Após a definição dos seus primeiros campeões, a Copa Brasil de esgrima em cadeira de rodas se encerrou nesta quarta-feira, 20, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
No segundo e último dia de competição, Rayssa Veras (Paulistano-SP) e Mônica Santos (GNU-RS) brilharam no florete feminino A e B e unificaram títulos nas três armas. No masculino, Lenilson de Oliveira (Paulistano), Jovane Guisssone (Paulistano) e Kevin Damasceno (GNU-RS) faturaram ouro na espada A, florete B e sabre A, respectivamente.
Ao vencer por 15 a 12 uma final disputada com muita intensidade, Rayssa Veras, do Paulistano, unificou os títulos nas três armas. Para ficar com o ouro também no florete A (ganhara na espada e no sabre), Rayssa superou no duelo decisivo Fabiana Soares, atleta do SC Magnolia-RJ.
“Não foi fácil vencer esta final. Precisei usar mais minhas paradas e mudar minha velocidade. Tive que me adaptar a essa arma, que é diferente. Começando bem o ano. Agora, é conseguir a vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris, minha maior meta”, explicou Rayssa.
A decisão do florete B reuniu, pela terceira vez nesta Copa Brasil, Mônica Santos (GNU-RS) e Rudineia Manica (ADF-PR). E a exemplo do que ocorrera na véspera, na espada e no sabre, Mônica faturou o ouro ao vencer por 15 a 11, unificando os títulos das três armas também, a exemplo de Rayssa.
“Gosto de jogar florete. É a arma na qual solto toda a minha adrenalina. Ser tricampeã é muito bom e esse torneio serviu também como preparação para o Regional das Américas. É preciso lembrar que, cada arma, tem uma técnica diferente”, comemorou Mônica.
Lenilson de Oliveira também fez bonito e garantiu sua segunda medalha nesta Copa Brasil. O atleta do Paulistano, que no dia inaugural havia conquistado ouro no florete A, repetiu a dose na espada A ao derrotar Lucas Julião, da Associação Paradesportiva de Integração Nauru-SP, pelo placar de 7 a 3.
“Confesso estar bem cansado, porém feliz com mais essa medalha. Estou com uma lesão no braço direito e, nesta final, tive que jogar mais nos contra-ataques”, analisou Lenilson, otimista numa classificação aos Jogos Paralímpicos de Paris.
Quem também conquistou sua segunda medalha de ouro na Copa Brasil na tarde desta quarta-feira foi Jovane Guissone, do Paulistano. Campeão da espada B no dia de abertura, o grande nome da esgrima brasileira ficou com o ouro no florete B ao bater Maurício Stempniak de Lima, do GNU-RS, por 15 a 3
“A disputa deste torneio foi muito boa para que pudéssemos testar ações visando o Regional das Américas e a Copa do Mundo. Estou em um novo clube, o Paulistano, e foi bom mudar de rotina. Mas quero agradecer muito à ADFP-PR pelo que fizeram por mim”, disse Jovane, falando também sobre sua expectativa para os Jogos Paralímpicos de Paris:
“Estamos estudando muito os adversários, acompanho muito. Acompanhei tudo do Campeonato Europeu disputado recentemente e estou atualizado. Na esfera mundial, temos dois chineses e um britânico como fortíssimos adversários. Antes de Tóquio, também fiz esse estudo e quero trazer uma medalha também de Paris, não importa a cor que ela seja”, concluiu.
Na última prova do dia – e também desta edição de Copa Brasil – disputada no CT Paralímpico, Kevin Damasceno, do GNU-RS ficou com o ouro no sabre A. O título veio com uma vitória por 15 a11 sobre Alex Sandro Souza, do Pinheiros-SP.
“Durante a competição eu estava ansioso, mas consegui controlar a ansiedade nesta final e consegui conquistar o título. Agora é treinar cada vez mais, pensando nos próximos desafios”, disse Kevin, que para chegar à decisão precisou derrotar seu pai, Fabio Damasceno, na fase semifinal.
Campeonato Brasileiro
O Campeonato Brasileiro da modalidade foi disputado nesta quinta-feira, 21, também no CT Paralímpico. O título ficou com o time de São Paulo, que numa final emocionante, decidida no último toque, bateu o do Rio Grande do Sul por 45 a 44.
Nascido em território gaúcho, Jovane Guissone, campeão paralímpico em Londres 2012 e vice em Tóquio 2020, transferiu-se recentemente para o Paulistano. Disputou sua primeira competição por equipes por São Paulo e se sagrou campeão.
Na semifinal, Jovane contribuiu para a vitória de sua equipe por 45 a 28 justamente sobre o Paraná, estado de seu ex-clube, a Associação de Deficientes Físicos-PR. O time paranaense foi formado por Luis Silva, Sandro Colaço, Edgard Rassan Filho e Moacir Ribeiro – todos da ADF-PR.
A final foi jogada entre a equipe de São Paulo e a do Rio Grande do Sul – que chegou como bye ao duelo decisivo. Com grandes nomes em ambos os lados, foi travada uma disputa intensa, decidida somente no último duelo, entre Alex Sandro Souza e Kevin Damasceno. Com vitória de virada obtida no último toque, os paulistas venceram por 45 a 44 e ficaram com o título.
“Quero parabenizar a todos da nossa equipe. O time do Rio Grande do Sul é muito forte, mas fomos bem desde o primeiro combate. Estou muito feliz e vamos brigar por mais medalhas”, declarou Jovane Guissone.
“Agora temos uma equipe à altura, capaz de fazer frente à do Rio Grande do Sul. Estávamos bem treinados e erramos menos. Por isso, conseguimos conquistar essa competição para São Paulo”, acrescentou Alex Sandro Souza.
A equipe campeã brasileira foi formada por Jovane Guissone (Paulistano), Alex Sandro Souza (Pinheiros), Lucas Julião e Renato Santana (ambos da API Nauru). Já o time vice-campeão, composto em sua totalidade por atletas do Grêmio Náutico União, teve Maurício Stempniak de Lima, Vanderson Chaves e Fabio e Kevin Damasceno.
*Com informações da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE).
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
O atleta Jovane Guissone é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
