Os Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeongChang 2018 se encerraram no domingo, 18, na Coreia do Sul, e reuniram 567 atletas de 48 países. Durante nove dias de disputas, os competidores batalharam por medalhas em seis esportes: snowboard, esqui cross-country, curling em cadeira de rodas, hóquei e biatlo.
Em sua segunda participação em Jogos de Inverno, o Brasil pôde celebrar, entre outras coisas, a presença da primeira mulher e resultados inéditos e históricos.
Confira cinco fatos marcantes sobre a participação brasileira em PyeongChang.
1. Delegação 50% maior
A estreia do Brasil em Jogos Paralímpicos de Inverno ocorreu em Sochi, na Rússia, há quatro anos. Em 2014, a delegação tinha apenas dois atletas: o esquiador Fernando Aranha, do cross-country, e o snowboarder André Cintra. Em 2018, o time cresceu em 50%. Além do paulista André, a paranaense Aline Rocha e o rondoniense Cristian Ribera integraram a equipe em PyeonChang. A meta, de acordo com Stefano Arnhold, presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), é aumentar este número para os próximos Jogos, em Pequim, em 2022. “No nosso planejamento, a ideia é ter competidores no biatlo e nas classes visual e standing do esqui cross-country. Já temos o Thomaz Moraes no standing, que é um excelente atleta, mas que não pôde estar na Coreia em função do sistema de cotas. Em Pequim, queremos também mais mulheres. Se tudo der certo, poderemos ter uma atleta no snowboarder feminino”, afirmou.
2. Dois top 10 no currículo do veterano
Veterano da delegação, o snowboarder paulista André Cintra, 38 anos, aproveitou bem toda a experiência acumulada nos últimos quatro anos desde a sua estreia em Sochi e conquistou dois top 10 nas provas que disputou. Terminou em 10º tanto no snowboard cross quanto no banked slalom. “Estou muito feliz e orgulhoso de poder ter competido mais uma vez nos Jogos de Inverno. Há quatro anos, sabia muito pouco sobre o esporte, sobre a neve. Agora, conquistei dois top 10. Foi uma grande avanço para mim e para o país”, disse ele, que perdeu parte da perna direita devido a um acidente de moto quando tinha 17 anos.
3. Resultado histórico com apenas 15 anos
Rondoniense de Cerejeiras, cidade com pouco mais de 18 mil habitantes, Cristian Ribera foi uma das sensações dos Jogos. Atleta mais jovem da competição, o brasileiro de apenas 15 anos surpreendeu logo na primeira prova. Na disputa dos 15km do esqui cross-country, figurou entre os primeiros colocados durante quase todo o percurso e encerrou em 6º lugar no geral. A colocação entrou para a história como o melhor resultado já alcançado pelo Brasil em Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno e, também, como a melhor performance entre os sul-americanos na história dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Nas outras provas que disputou, Cristian também teve atuações sólidas: foi 9º nos 7.5km e 15º no 1.1km. No revezamento misto 4×2.5km ao lado de Aline Rocha, terminou em 13º. “PyeongChang foi muito além do que eu esperava. Realizei o sonho de estar nos Jogos e ainda melhorei todas as minhas marcas”, disse ele, que já passou por 21 cirurgias para correção das pernas em função de uma artrogripose – doença congênita das articulações das extremidades. Graças aos feitos na Coreia, Cristian foi escolhido como porta-bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento.
4. A primeira mulher da delegação
A paranaense Aline Rocha, 27 anos, se tornou a primeira mulher do país a competir em uma edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Em PyeongChang, ainda era a única sul-americana inscrita. A atleta, que foi porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, disputou quatro provas na Coreia, sendo três individuais e um revezamento ao lado de Cristian. Nas performances solo, conquistou dois top 15: nos 12km (15º) e nos 5km (12º). No sprint (1.1km), terminou em 22º. “Sinto um orgulho imenso de poder representar a categoria feminina tanto para o Brasil quanto para a América do Sul. Espero que a minha presença em PyeongChang incentive outras mulheres”, comentou ela, que sofreu um acidente de carro aos 15 anos que lesionou sua medula e a fez perder os movimentos das pernas.
5. Meta de medalha em 2026
O pódio ainda não veio para o Brasil, mas a meta é de chegar aos top 5 na próxima edição, em 2022, e, em 2026, conquistar a primeira medalha para o país. Tudo isso segundo o planejamento da CBDN e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para os esportes paralímpicos de neve. “Estamos muito felizes com a participação do Brasil nos Jogos. Lá em 2012, quando nos aproximamos da CBDN para iniciar o projeto vimos que eles tinham um planejamento consistente e muita experiência. O plano até 2026 passava, claro, por Sochi 2014, PyeonChang 2018 e Pequim 2022. Aqui, já conseguimos resultados superiores ao que esperávamos. Isso só nos dá mais entusiasmo para que sigamos fazendo um bom trabalho para concretizar este objetivo de conquistar medalha em 2026”, explicou Mizael Conrado, presidente do CPB.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)