A mesatenista catarinense Bruna Alexandre e o nadador mineiro Gabriel Araújo foram eleitos os melhores atletas paralímpicos de 2023. O anúncio foi feito durante a 12ª edição do Prêmio Paralímpicos, apresentada por Loterias Caixa e realizada no Tokio Marine Hall, na noite desta quinta-feira, 14, em São Paulo. O evento teve transmissão do SporTV2, com a apresentação dos jornalistas Karine Alves e Felipe Andreoli.
A solenidade contou com as presenças de autoridades como Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB); André Fufuca, Ministro do Esporte; Fábio Araújo, secretário nacional do paradesporto; Marcos da Costa, secretário estadual da Pessoa com Deficiência de São Paulo; Jonas Freire, diretor de Esportes de Alto Rendimento do CPB; Ramon Pereira, diretor de Desenvolvimento Esportivo do CPB; Paulo Losinskas, diretor Jurídico e de Compliance do CPB; João Batista Carvalho e Silva, presidente do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos e ex-presidente do CPB; Rafael Westrupp, presidente das Confederações Brasileira e Sul-Americana de Tênis e vice-presidente da Federação Internacional de Tênis; Alaor Azevedo, vice-presidente executivo da Federação Internacional de Tênis de Mesa e presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa; Nelson Hervey Costa, diretor superintendente do Sebrae-SP, além de presidentes de demais confederações esportivas.
CONFIRA TODOS OS VENCEDORES DA 12ª EDIÇÃO DO PRÊMIO PARALÍMPICOS
“Essa é uma noite muito especial. O Prêmio Paralímpicos de 2023 celebra a força do esporte brasileiro, que foi traduzida em números. Foram 123 medalhas em 11 mundiais, mais 343 pódios no Parapan de Santiago. A melhor campanha da história em uma edição da competição continental. Esperamos repetir os excelentes resultados em 2024, ano de Jogos Paralímpicos”, disse Mizael Conrado, presidente do CPB, bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008) e melhor jogador do mundo em 1998.
“Hoje, o CPB tem uma pessoa que, com sua visão de estadista, traz resultados concretos ao Brasil todo. Não poderia de forma nenhuma deixar de parabenizar esse grande amigo que é o presidente Mizael. Nossos atletas com deficiência levam o nome do Brasil aos quatro cantos do mundo e precisam ser reconhecidos. Não tenho dúvida alguma de que o Brasil fez história no Parapan, fez história nos Mundiais de natação e atletismo e fará também nos Jogos Paralímpicos de Paris”, afirmou o ministro André Fufuca.
Bruna Alexandre, 28, tornou-se a primeira atleta paralímpica a competir nos Jogos Pan-Americanos. No Chile, a mesatenista obteve uma medalha de bronze na disputa por equipes ao lado de atletas convencionais. A catarinense, que foi submetida à amputação do braço direito após uma trombose contraída aos seis meses de vida, ainda obteve medalhas de ouro nos Abertos Paralímpicos da Tailândia, Eslovênia, Brasil, Itália, Espanha e França neste ano.
“Gostaria de agradecer pela oportunidade de estar aqui com tantas autoridades e atletas. Agradeço à Confederação Brasileira de Tênis de Mesa e ao CPB por todo o apoio que tenho na disputa do olímpico e do paralímpico. Em Cuba, conquistei a vaga para os Jogos Olímpicos de Paris. Depois, recebi a convocação para os Jogos Pan-Americanos e não acreditei. Todo o esforço foi recompensado. Fui sonhando aos poucos e vi que poderia chegar cada vez mais longe. Consegui jogar na mesa de igual para igual com todo mundo e mostrar que a deficiência não é nada e tudo é possível. Espero que mais atletas se inspirem nisso e vejam que somos todos iguais e unidos”, afirmou Bruna.
Já Gabriel Araújo, 21, voltou dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago com cinco medalhas de ouro (50m livre, 50m costas, 100m livre, 100m costas, e 200m livre). Além disso, o nadador obteve mais três medalhas de ouro no Mundial de natação, em Manchester, na Inglaterra (50m costas, 100m costas e nos 200m livre). O atleta tem focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas.
“Fico muito feliz por ter conquistado esse prêmio, um marco muito importante na minha carreira, principalmente neste ano de 2023, de resultados bons. Gostaria de agradecer ao CPB e às Loterias Caixa por dar todo o suporte possível. Também agradeço ao Praia Clube, que sempre acredita no meu trabalho, ao meu treinador e à minha mãe. Sem eles, não estaria conquistando nada disso hoje. Este ano foi excelente e 2024 será melhor ainda”, disse Gabriel Araújo.
Além dos troféus entregues aos dois atletas, outras nove homenagens foram feitas no evento. Dentre elas, o prêmio de “Atleta da Galera” foi a única categoria decidida por meio de votação popular. E a vencedora foi a halterofilista paulista Mariana D’Andrea, com 27% dos votos.
Mariana, campeã Mundial em 2023, primeiro ouro adulto do halterofilismo brasileiro, superou os concorrentes Alessandro Silva (atletismo), Brenda Freitas (judô), Ricardo Mendonça (atletismo) e Samuel Oliveira (natação). Os cinco atletas foram indicados após uma eleição feita entre os colaboradores do CPB, o Conselho de Atletas do Comitê, jornalistas e patrocinadores.
“Fiquei sem palavras. Obrigado a todos os que votaram. Eu só tenho a agradecer a vocês. Esse prêmio não é só meu, é de todos os que votaram em mim. Agradeço ao Comitê Paralímpico Brasileiro, aos meus patrocinadores, ao meu treinador [Valdecir Lopes], porque, sem ele , nada seria possível. Eu estou muito feliz. Concorri com atletas que são muito fortes. Ganhar esse prêmio está sendo muito especial. Dedico ele ao meu pai que não está fisicamente comigo, mas, onde estiver, ele está muito feliz”, disse a atleta ao receber a premiação.
A noite de quinta-feira também trouxe uma premiação surpresa. O carioca Douglas Matera foi escolhido o melhor atleta dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago. O carioca, que nasceu com retinose pigmentar, uma mutação genética hereditária, que causa perda gradual de visão, conquistou oito medalhas de ouro em oito provas disputadas em Santiago: 50m livre, 100m livre, 400m livre, 100m borboleta, 100m costas, 200m medley, e revezamentos 4x100m livre e misto 49 pontos. Além disso, conquistou o ouro nos 100m borboleta e no revezamento 4x100m medley e bronze nos 100m costas no Mundial de Manchester 2023.
“Gostaria de agradecer ao CPB pelo reconhecimento. Nem nas minhas resoluções do ano passado, eu imaginaria um 2023 tão perfeito como foi”, finalizou Matera.
Outros premiados
Além das categorias supracitadas, o CPB homenageou outros oito premiados nesta quinta-feira. Entre os homenageados estiveram Paulo da Veiga Cabral, técnico da Seleção Brasileira de futebol PC (paralisados cerebrais), que conquistou em novembro o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, com uma campanha invicta e vitória na final em disputa acirrada contra a Argentina.
Entre os treinadores de modalidades individuais, o escolhido foi Valdecir Lopes, técnico-chefe da Seleção Brasileira de halterofilismo e responsável pela preparação da paulista Mariana D’Andrea, campeã Mundial em Dubai em agosto deste ano e recordista Mundial na categoria até 79kg.
O ex-nadador Daniel Dias, dono de 11 troféus do Prêmio Paralímpicos e maior medalhista brasileiro em Jogos Paralímpicos, com 27 pódios, voltou a subir ao palco para receber um troféu, desta vez o Prêmio Aldo Miccolis, entregue em reconhecimento a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do Movimento Paralímpico no Brasil.
Dividida em duas partes, a 12ª edição do evento já havia homenageado atletas de 24 modalidades nesta quarta-feira, 13, por seus feitos em competições nacionais e internacionais no ano de 2023. A solenidade foi apresentada pelo jornalista Renato Peters e pela jogadora de vôlei sentado Luiza Fiorese, com exibição pelo YouTube do CPB.
Confira todos os premiados desta quinta-feira, 14:
Prêmio Aldo Miccolis (categoria destinada a pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do esporte paralímpico)
Daniel Dias, maior nadador paralímpico do mundo em número de medalhas, 27 ao todo, sendo 14 de ouro. Aposentou-se após os Jogos de Tóquio, em 2021. Além disso, é o único brasileiro a ter três Troféus Laureus (em 2009, 2013 e 2016).
Personalidade Paralímpica (pessoa ou entidade que contribuiu significativamente com o Movimento Paralímpico na temporada 2023)
Marcos da Costa, secretário da Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo de São Paulo. Advogado, foi presidente da OAB-SP por duas gestões, 2013 a 2015 e 2016 a 2018. Tem reconhecida dedicação às causas da pessoa com deficiência.
Prêmio Loterias Caixa (homenagem a um clube que se destacou na temporada 2023)
Praia Clube. A equipe sagrou-se campeão do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de natação e também conquistou o título da 1ª edição do Brasileiro de natação sub-20, ambas competições realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico em 2023. No Parapan de Santiago, o Praia Clube teve 11 atletas convocados e que conquistaram 44 medalhas, sendo 31 ouros, 10 pratas e três bronzes.
Memória Paralímpica (personalidade que marca a história do Movimento Paralímpico)
Associação Desportiva para Deficientes (ADD), instituição sem fins lucrativos fundada em 1996 pelo professor de educação física Steven Dubner e pela administradora Eliane Miada. É hoje uma das mais importantes instituições do país que atuam no desenvolvimento e na inclusão de crianças e jovens com deficiência por meio da prática esportiva. Atualmente, a a ADD desenvolve as modalidades do basquete em cadeira de rodas, natação, bocha, vôlei sentado e atletismo.
Melhor Técnico Modalidade Individual
Valdecir Lopes, técnico-chefe da Seleção Brasileira da modalidade. É responsável pela preparação da atleta paulista Mariana D’Andrea, ouro na categoria até 79kg no Mundial de Dubai e na categoria até 73kg nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago.
Melhor Técnico Modalidade Coletiva
Paulo Alberto da Veiga Cabral, treinador que conduziu a Seleção Brasileira de futebool PC (paralisados cerebrais) ao pentacampeonato nos Jogos Parapan-Americanos, obtido no Chile em 2023.
Atleta Revelação (atleta que se destacou em 2022 e incentiva outros que estão no início da carreira)
Samuel Oliveira Conceição, 24, velocista da classe T20 (deficiência intelectual), que bateu o recorde mundial dos 400m durante o Parapan de Santiago e foi campeão mundial na mesma prova.
Melhor atleta do Parapan
Douglas Matera, nadador carioca que conquistou oito ouros em oito provas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago.
Melhor atleta masculino
Gabriel Araújo, nadador mineiro que trouxe três medalhas de ouro no Mundial de Manchester, na Inglaterra, e outras cinco nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago.
Melhor atleta feminina
Bruna Alexandre, atleta paralímpica vencedora de cinco Abertos Paralímpicos e que conquistou uma medalha de bronze na disputa por equipes ao lado de atletas convencionais nos Jogos Pan-Americanos de Santiago.
Time São Paulo
A atleta Bruna Alexandre é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 109 atletas e 13 atletas-guia de 13 modalidades.
Confira o Catálogo Virtual do Prêmio Paralímpicos 2024.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Gabriel Araújo, Bruna Alexandre e Douglas Matera são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa, que beneficia 91 atletas.
Patrocínio
O Prêmio Paralímpicos é apresentado pelas Loterias Caixa.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)