A segunda regional das Paralímpiadas Escolares de 2023, que acontece em Brasília desde a última quarta-feira, 30, tem 128 dos 530 atletas presentes na competição que representam o Estado de Minas Gerais. E um deles ganhou destaque nos últimos dias após viralizar na internet um vídeo em que aparece comemorando um gol do Atlético Mineiro, no último domingo, 27, durante a inauguração da Arena MRV, o novo estádio do time mineiro.
Matheus Henrique Oliveira, 13, nasceu em Anchieta, no Espírito Santo, mas mora em Pitangui, Minas Gerais. O município fica a cerca de 130 quilômetros de distância da capital Belo Horizonte, onde ele costuma ir para alguns jogos do “Galo”, como é conhecida a equipe mineira. Em sua cidade, o jovem se divide entre a rotina dos estudos e dos treinos de atletismo, que ocorrem duas vezes na semana no Centro Poliesportivo.
Apesar de praticar atletismo há pouco mais de um ano, as Paralimpíadas Escolares é a terceira competição que Matheus participa. Em Brasília, competiu nas provas de arremesso de disco, peso e de 75m, sendo medalhista de ouro nas três disputas.
Antes, ele já havia participado dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG) e do Meeting Paralímpico Loterias Caixa. Ao todo, o atleta já acumula 17 medalhas, sendo 14 ouros e três bronzes.
Para o jovem, que teve diagnosticada paralisia cerebral quando nasceu, aceitar o esporte em sua vida foi transformador. “Em 2019, o Bill [seu professor, Walter Junior] me viu na rua e me convidou para treinar, mas eu não quis. No ano passado, minha mãe [Luciene Oliveira] me incentivou e eu topei. Quando competi no JEMG, conheci outros atletas paralímpicos e entendi que sou capaz e posso ser livre”, afirmou.
O apoio da família, que ele considera essencial, não se restringe ao atletismo. São eles que acompanham Matheus nos jogos do Atlético-MG e, para ele, essa é uma das suas partes favoritas de ir ao estádio. “Eu gosto muito de estar com meus pais, meu avô, meus tios e torcer junto. Quando comemorei o gol do Paulinho naquele vídeo, eu fiquei muito feliz por estar com eles e por estar perto da torcida”, lembrou.
“Fiz amizade com competidores de todo o país. Em todos os campeonatos, é muito importante para mim estar nesse meio. Quero ganhar mais e ser campeão de tudo”, finalizou.
Além do atletismo, que conta com 379 inscritos, a segunda etapa regional das Paralimpíadas Escolares também têm disputas de natação e bocha, que somam 101 e 50 competidores, respectivamente.
O evento, que reuniu representantes de 11 estados (AC, AM, BA, GO, MG, MS, MT, PI, RO, RR e TO) e do Distrito Federal, se encerra nesta sexta-feira, 1º. Organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, com exceção de 2008 e 2020, as Paralimpíadas Escolares são o maior evento esportivo para crianças e jovens com deficiência em idade escolar do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, a competição é composta por três fases regionais e uma nacional.
A primeira etapa regional de 2023 foi realizada em Belém, Pará, de 9 a 11 deste mês. O evento reuniu cerca de 500 participantes de 10 estados na capital paraense e terminou com o título dos anfitriões. A terceira e última fase regional das Paralimpíadas Escolares ocorrerá no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, entre os dias 6 e 8 de setembro. O local também receberá a etapa nacional, de 28 de novembro a 1º de dezembro. Os três primeiros colocados nas regionais de atletismo e natação se classificam automaticamente para a nacional. Já na bocha, os dois primeiros, por gênero, conquistam a vaga.
No ano passado, o Estado de São Paulo terminou como o campeão das Paralimpíadas Escolares. Foi o 10º título do estado desde 2006, ano em que o CPB organizou a primeira edição dos Paralímpicos do Futuro, evento que ocorreu até 2007 e antecedeu as Paralimpíadas Escolares, nome adotado a partir de 2009.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)