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Halterofilistas vivem expectativa por convocação aos Jogos com encerramento do Circuito Loterias Caixa 

Ailton Souza levanta peso no Circuito Paralimpico Loterias Caixa de halterofilismo. | Foto: Marcello Zambrana/CPB

A Segunda Etapa do Circuito Paralímpico Loterias Caixa de halterofilismo, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), terminou neste domingo, 30, e encerrou o ciclo de competições da modalidade antes dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que serão realizados de 28 de agosto a 8 de setembro.

O evento foi realizado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, e recebeu inscrições de 161 atletas representantes de clubes de 10 estados e do Distrito Federal (AM, AP, MG, PR, PE, RJ, RN, RR, SP e SE ). A competição teve transmissão ao vivo neste sábado, 29, pelo YouTube 
do CPB e pelo LMC+, disponível para assinantes da Vivo TV (canal 612) e Claro TV (canal 548).

Após este último teste antes do megaevento em Paris, os atletas brasileiros aguardam a convocação oficial do dia 11 de julho. Na data, serão anunciados atletas do halterofilismo e outras oito modalidades que irão representar o Brasil nos Jogos, também com transmissão pelo YouTube do CPB e no canal LMC+.

O paraibano Ailton Bento de Souza, da categoria até 80kg, atleta do clube CCF, de Aracaju (SE), é um dos que aguardam o anúncio de seu nome para garantir sua segunda participação nos Jogos, após disputar a edição de Tóquio 2020 e encerrar a competição na oitava colocação, suportando 182kg. Neste domingo, no CT, o halterofilista ergueu 190kg e ainda tentou quebrar o recorde brasileiro levantando 201kg, mas teve seu terceiro movimento invalidado. A melhor marca da categoria já é do próprio atleta, 195kg suportados em maio de 2022 no CT Paralímpico.

“Eu estou em êxtase com a possibilidade de mais uma convocação. Foi muito trabalho desde os Jogos de Tóquio. Chegar ao resultado foi sofrido. Eu mudei minha vida, direcionei tudo para chegar a isso. Dormia na academia, acordava na academia, os pesos já eram meu café da manhã, sempre com todo o apoio do meu técnico, Felipe Aidar, que é um pai para mim”, afirmou Ailton, que sofreu de paralisia infantil no momento de seu nascimento, por conta de rro médico na aplicação de uma injeção.

No último domingo, 23, o atleta levantou os mesmos 195kg suportados no Circuito na etapa da Copa do Mundo de Tbilisi, na Geórgia, e alcançou a oitava colocação no ranking de acesso aos Jogos de Paris. Para a classificação ao megaevento, um dos critérios é estar entre os oito primeiros de sua categoria, sendo que cada país pode levar apenas um representante por faixa de peso. Os critérios completos podem ser acessados neste link

A campeã paralímpica Mariana D’Andrea está na zona de classificação em duas categorias. Ela é a segunda colocada entre atletas com até 73kg, na qual foi ouro em Tóquio 2020; e primeira na categoria até 79kg, na qual se tornou campeã Mundial em Dubai no ano passado. Ela afirmou que a experiência acumulada a ajuda a lidar com a pressão da aproximação dos Jogos.

“Eu estou bem tranquila, ansiosa para chegar em Paris, mas também muito confiante. NO começo, quando comecei, eu era muito nervosa. Aquilo sempre me atrapalhou. Com o tempo, minha cabeça foi mudando e eu fiquei muito concentrada e aprendi a não deixar nada interferir“, disse Mariana, que tem baixa estatura e representa o clube Aesa, de Itu (SP).

No CT Paralímpico, durante o Circuito Loterias Caixa, Mariana ergueu 140kg e garantiu a primeira colocação na categoria até 79kg. Na mesma semana, a halterofilista venceu a disputa individual da etapa de Tbilisi da Copa do Mundo, na Geórgia, erguendo 145kg na categoria até 79kg, e fez parte da equipe feminina medalhista de ouro no torneio. A atleta já disputou os Jogos do Rio 2016 e de Tóquio 2020.

Também estiveram no CT atletas com chances de obter sua primeira convocação ao megaevento, como a amazonense Maria de Fátima Castro, do clube Adefa, de Manaus (AM), sexta colocada no ranking dos Jogos na categoria até 67kg.

“Estou muito feliz de estar com uma boa posição no ranking, motivada e sabendo que posso brigar por uma medalha. O frio na barriga vem a toda hora sempre que lembro que posso ser convocada para ir aos Jogos, para mim é surreal, não consigo explicar a sensação. São um pouco durona, mas, nesse ponto, meu coração amolece. Quero vestir a camisa da Seleção Brasileira e representar muitas mulheres que gostariam de estar no meu lugar. Vou assistir a live de convocação e torcer por todos os atletas”, disse a atleta, que disputou o Circuito em uma categoria mais pesada do que a habitual, até 73kg, e venceu a competição com um levantamento de 115kg. A atleta tem má-fomação congênita nas pernas.

Para a gaúcha Ana Paula Marques, a chance de convocação veio após um período de concentração de duas semanas em Itu, para treinar com o técnico Valdecir Lopes, responsável pela preparação de Mariana D’Andrea, antes da disputa da Copa do Mundo na Geórgia, última chance de obtenção de marcas para o ranking dos Jogos. Na Europa, Ana Paula suportou 104kg e alcançou a nona colocação no ranking da categoria até 61kg. A atleta tem chances de ser chamada para os Jogos, pois a lista das melhores atletas em sua faixa de peso conta com duas representantes do Uzbequistão e o país só poderá levar uma delas.

“O coração está a mil. Desde meu resultado em Tbilisi a emoção começou. Eu logo soube que havia ganhado colocações no ranking e já comecei a chorar.  A gente sonha muita coisa, com tudo o que vou ver, tudo o que vou sentir. Mas meu objetivo é seguir melhorando minha marca para ganhar ainda mais colocações e quem sabe pegar uma medalha”, afirmou a atleta, do clube Cetefe, do Distrito Federal, que tem lesão medular decorrente de tentativa de feminicídio cometida pelo ex-marido. Durante o Circuito, Ana Paula ergueu 102kg. Ela ainda tentou bater seu melhor resultado pessoal e levantar 105kg, mas teve o movimento invalidado.

Recordes

O Circuito Paralímpico Loterias Caixa ainda registrou a quebra de dois recordes brasileiros.

O halterofilista carioca Gustavo de Souza, 24, ergueu 249kg no final da manhã deste domingo, 30, no encerramento da competição, e estabeleceu o novo recorde brasileiro da categoria acima de 107kg. A melhor marca entre os atletas paralímpicos mais pesados já era dele, que ergueu  246kg em março, na Primeira Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa, também no CT.

O resultado também o colocaria na segunda colocação do ranking Mundial de 2024, caso a competição realizada no CT seguisse a todos os critérios para que as marcas obtidas ali tivessem validade internacional, como a presença de árbitros estrangeiros, o que não ocorreu.

“Para mim é muito importante ter uma marca expressiva. Eu não estou na corrida para os Jogos Paralímpicos, então já mirar os atletas que lideram o ranking é uma honra e uma forma de eu me colocar como um competidor em potencial. Tive momentos difíceis, queimei minhas três tentativas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, no ano passado, mas a garra e a dedicação de querer melhorar tem sido muito grande para eu estar mais preparado a cada competição. Além disso, graças às Loterias Caixa, pude começar a me dedicar inteiramente ao esporte neste ano e os resultados têm acompanhado isso”, afirmou Gustavo, do clube Adaan, do Rio de Janeiro (RJ).

Apesar dos resultados expressivos, o atleta não cumpre a todos os critérios de qualificação aos Jogos de Paris, por não ter participado de todas as competições obrigatórias nem estar no top-8 do ranking de acesso.

O Circuito Loterias Caixa ainda registrou a quebra de um recorde brasileiro no sábado, 29. O mineiro Marco Túlio de Oliveira, 21, do Praia/CDDU/Uberlândia, conquistou a melhor marca nacional categoria até 49kg ao suportar 159kg em seu terceiro levantamento. O melhor resultado nacional já era do próprio atleta, que ergueu 156kg em abril, no Meeting Paralímpico Loterias Caixa de Belo Horizonte.

A temporada nacional do halterofilismo paralímpico se encerra em dezembro, com a realização do Campeonato Brasileiro, também no CT Paralímpico.

Patrocínios 
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Circuito Loterias Caixa.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do halterofilismo.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível 
Os atletas Gustavo de Souza, Mariana D’Andrea e Maria de Fátima são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.

Time São Paulo 
A atleta Mariana D’Andrea é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 149 atletas. Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

PATROCINADORES

  • Toyota
  • Braskem
  • Loterias Caixa

APOIADORES

  • Ajinomoto

PARCEIROS

  • The Adecco Group
  • EY Institute
  • Cambridge
  • Estácio
  • Governo do Estado de São Paulo

FORNECEDORES

  • Max Recovery