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Medalha em Tóquio pode abrir espaço a mais um ciclo para o judoca Antônio Tenório

Foto: Divulgação CBDV

Após seis medalhas (quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze) em seis edições de Jogos Paralímpicos, Antônio Tenório vai disputar a competição pela sétima vez em Tóquio, no ano que vem. Prestes a completar 50 anos de vida, neste sábado,24, o maior judoca de todos os tempos não descarta estar em atividade ao fim do próximo ciclo, em 2024, defendendo o Brasil em Paris.

"Muita gente queria me aposentar já lá em Pequim", disse o atleta, que participou nesta quinta (22) do "CBDV Ao Vivo", programa de entrevistas que a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) realiza em suas redes sociais. "E eu sempre brinquei muito, falava: 'Na próxima, eu paro', mas dentro de mim alguma coisa dizia para não parar." Confira aqui o bate-papo na íntegra.

O tetracampeão paralímpico revelou que sua participação em Tóquio dependia de uma condição: fechar 2019 entre os seis melhores da categoria (até 100 kg) no ranking mundial. Ficou em quarto, posição que mantém desde a última atualização da IBSA (sigla em inglês para International Blind Sports Association, a entidade que rege o esporte para deficientes visuais no mundo).

"Isso me credencia a trazer mais uma medalha para o Brasil. Se eu trouxer essa medalha, lógico que abre espaço para mais um ciclo. Aí vai depender muito de onde os dirigentes vão querer me colocar. Será que vão querer um senhorzinho de 54 anos acompanhando garotos de 18? Não sei. Mas será que minha experiência poderá contribuir para trazer novas medalhas ao Brasil? Essa é a pergunta que fica. Vou continuar como atleta até alguém chegar e falar 'olha, tá na hora de passar para o outro lado da mesa'", explica.

E, no caso de Tenório, estar do outro lado da mesa significará seguir trabalhando no alto rendimento: "Função administrativa não depende de mim. Tenho experiência de 40 anos em cima do tatame. Tenho certeza de que meu espaço está reservado, mas não sei em qual momento. Porque também quero realizar um trabalho de excelência. Se não for para isso, não adianta."

Gratidão pelas homenagens
Tenório agradeceu a CBDV pelas homenagens que vêm recebendo desde segunda-feira, quando diversas ações tiveram início no site e nas redes sociais da entidade com a hashtag #Tenorio50. As celebrações seguirão até o dia do aniversário, com a exibição do filme "B1 – Tenório em Pequim", que narra a trajetória do ouro em 2008, totalmente gratuita na página da Confederação no Facebook, a partir das 16 horas.

E revelou que sua maior conquista não foi um título ou uma medalha: "Foram meus filhos. Esse momento é mágico e me encaminhou para ter mais juízo, ser mais centrado e almejar dentro do esporte o sustento deles e da minha família", afirmou o pai do Alex, de 32 anos, do Anderson, 31, do André, 19, e da Maria Eduarda, 12, a única com pinta de que poderá seguir os passos do pai: "A Maria tem o dom no judô, mas é iniciante, sem cobrança, sem peso. Eu não cobro, por mais resultado que eu tenho dentro do esporte, deixo ela livre para escolher o que quer".

Fonte: Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV)

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

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