Com a diminuição de tempo de jogo, consequentemente foi reduzido também o limite de faltas coletivas: cada equipe pode cometer quatro, e não mais cinco. A partir da quinta, é marcado o tiro livre direto de oito metros. Outra alteração envolvendo infrações diz respeito a faltas pessoais. Se um atleta cometer a quinta falta individual ou for expulso, e seu time já tiver realizado as seis substituições a que tem direito no período, não poderá substituí-lo por um reserva, jogando o restante do tempo com um a menos. Ou seja, se a infração for cometida no primeiro tempo, a equipe terá de esperar até o início do segundo para colocar outro atleta em quadra. Se for na etapa final, ficará em inferioridade numérica em relação ao adversário até o apito final.
Uma quarta mudança nas regras possibilitará aos times trocar seus goleiros exclusivamente para situações de pênaltis ou tiros livres diretos sem que isto conte com uma das seis substituições permitidas por tempo de jogo. Assim, caso uma equipe conte com um goleiro especialista nesse tipo de lance, poderá utilizá-lo apenas no momento da cobrança e, em seguida, retornar à formação com o titular que vinha jogando.
Para o árbitro Lúcio Morgado, coordenador de arbitragem da modalidade na Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), algumas mudanças são importantes, especialmente a que reduz o número de faltas coletivas. “Tenho visto ao longo do tempo um aumento na quantidade e proporção das faltas. Trata-se de uma oportunidade de proteger os atletas, principalmente os que consideramos mais habilidosos”, diz.
Já o técnico da Seleção Brasileira, Fábio Vasconcelos, mostra preocupação com o tempo menor de bola rolando: “A mudança do tempo de jogo, achei um retrocesso. Você mexe na intensidade das partidas. Acredito que haverá muito jogo decidido nos pênaltis, o que não é bom. Acaba nivelando por baixo”.
Opinião parecida tem o ala Ricardinho, melhor jogador do mundo. “Em vez de estarmos evoluindo, como evoluímos quando nosso jogo passou de 20 minutos corridos para cronometrados, agora vamos beneficiar as equipes menos preparadas fisicamente. Com o jogo mais curto, em tese, as equipes vão se manter mais inteiras até o fim da partida”, avaliou. “Há outras coisas que deveriam ser discutidas, como, por exemplo, uma regra para que todas as quadras sejam cobertas, especialmente em eventos internacionais. Veja o que passamos em Tóquio”, ressaltou, lembrando-se dos jogos contra Argentina e, especialmente, Marrocos, disputados sob forte chuva no Japão.
Por sua vez, a novidade envolvendo os goleiros foi aprovada por Luan, titular do Brasil desde 2013: “Acho uma boa. Isso já vem do futsal convencional, onde hoje em dia a maioria das equipes tem um goleiro especialista em bolas paradas. Então, na hora do tiro livre ou do pênalti, eles entram”.
O primeiro evento da modalidade com a inclusão das novas regras será a Supercopa, que será disputada de 23 a 26 de março, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
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