O Dia Nacional do Atleta Paralímpico é celebrado neste domingo, 22 de setembro. Oficialmente, foi instituído a partir da lei nº 12.622, de 8 de maio de 2012, na sequência ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, dia em que também foi realizado o Festival Paralímpico. Datas festivas como essa servem ainda para despertar a vontade nas pessoas com deficiência em como se tornarem um atleta paralímpico.
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) trabalha com a promoção da prática esportiva desde à iniciação esportiva, com projetos como a Escola Paralímpica de Esportes, até o mais alto rendimento, com a realização de competições em todo o Brasil, como os Meetings Loterias Caixa. Há ainda projetos para levar o esporte adaptado a todos os estados do país, como os Centros de Referência (saiba mais abaixo).
“O CPB tem a preocupação de promover o esporte à criança e ao adolescente com deficiência. A partir daí, foram criados vários projetos para que eles tivessem a oportunidade de fazer uma atividade física com qualidade em suas cidades ou regiões. E, com isso, também têm a chance de tornarem-se atletas paralímpicos com o decorrer da prática e do tempo”, explica Ramon Pereira, diretor de Desenvolvimento Esportivo do CPB.
A Escola Paralímpica de Esportes é uma grande oportunidade para crianças e jovens ingressarem no esporte adaptado. A Escolinha, como é carinhosamente chamada, surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 18 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.
Em São Paulo, as atividades são realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico, no quilômetro 11,5 da Rodovia dos Imigrantes (acesso também via metrô Jabaquara-Comitê Paralímpico Brasileiro), em São Paulo.
Os alunos são atendidos dois dias por semana, divididos em turmas às segundas e quartas-feiras, e terças e quintas-feiras, em dois horários: das 14h às 15h30 e das 16h às 17h30. Para participar do projeto, basta preencher a ficha de inscrição. O telefone para contato é (11) 4710-4214 / 4218. Para mais informações sobre a Escolinha, entrar em contato pelo e-mail: escolaparalimpica@cpb.org.br.
Já em outros Estados do país, há a opção de participar da Escola Paralímpica de Esportes via os Centros de Referência espalhados por todo o Brasil.
Os Centros de Referência fazem parte do Plano Estratégico do Comitê Paralímpico Brasileiro, elaborado em 2017 e revisado em 2021. Funcionam por meio de parcerias com universidades, bem como com secretarias municipais e estaduais, e têm como objetivo aproveitar espaços esportivos em estados de todas as regiões do país para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento.
Atualmente, o CPB conta com 72 Centros de Referência em 26 unidades federativas do Brasil (a única exceção é o estado do Piauí). Para se ter uma ideia da relevância do projeto, dos 255 atletas com deficiência do Brasil que competiram nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, 57 treinam em um Centro de Referência do CPB, ou 22% do total dos convocados.
“Este projeto dos Centros de Referência é muito importante. A realidade e a cultura de cada região do Brasil é muito diversa. Cada atleta treina em seu estado e muitas vezes precisa de um suporte maior, um espaço de treinamento com boa estrutura, equipamentos. Então, o investimento nesses Centros de Treinamento permite aos atletas ter, além de uma boa equipe, bons equipamentos para conseguir um bom rendimento”, analisou Silvana Fernandes, medalhista de bronze na categoria até 57kg do taekwondo nos Jogos de Paris 2024 e que treina no Centro de Referência da Paraíba.
O Festival Paralímpico, realizado neste sábado, 21, também é outro projeto que o CPB consegue atingir alcance em todo o território nacional. Organizado pelo CPB desde 2018, com exceção a 2020, por causa da pandemia de coronavírus, o Festival tem o objetivo de promover uma experimentação esportiva para pessoas com e sem deficiências.
Clubes pelo Brasil
Outro caminho para iniciar no esporte paralímpico é se informar, primeiramente, nas Secretarias de Esporte, de Educação, de Assistência Social e da Pessoa com Deficiência (se existir) da sua cidade, sobre quais clubes ou associações oferecem modalidades adaptadas. São os profissionais destes locais que podem fazer a iniciação e a indicação do esporte mais adequado de acordo com o tipo de deficiência do praticante.
No Brasil, existem atualmente mais de mil associações que trabalham o desporto para pessoas com deficiência em todas as regiões do país. No site do CPB, dentro da aba “Quero ser um atleta paralímpico”, os interessados podem consultar todos os clubes que estão filiados ao Comitê Paralímpico Brasileiro de todos os estados do Brasil.
Basta acessar o menu, escolher os filtros por estado e cidade, e aparecerá a relação de instituições com cadastro ativo no CPB. Há ainda a opção de escolher a modalidade a ser praticada para encontrar o clube e/ou instituição mais próximo da sua residência.
Alto rendimento
Antes de se tornar um atleta paralímpico de alto rendimento, a pessoa com deficiência precisa ingressar no esporte que pretende praticar por meio de algum clube paralímpico. Além disso, para participar de competições nacionais e internacionais (e algumas municipais e regionais), é preciso passar pela classificação, que consiste no nivelamento e na divisão por classes de acordo com as limitações.
Cada esporte possui a sua classificação específica, podendo ser oftalmológica, para os atletas com deficiência visual, funcional, para os atletas com deficiência física, e psicológica, para atletas com deficiência intelectual.
Já as participações em competições nacionais, internacionais e em Jogos Paralímpicos dependem do rendimento de cada atleta. Depois de estar filiada a algum desses clubes e praticando o esporte de maneira amadora, a pessoa com deficiência precisará se destacar em competições ou provas da sua modalidade para que o próprio clube, ou patrocinadores, comecem a investir na sua carreira como atleta paralímpico.
Uma das principais competições do calendário paralímpico nacional é o Meeting Paralímpico Loterias Caixa, que ganhou novo formato em 2024 e aumentou a sua abrangência territorial nesta temporada.
O Meeting Paralímpico Loterias Caixa tem o objetivo de desenvolver o paradesporto em todo o território nacional, com a participação de novos talentos e atletas de elite. A partir deste ano, além das provas de atletismo, natação e halterofilismo, a competição também reuniu disputas de tiro com arco, tiro esportivo e bocha. O evento foi realizado em todas as capitais brasileiras ao longo do primeiro semestre.
Entre as competições organizadas pelo CPB, há também o Circuito Brasil Loterias Caixa, considerado um dos mais importantes eventos paralímpicos nacionais de atletismo, natação e halterofilismo. Composto por fases nacionais de cada modalidade, tem como objetivo desenvolver as práticas desportivas em todos os municípios e estados brasileiros, além de melhorar o nível técnico das modalidades e dar oportunidades para atletas de elite e novos valores do esporte paralímpico do país.
Há ainda as edições do Campeonato Brasileiro das modalidades natação, atletismo, halterofilismo e tiro esportivo. Em 2024, todas disputas vão acontecer em dezembro. Participam medalhistas paralímpicos e jovens promessas do paradesporto nacional.
É importante ressaltar que a pessoa com deficiência praticante de esporte, primeiramente, deve estar filiada a algum clube da modalidade que pretende competir. Este clube ou associação também precisa se inscrever em competições paralímpicas (regionais ou nacionais), e o atleta, cumprir alguns pré-requisitos presentes no regulamento daquele evento.
Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Meeting Paralímpico Loterias Caixa
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)