É com extremo pesar que o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) comunica o falecimento do árbitro Luiz Claudio Moraes da Silva, 57, ocorrido neste domingo, 4, no Rio de Janeiro.
Membro do quadro de arbitragem do futebol de cegos desde 2008, Luizão, como era conhecido, tinha como características principais a disciplina e o respeito pelos atletas. Experiente, apitou a final do último Campeonato Brasileiro – Série A, entre a Associação Gaúcha de Futsal para Cegos (AGAFUC) e o Corinthians.
Foi realizada ainda “em quadra” a primeira homenagem póstuma a Luizão, já que a notícia de seu falecimento chegou ao conhecimento do colega de apito Lúcio Morgado a minutos do fim da partida deste domingo, entre Corinthians e Associação Paraibana de Cegos (APACE), no Parque São Jorge, válida pela Liga Nacional de Futebol de Cegos. O atual coordenador de arbitragem da CBDV esperou pelo apito final e, em seguida, reuniu atletas e membros da comissão técnica de ambas as equipes para dar a notícia e pedir um minuto de aplausos. Bastante emocionados, os jogadores reverenciaram Luizão pela última vez.

Luiz Claudio foi oficial do quadro de arbitragem da Federação de Futebol de Salão do Estado do Rio de Janeiro (FFSERJ), integrou o quadro nacional, e também atuou como diretor de arbitragem da Federação. Divorciado, deixa três filhos e três netos. “Era um pai e avô dedicado e amoroso, um namorado amoroso, cuidadoso, prestativo. Como amigo, era leal e parceiro”, destacou a namorada, Denize Rodrigues. Luizão será sepultado no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu nesta segunda-feira, às 15h.
Confira na íntegra a mensagem do árbitro Lúcio Morgado na despedida do amigo Luizão:
“Luiz Claudio,
Tive o prazer de trabalharmos juntos em sua primeira partida de futebol de cegos, como árbitro voluntário, no Regional realizado no Instituto Benjamim Constant, no Rio de Janeiro, em 2008.
Ali, já havia camaradagem de um carioca típico, com seu modo leve de ser e saber trabalhar e cativar as pessoas dentro e fora da quadra de jogo.
Árbitro rígido, experiente e extremamente profissional, que sempre procurou cumprir a regra do jogo com respeito aos atletas e à modalidade, com comprometimento e parceria aos seus companheiros de apito.
Fora das quadras, o velho rabugento que gostávamos de ter ao lado, sempre com uma história boa para contar, com sorriso aberto para compartilhar os momentos extraquadra e seu conhecimento de vida e profissão.
Deixará saudades, meu irmão, das conversas no vestiário, na mesa de controle, no buscar no olhar do posicionamento ideal dentro da quadra de jogo e das longas jornadas de viagens no mundo da bola de guizo.
Deus o receba com a medalha do dever cumprido, ao som do apito vibrante que sempre trabalhou e compartilhou nas quadras e campos deste Brasil.
Descanse em paz.”
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)