Em live inédita entre o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) nesta sexta-feira, 15, em seus perfis do Instagram (@ocpboficial e @timebrasil), o campeão mundial e paralímpico nos 100m e prata nos 400m no Rio 2016 Petrúcio Ferreira (classe T47 – para amputados de braço) e o campeão pan-americano em Lima 2019 nos 400m com barreiras Alison Brendom, conhecido como Piu, compartilharam as dificuldades dos 400m.
A transmissão faz parte do conjunto de ações feitas pelo CPB para todos os seguidores do esporte paralímpico durante o período de quarentena devido à pandemia do Covid-19.
Os atletas trocaram experiências sobre a metragem de prova em comum, os 400m, e eles concordaram que não é fácil. “Eu não corria 400m, só 100m e 200m. Comecei a correr nos Jogos do Rio. É a prova que se começa sabendo que vai doer”, afirmou o medalhista de prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Piu, finalista do Mundial de atletismo nos 400m com barreira, complementou “Os 400m com barreiras é uma prova bonita de assistir, mas que quem a realiza tem vontade de sair”.
Em bate-papo descontraído, Petrúcio relembrou momentos especiais do seu início de carreira nas Paralimpíadas Escolares.
“Foi uma das minhas primeiras competições as Paralimpíadas Escolares, é muito competitivo e a energia é muito legal! Ano passado, por exemplo, eu já não tinha mais idade para participar, mas pude estar com os atletas, assistir à competição e estar com esses jovens atletas é uma energia incrível”, contou Petrúcio, que em 2019 participou da cerimônia de abertura das Paralimpíadas Escolares.
“Eu penso nas pessoas que se inspiram em mim em cada treino, competição. Sei que elas também contam comigo para o crescimento do esporte. É muito legal saber que tem pessoas que se inspiram em você, que o olho até brilha de emoção quando te vê”, comentou Alison.
Petrúcio também revelou que sofreu preconceito por ser deficiente e nordestino. “Devido a minha deficiência sofri alguns preconceitos e por ser nordestino, sair do interior, também. Mas todos esses preconceitos eu consegui vencer e hoje consigo passar uma boa imagem para as pessoas com deficiência. Recebi um vídeo de uma criança também amputada dizendo que se espelhava em mim porque eu era muito veloz, que tinha muitas medalhas e que ele tinha um bracinho igual ao meu. Chorei muito”, disse o paratleta mais rápido do mundo que perdeu parte do braço esquerdo em um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos de idade.
Na próxima terça-feira, 19, às 16h, acontecerá a Live Paralímpica, no perfil oficial do CPB com a participação de Evani Calado, ouro por equipes da classe BC3 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Na quinta-feira, 21, às 14h, será a vez do tênis de mesa paralímpico e olímpico se unirem na live entre o CPB e o COB com a participação de Paulo Salmin, campeão parapan-americano Lima 2019, e Bruna Takahashi, bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Ambos estão classificados para os Jogos de Tóquio.
Durante o período de isolamento social, o CPB já realizou 11 lives, sendo nove sobre natação paralímpica (confira aqui) e três da série Live Paralímpica, que contou com a participação de Petrúcio, Débora Menezes (parataekwondo) e Alana Maldonado (judô).
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
O atleta Petrúcio Ferreira é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)