A cada ciclo paralímpico fica nítida a evolução dos atletas paralímpicos e da própria competitividade nas competições. Os recursos tecnológicos usados em cada delegação tornam os treinos cada vez mais específicos, mais precisos e ajudam os técnicos a direcionar os atletas por meio do monitoramento das atividades.
Recentemente, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) passou a contar com três novas tecnologias que ajudam atletas e equipe técnica não somente nos treinamentos, mas também na mensuração de valências físicas e acompanhamento antropométrico: sensor de infravermelho, GPS para o atletismo e o exame de densitometria óssea. Os equipamentos foram adquiridos por meio da parceria com a Braskem, uma das patrocinadoras da modalidade de atletismo.
“Se os atletas não evoluírem de acordo com a tecnologia, nós ficamos para trás. E que bom que o Brasil está acompanhando isso lá fora e está trazendo as melhores tecnologias para nós nos aperfeiçoarmos e melhorarmos os resultados”, apontou o velocista tricampeão paralímpico Lucas Prado.
De acordo com o coordenador de Ciências do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Thiago Lourenço, o horizonte de conhecimento da equipe técnica sobre o atleta se expande com o uso das novas tecnologias, permitindo o acompanhamento mais próximo do atleta em três grandes pilares. “O primeiro é o controle do desempenho dos atletas, que conta com avaliações físicas e análises de desempenho em competições nacionais e internacionais. O segundo diz respeito à análise do próprio treinamento em si e o terceiro pilar é o controle do dano do tecido muscular ou cartilaginoso do atleta”, explica Thiago.
Conheça abaixo os novos equipamentos e suas funções:
1- Sensor infravermelho
O departamento de Ciência do Esporte dispõe os sensores nas raias da pista de atletismo por onde o atleta deve correr. Os equipamentos permitem monitorar o atleta por até 40 metros e são conectados ao computador e à televisão, na qual atletas e treinadores podem checar em tempo real o desempenho dos esportistas. As informações apresentadas pelos sensores são relacionadas, por exemplo, ao tempo de contato do pé do atleta com o solo e também à distância do salto, se o treino tiver este objetivo.
O equipamento monitora cada passo do atleta com uma precisão de 1/1000 de segundo. Os dados obtidos pelos sensores são processados por um software próprio que permite a obtenção de uma série de parâmetros relacionados ao desempenho do atleta monitorado com precisão e em tempo real. Assim, é possível que os treinadores ajustem e possam realizar o controle da intensidade do treino e das cargas aplicadas e, a partir da análise, desenvolver um conjunto de exercícios específicos para cada atleta, com foco nos objetivos das próximas competições.
Com o equipamento, é possível também monitorar mais de um desempenho ao mesmo tempo, no caso de atletas com deficiência visual que correm com atletas-guia ao lado.
2 – GPS
O GPS Catapult permite acompanhar cada movimento do atleta na pista. O equipamento fornece em tempo real a distância total durante o treino e a velocidade com a qual ele percorre.
Na hora de utilizar o equipamento, os atletas fazem eventos-teste na pista de atletismo e depois recebem o GPS acoplado ao colete e, a partir de então, passam a ter todos os movimentos monitorados e registrados. Tais aferições permitem que a comissão técnica faça análises personalizadas, chequem distância percorrida e velocidade, e façam avaliações de desempenho apoiados em dados exatos e objetivos, e não apenas em observações.
3 – Densitometria Óssea
O exame de densitometria óssea é responsável por proporcionar uma avaliação precisa sobre a composição corporal dos atletas. Por meio dela, é possível avaliar diversos critérios que contam sobre a saúde e porte físico do atleta, como gordura, o percentual de massa magra (músculo), e a densidade mineral dos ossos. Ou seja, com a ajuda da densitometria óssea é possível fazer uma avaliação profunda e precisa da condição física do atleta.
Além disso, a densitometria óssea é capaz de diagnosticar dados que possam indicar a perda de massa óssea, responsável em longo prazo pelo desenvolvimento da osteoporose e outras doenças que atacam os ossos e aumentam o risco de fraturas. Por se exercitarem com mais intensidade, atletas, têm mais propensão ao desenvolvimento dessas doenças, uma vez que o esforço vigoroso afeta sua estrutura corporal pelo grau de exigência física.
Usar a ciência e a tecnologia na preparação de atletas é somar recursos para que o melhor desempenho possível seja obtido da melhor maneira: com observação e análise dos estímulos e cuidado para que o atleta tenha um processo de treinos saudável e condizente com seu avanço. “O intuito [do uso das tecnologias] é fornecer dados para que sejam alcançados dois objetivos. O primeiro é o monitoramento e o segundo é o ajuste das cargas de treinamento, de forma que proporcionem menores riscos de lesões dos atletas e, consequentemente, potencializem o desempenho, que é o que a gente mais quer”, finalizou Thiago.
Patrocínios
A Braskem é patrocinadora do paratletismo.