Centro de Treinamento
Paralímpico Brasileiro

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Como era o esporte paralímpico no Brasil antes do CPB?

A fundação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em 1995, foi um marco para a evolução do desempenho do país nas competições do paradesporto. Neste mês, em comemoração aos 26 anos do CPB, destacamos este crescimento após a criação do Comitê. Mas você consegue imaginar como era o esporte paralímpico no Brasil antes da fundação do CPB? É isso que nós iremos contar nos próximos parágrafos.

Para competições internacionais, como os Jogos Paralímpicos, o ICC (Comitê de Coordenação Internacional) exigia a cada país que houvesse apenas um interlocutor oficial que representasse todo o movimento paralímpico do Brasil junto ao Comitê. Até o ano de 1984, este papel foi desempenhado pela precursora do CPB, a ANDE, cuja sigla correspondia à Associação Nacional de Desporto para Excepcionais (posteriormente, a palavra Excepcionais foi substituída pela terminologia Deficiente). Atualmente, a entidade rege as modalidades da bocha, do futebol de 7 e da petra (modalidade do atletismo na qual os atletas correm com os seus próprios pés apoiando-se em uma espécie de triciclo sem pedais).

Ainda antes da criação do CPB, importantes ações a respeito do paradesporto já começavam a despontar no país. Um desses marcos foi a “Carta de Batatais”, de dezembro de 1986, que  instituiu  a  disciplina  de  Educação  Física  Adaptada  nos  currículos  de  formação  superior em Educação Física. Os envolvidos na criação deste importante documento já articulavam a criação do Comitê Paralímpico Brasileiro. Vanilton Senatore, integrante do Grupo de Trabalho (GT) responsável pela criação do CPB e participante da Carta, fala sobre o período de institucionalização do órgão:

“Os trabalhos desenvolvidos pelos GT de 1988 e 1991/1992 se pautaram pelas normas e procedimentos adotados internacionalmente pelo ICC e IPC [Comitê Paralímpico Internacional] e serviram de base para uma nova postura do movimento paralímpico brasileiro propiciando que as entidades nacionais, espelhadas na tendência mundial e nos ensinamentos adquiridos na preparação e participação nos Jogos de 1988 e 1992, caminhassem de forma determinada para a criação do CPB – Comitê Paralímpico Brasileiro”, em declaração ao livro “O esporte como ferramenta de reconhecimento e valorizacão da pessoa com deficiência no Brasil”, dos autores José Irineu Gorla e Decio Roberto Calegari.

 Professor Vanilton Senatore palestra no Primeiro Seminário Internacional Paralímpico Escolar. Vanilton veste uma camisa de manga longa branca e segura um microfone na mão direita.
                             Foto: Marcello Zambrana/ CPB

Legenda: Professor Vanilton Senatore palestra no Primeiro Seminário Internacional Paralímpico Escolar, em julho de 2017

O Comitê Paralímpico Brasileiro foi fundado no dia 9 de fevereiro de 1995, e sua primeira sede foi constituída nas dependências da ANDEF (Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos), em Niterói, no Rio de Janeiro. À época, o presidente da instituição era João Batista Carvalho e Silva, importante figura na luta pelos direitos da pessoa com deficiência. Desde 1981 o ex-presidente do CPB levanta a bandeira da causa ao lado de sua esposa, a médica e ex-deputada estadual no Rio de Janeiro, Tânia Rodrigues, que contraiu poliomielite aos três anos de idade.

“Levar uma delegação brasileira aos Jogos Paralímpicos, nós conseguimos fazer, mas fazer da participação dos nossos atletas um evento pra mexer com a estrutura do esporte e da sociedade era o nosso desafio. Nós conseguimos, com um trabalho bem alicerçado no planejamento e com ampla estratégia de comunicação. Foi o começo de uma caminhada que levou o CPB ao patamar em que se encontra atualmente”, afirmou João Batista durante o Congresso Paradesportivo, realizado no CT Paralímpico em 2018.

Competições antes do CPB

A primeira participação do Brasil em Jogos Paralímpicos aconteceu em 1972, na cidade de Heidelberg, na Alemanha Ocidental. A delegação brasileira contava com 20 atletas, todos do sexo masculino, que representaram o país nas modalidades de tiro com arco, atletismo, natação e basquete em cadeira de rodas. A estreia ocorreu sem medalhas.

O pódio em Jogos Paralímpicos veio pela primeira vez em Toronto, Canadá, em 1976, com a prata de Robson no lawn bowls, um tipo de bocha na grama, em dupla com Luiz Carlos “Curtinho”. Este resultado rendeu ao Brasil o 31º lugar no quadro geral de medalhas.

Diversos atletas conquistaram medalhas para o Brasil antes da criação do CPB. O vídeo a seguir presta uma homenagem a estes atletas que foram precursores no paradesporto no país. Confira:

               


Evolução do Brasil nos Jogos Paralímpicos após o CPB

Logo em 1996, um ano após a criação do CPB, o Brasil participou dos Jogos Paralímpicos, em Atlanta, conquistando 21 medalhas. Na edição seguinte, em Sydney 2000, os atletas do paradesporto brasileiro subiram ao pódio 22 vezes. 

Antes da criação do Comitê Paralímpico Brasileiro, o país nunca havia ocupado uma das 10 primeiras posições no quadro geral de medalhas em Jogos Paralímpicos. Este cenário mudou em 2008, em Pequim, quando os país alcançou o nono lugar geral. Desde então, se mantém entre as 10 maiores potências paralímpicas no esporte.


Descrição da imagem: Gráfico mostra uma linha do tempo com três tipos de informação do Brasil em cada edição dos Jogos Paralímpicos: total de medalhas, colocação e números de modalidades; em Heidelberg 1972, foram zero medalha e quatro modalidades; em Toronto 1976, foi uma medalha de prata, nove modalidades e na trigésima primeira colocação; em Stoke Mandeville 1984, foram sete de ouro, dezessete de prata e quatro de bronze, duas modalidades e na vigésima quarta colocação; em Seul 1988, foram quatro de ouro, nove de prata e catorze de bronze, cinco modalidades e na vigésima quinta colocação; em Barcelona1992, foram três de ouro e quatro de bronze, seis modalidades e trigésima segunda colocação; em Atlanta 1996, foram duas de ouro, seis de prata e treze de bronze, dez modalidades e na trigésima sétima colocação; em Sydney 2000, foram seis de ouro, dez de prata e seis de bronze, nove modalidades e na vigésima quarta colocação; em Atenas 2004, foram catorze de ouro, doze de prata e sete de bronze, treze modalidades e na décima quarta colocação; em Pequim 2008, foram dezesseis de ouro, catorze de prata e dezessete de bronze, dezessete modalidades e na nona colocação; em Londres 2012, foram vinte e uma de ouro, catorze de prata e oito de bronze, dezoito modalidades e na sétima colocação; no Rio 2016, foram catorze de ouro, vinte e nove de prata e vinte e nove de bronze, vinte e duas modalidades e na oitava colocação.

Recursos 

O Comitê Paralímpico Brasileiro está intimamente ligado ao crescimento, difusão e adesão do esporte paralímpico no país. Antes da criação do órgão, a verba para atividades e competições paradesportivas provinham majoritariamente do Governo Federal e estes recursos passaram a integrar o orçamento da união pela primeira vez a partir de 1991.

Dez anos depois, um reforço especial foi destinado ao esporte adaptado. Foi sancionada a Lei Agnelo/Piva, que estabeleceu que parte dos recursos arrecadados na loteria federal seria destinada ao paradesporto. Este incremento financeiro possibilitou a expansão das iniciativas esportivas por todo o país, além de crescimento estrutural e técnico.
 

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