Dois atletas do Paraguai disputaram provas de natação na Fase Nacional das Paralimpíadas Escolares 2023, maior evento esportivo para crianças e jovens com deficiência do mundo. O evento ocorre no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, desde terça-feira, 28.
A delegação do país vizinho é formada por cinco pessoas: os nadadores Brahian Riquetti, 18, classe S6 (atletas com limitações físico-motoras), e Cristina Echeverria, 11, também S6; os técnicos Belen Garcete e Edgar Garcete; além de Norma Maldonado, mãe de Cristina e integrante do staff da filha. No total, os nadadores somaram, até a manhã desta sexta-feira, último dia de competição, quatro medalhas – duas pratas e um bronze de Brahian e uma prata de Cristina.
A participação do Paraguai é um marco nas Paralimpíadas Escolares. A competição só havia recebido uma delegação estrangeira, a do Reino Unido, desde o seu início em 2006 – ainda sob o nome de Paralímpicos do Futuro. O evento também já teve presenças de venezuelanos, mas representando estados brasileiros.
Na cerimônia de abertura, que ocorreu na última terça-feira, 27, os jovens carregaram juntos a bandeira do Paraguai, única delegação não brasileira a participar da edição de 2023 das Paralimpíadas Escolares. Além dos paraguaios, atletas das 26 unidades federativas e do Distrito Federal participam do evento, com o recorde de 1.800 esportistas em 13 modalidades distintas.
Para Cristina, que pela primeira vez viajou para fora de seu país, as diferenças da natação no Paraguai e no Brasil são nítidas. Ela destacou que esta foi a primeira oportunidade em que competiu com outros deficientes e em um ambiente inclusivo.
“Aprendi que há crianças como eu. É bem emocionante estar nas Paralimpíadas Escolares. Não existe evento parecido no Paraguai”, disse Cristina, que aprendeu a nadar sozinha aos 5 anos de idade por influência da mãe. “Gostaria de levar para casa uma medalha do Brasil e sonho em um dia estar nos Jogos Paralímpicos”, completou a atleta. Natural de Assunção, capital do Paraguai, ela nada no clube Olímpia e tem baixa estatura.
Brahian, que, por ter 18 anos, compete pela primeira e última vez nas Paralimpíadas Escolares, afirmou que estar no evento o ajuda no desenvolvimento profissional e pessoal. Inclusive, com a aprendizagem da língua portuguesa.
“Sou grato ao Comitê Paralímpico do Paraguai e ao Brasileiro por esta oportunidade de melhorar meu desempenho como atleta. Também agradeço ao meu professor, que segue me acompanhando e ajudando a crescer”, concluiu o nadador, que também tem baixa estatura.
Confiras as medalhas dos paraguaios nas Paralimpíadas Escolares 2023:
Brahian
100m costa masculino – Prata
100m livre masculino – Prata
50m livre masculino – Bronze
Cristina
50m livre feminino – Prata
Paralimpíadas Escolares em 2023
A etapa Nacional da competição acontece após três regionais, em Belém (PA), de 9 a 11 de agosto, Brasília (DF), de 30 de agosto a 1º de setembro, e São Paulo (SP), de 6 a 8 de setembro, com disputas de atletismo, natação e bocha. Nessas regionais, foram selecionadas modalidades que possuem um grande número de inscritos na fase nacional.Os três primeiros colocados nos regionais de atletismo e natação se classificaram automaticamente para a Fase Nacional. Já na bocha, os dois primeiros, por gênero, obtiveram a vaga.
Em Belém, a delegação do Pará foi a campeã daquela regional. Já em Brasília, a equipe de Minas Gerais somou mais pontos e ficou com o título da segunda etapa do ano. Já a regional de São Paulo foi vencida pela equipe paulista.
Organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, com exceção de 2008 e 2020, as Paralimpíadas Escolares são o maior evento esportivo para crianças e jovens com deficiência em idade escolar do mundo. Talentos do paradesporto brasileiro já passaram pelas Escolares, como Petrúcio Ferreira, recordista mundial nos 100m (classe T47), bicampeão paralímpico e tri mundial; o jogador de goalball Leomon Moreno, prata nos Jogos de Londres 2012, bronze no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020; a mesatenista Bruna Alexandre, bronze nos Jogos do Rio 2016 e prata nos Jogos de Tóquio 2020, entre outros.
No ano passado, o Estado de São Paulo terminou como o campeão geral das Paralimpíadas Escolares. Foi o 10º título do estado desde 2006, ano em que o CPB organizou a primeira edição dos Paralímpicos do Futuro, evento que ocorreu até 2007 e antecedeu as Paralimpíadas Escolares, nome adotado a partir de 2009.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)