O Meeting Paralímpico movimentou neste sábado, 10, a capital sul-mato-grossense com a presença de 173 atletas e do ídolo local Yeltsin Jacques, campeão paralímpico e recordista mundial dos 1.500m, na classe T11 (deficiência visual).
Organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o evento distribuiu as provas entre o Parque Ayrton Senna (atletismo), a Funlec (natação) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (bocha e, pela primeira vez, tênis de mesa).
Yeltsin, que disputou os 1.500m na pista onde costuma treinar, venceu a prova com 4min02s41, reforçando sua preparação para o Mundial deste ano. “É muito bom correr na minha cidade, lugar que conheço, onde treino. Eventos como este são fundamentais para formar atletas e criar novos campeões”, destacou.
O Meeting também foi palco de histórias inspiradoras, como a da douradense Joane Corrêa, de 32 anos, que disputou os 1.500m e os 800m, na classe T37 (paralisia cerebral). Após sofrer um derrame aos 11 anos que paralisou seu lado direito, Joane encontrou mais qualidade de vida com o esporte. “Melhoraram as convulsões, a coordenação motora, minha comunicação. Eu era muito tímida, agora dizem que eu posso ser radialista se eu quiser”, contou.
Já a campo-grandense Giovanna Freitas Souza, 28 anos, atleta da classe F33 (paralisia cerebral), participou dos lançamentos de disco e de dardo. Inicialmente praticante da bocha, Giovanna migrou para o atletismo por ter “muita força no braço”, segundo sua mãe, Lucilene. “Hoje gosto muito do atletismo e de competir. Não sinto saudade da bocha”, afirmou.
Na piscina da Funlec, os jovens atletas tiveram um encontro especial: Maria Jussara Mattos, primeira mulher brasileira a conquistar ouro na natação em Jogos Paralímpicos (Stoke Mandeville 1984), compareceu para conversar com os competidores.
Com apenas 14 anos à época, Jussara também conquistou quatro medalhas de prata ao longo de sua carreira. “Eu me lembro até hoje da bandeira brasileira no alto do pódio. A gente só via bandeira americana, e de repente a gente viu uma bandeira do Brasil. Foi muito emocionante”, contou Jussara.
Ela disse que não se considera alguém que nadadores se inspiram atualmente, apesar da medalha histórica. E se encantou ao ver os jovens atletas em competição na piscina em Campo Grande.
“Não vejo como uma referência assim para o esporte, mas eu fico muito feliz de ver a gurizada aí nadando e querendo ir para frente. Era muito simples na minha época”, contou Jussara.
Além das provas de alto rendimento, a etapa contou com as Seletivas Estaduais das Paralimpíadas Escolares, Paralimpíadas Universitárias e Intercentros — competição para crianças de 7 a 10 anos, alunas do projeto Centros de Referência do CPB.
Realizado desde 2021, o Meeting Paralímpico visa a desenvolver o paradesporto em todo o território nacional. Entre abril e agosto, o evento percorrerá todos os estados e o Distrito Federal, tendo já realizado etapas em Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Florianópolis (SC) e Porto Velho (RO), Curitiba (PR) e Cuiabá (MT).
Patrocínio
Braskem é a patrocinadora oficial do atletismo.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)