A jovem velocista catarinense Bianca Gabrielle Garcia Ferreira, 13, da classe T46 (deficiência nos membros superiores), correu os 100m em 15s49 no Meeting Paralímpico Loterias Caixa de Florianópolis, neste sábado, 2. A marca é 1s23 maior do que o quinto tempo adulto do ano na prova. No dia 15 de fevereiro, em Melbourne, Austrália, a australiana Alissa Jordaan, 20, registrou 14s26.
Além de atletismo e bocha na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a competição também conta com nadadores no clube Elase. Ao todo, o evento reúne 465 atletas até este domingo, 3, na capital catarinense.
Bianca é aluna do Centro de Referência de Blumenau (SC), projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) que aproveita espaços esportivos em todas as regiões do país para a oferta de modalidades paralímpicas desde a base até o alto rendimento. Ela nasceu com uma lesão no plexo braquial, condição que afeta o movimento do seu braço esquerdo. Está no paradesporto desde 2017 e chegou a passar pela natação, mas foi no atletismo que se encontrou.
No Centro de Referência de Blumenau, Bianca treina três vezes por semana e tem a companhia de José Alexandre, conhecido como Petrucinho por ter uma deficiência semelhante (amputação de parte do braço) à de Petrúcio Ferreira, bicampeão paralímpico nos 100m da classe T47. No último Mundial de atletismo paralímpico, em Paris, disputado em julho de 2023, ambos dividiram o pódio da prova: Petrúcio foi ouro e José Alexandre, prata.
“Hoje, o atletismo é uma paixão para mim. Penso em continuar no esporte e disputar competições internacionais, como um Mundial. Para isso, eu me inspiro muito no José Alexandre. Eu treino com ele e conheço a história dele. Espero, um dia, representar o Brasil e pegar pódio, como ele fez”, disse a jovem, que também disputou os 200m (32s92) e o salto em distância (3,92m) no Meeting.
As partidas de bocha e as provas de natação se encerram neste sábado. Na primeira modalidade, destaque para Igor Antunes, 10.
Também aluno do Centro de Referência de Blumenau, Igor conquistou a medalha de ouro na classe BC4 (atletas que não contam com auxílio).
Ele começou no paradesporto em 2015, quando fez suas primeiras aulas de natação. Atualmente, ele ainda pratica a modalidade, mas a bocha é o seu foco desde 2021.
O jovem nasceu com a Síndrome de TAR (Trombocitopenia Aplasia Radial), doença que causou o encurtamento dos seus membros superiores e inferiores. “Posso dizer que estar aqui, jogando bocha, é muito legal. O esporte me mostra que eu posso me divertir, competir, ganhar medalhas e conhecer lugares”, avaliou Igor.
Já na natação, a também catarinense Emilly Mazzocatt, 12, da classe S6 (limitação físico-motora), nadou os 50m livre em 58s78, marca que estaria entre os 10 melhores tempos adultos do mundo nesta temporada. O atletismo ainda terá disputas neste domingo, com esportistas do alto rendimento e competidores da Seletiva das Paralimpíadas Universitárias.
A capital catarinense já recebeu etapas anteriores do Meeting Paralímpico Loterias Caixa, mas, de forma inédita, sedia o novo formato. Em 2024, além de atletismo, natação e halterofilismo no alto rendimento, presentes no evento desde 2021, a competição também passou a reunir provas para categorias de base organizadas pela Diretoria de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Essas disputas valem como Seletivas para as Paralimpíadas Escolares, Paralimpíadas Universitárias, Paralimpíadas Militares e Intercentros.
Meeting Paralímpico em 2024
A temporada do Meeting Paralímpico Loterias Caixa de 2024 começou em 24 de fevereiro com etapas simultâneas em Porto Alegre (RS) e Rio Branco (AC). Agora, o evento oferece mais modalidades (bocha, tiro esportivo e tiro com arco) e passará por todas as capitais brasileiras. Neste sábado, além de Florianópolis, Porto Velho (RO) também teve provas de atletismo, natação e bocha.
O Meeting Paralímpico Loterias Caixa tem o objetivo de desenvolver o paradesporto em todo o território nacional, com a participação de novos talentos e atletas de elite. É idealizado e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2021, como uma atualização dos tradicionais Circuitos Loterias Caixa, que já eram realizados desde 2005. Entre 2021 e 2023, reunia provas de atletismo, natação e halterofilismo, sendo que cada cidade sediava disputas de, pelo menos, uma dessas modalidades.
No ano passado, o Meeting teve sua primeira etapa em julho e passou por dez cidades, com mais de 3 mil atletas inscritos: Manaus (AM),Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e São Paulo (SP).
Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Meeting Paralímpico Loterias Caixa.
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da natação.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da bocha.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
