Nesta semana, o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, recebe a etapa das Américas da BISFed 2019. A competição conta com 63 competidores de dez países e dá vaga nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 para o país do campeão de cada classe. Nesta quinta-feira, 3, Maciel de Souza Santos, da classe BC2, e Eliseu dos Santos, da classe BC3, garantiram vagas para o Brasil. A vice-campeã da BC2, Natalí de Faria, também projeta sucesso na próxima Paralimpíada.
“Minha expectativa é que nós todos do Brasil tenhamos um resultado excelente. Tenho certeza que iremos ter, porque estamos trabalhando muito para isso. São apenas detalhes que precisamos acertar. Meu sonho é ser campeã paralímpica e eu vou realizar, com certeza”, afirma Natalí.
A atleta nasceu com paralisia cerebral por falta de oxigenação na hora do parto. Ela só conheceu a bocha aos 20 anos, no local onde fazia fisioterapia. “Lá tinha como jogar bocha, para recreação, mesmo. Me chamaram para fazer entrevista com o Moisés, técnico da bocha. Ele tinha um clube no Guarujá. Ele me explicou as regras e logo no primeiro treino eu consegui colar a bola na bola branca. Eu perguntei: ‘É só isso’?"
Foram alguns anos para Natalí começar na bocha. Mas no mesmo ano que começou no esporte, em 2010, foi convocada para o Mundial em Portugal. De lá para cá, foram muitas presenças em competições internacionais, além das Paralímpiadas de Londres 2012. Dessas competições, ela trouxe algumas medalhas: prata no Parasul-Americano em Santiago, em 2014; prata na Copa América na Colômbia em 2017; prata no Mundial no Canadá, em 2018 e 2019.
“Desde que eu comecei na bocha, tiveram muitas mudanças. Passei a ser mais independente, melhorou a questão financeira. Tudo melhorou bastante.”
BISFed 2019
Até agora, o Brasil conquistou sete medalhas nas provas individuais: duas de ouro, três de prata e duas de bronze. As medalhas de ouro garantiram duas vagas brasileiras nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
As disputas eliminatórias em dupla e por equipe iniciaram nesta sexta-feira, 4. As classes BC1 e BC2 foram uma única equipe, enquanto BC3 e BC4 jogam em pares, separados em suas classes.
Na classe BC3, todos os países se enfrentam. Quem tiver o maior número de vitórias é o vencedor. O mesmo acontece com as classes BC1 e BC2. Na classe BC4, os dois primeiros de cada chave se classificam para a semifinal.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)