de rodas – 1
Sobre os Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023
Os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, começam no próximo 17 de novembro. O Brasil tentará manter sua hegemonia na maior competição paralímpica do continente, já que é o líder do quadro de medalhas desde a edição do Rio 2007. O encerramento do evento será no dia 26.
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 324 atletas de 17 modalidades para representar o país em Santiago 2023. Foram chamados também 10 atletas-guia do atletismo, três calheiros da bocha e dois goleiros do futebol de cegos. O Brasil estará presente no atletismo, badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol PC (Paralisados Cerebrais), futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, rúgbi em cadeira de rodas, taekwondo, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco e tiro esportivo.
“Essa será a maior delegação paralímpica brasileira da história em Jogos Parapan-Americanos. Só temos a agradecer a todas as confederações, clubes, treinadores, equipes multidisciplinares e atletas pela dedicação e árduo trabalho desenvolvido ao longo dessa jornada. Esperamos manter o ritmo e o desempenho das nossas últimas participações. Nossos atletas chegam muito bem preparados aos Jogos e a nossa expectativa é de que trarão muitas medalhas para o Brasil”, afirmou Mizael Conrado, eleito melhor jogador de futebol de cegos do mundo em 1998, bicampeão paralímpico da modalidade (Atenas 2004 e Pequim 2008) e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Na última edição do Parapan, em Lima, no Peru, em 2019, o país entrou para história com recorde de conquistas. A delegação brasileira chegou à inédita marca de 308 medalhas, entre as quais 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país alcançou tantas vitórias em uma única edição de Parapan.
A ida da delegação brasileira para a capital chilena será dividida em grupos. O primeiro embarque está previsto para acontecer no dia 12 de novembro. Confira outras 10 curiosidades sobre a participação do Brasil no Parapan de Santiago aqui.
Patrocínios
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do badminton, basquete em cadeira de rodas, bocha, futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, natação, rúgbi em cadeira de rodas e tênis de mesa.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
