Nas provas de campo do atletismo paralímpico, os atletas contam com um artigo individual tão importante quanto os dardos, discos ou peso para conquistar uma medalha nas disputas de arremesso ou lançamento: a cadeira.
Isso porque cada atleta e treinador devem construir a estrutura da cadeira (também chamada de banco de lançamento) de acordo com a deficiência de cada atleta, possibilitando a ele uma maior mobilidade, segurança e estabilidade na hora de executar o movimento do arremesso.
No entanto, para ter a sua cadeira própria, o atleta paralímpico precisa obedecer a algumas normas que são exigidas em competições como os Mundiais de atletismo e Jogos Paralímpicos. Uma das exigências, por exemplo, é a altura máxima da cadeira de 75 cm.
“A cadeira é bastante individual. Quando iniciei, não tinha muita noção em como amarrar, como seria o tamanho ideal. Só com o tempo, fui adquirindo essa experiência. A cadeira é a base do arremesso e lançamento que fazemos sentados, é como se fosse a nossa perna de apoio. O que muda de um atleta para o outro é o posicionamento e o jeito de amarrar, cada um tem o seu estilo”, explica Thiago Paulino, bicampeão mundial e parapan-americano no arremesso de peso, pela classe F57 (para cadeirantes).
Em provas oficiais, a cadeira é fixada a uma plataforma por fitas com esticadores ou correntes. Por isso, é fundamental que a cadeira tenha pontos de ancoragem para que a fixação seja possível.
“A cadeira tem uma importância muito grande para mim. Foi a cadeira que fez eu bater o recorde brasileiro, o das Américas e, espero, que me ajude a alcançar o recorde mundial. Ela me acompanhou por toda a minha trajetória. Estou com essa cadeira desde os meus 12 anos. Ela é como se fosse um brinquedo que sempre vai estar ali comigo”, completa Raissa Rocha, campeã parapan-americana em Lima e bronze no Mundial de atletismo em Dubai no lançamento de dardo, pela classe F56 (para cadeirantes).
O tipo de material é outro fator que os atletas paralímpicos precisam se atentar no momento de ingressar nas provas de arremesso e lançamento. Geralmente, as cadeiras são feitas de ferro ou alumínio. No entanto, dependendo da escolha, o atleta pode ter problemas ao precisar realizar o transporte ou nas amarrações.
“Um dos motivos de ter mudado o material da cadeira, de ferro para alumínio, foi para não dar mais excesso de peso na hora de fazer uma viagem internacional ou mesmo dentro do Brasil. Antes, a cadeira pesava pouco mais de 30 kg e hoje pesa 16 kg”, aponta o arremessador paulista.
“Antigamente, passava por muitos transtornos no aeroporto. Algumas companhias aéreas não deixavam levar as cadeiras de ferro”, recorda a lançadora baiana.
Confira as principais regras para a cadeira das provas de arremesso e lançamento paralímpico*:
– A altura máxima da superfície da cadeira, incluindo as almofadas do assento, não deve exceder 75 cm;
– Cada cadeira de lançamento/arremesso deve ter um assento no formato quadrado ou retangular (não pode ser redondo) e cada lado com pelo menos 30 cm de comprimento;
– A cadeira de lançamento/arremesso pode incorporar apoios laterais, dianteiros e traseiros, para fins de segurança e estabilidade do atleta; estes apoios não devem conter molas ou juntas móveis para auxiliar na potência do arremesso;
– Todas as partes da cadeira de arremesso/lançamento devem ser fixas; qualquer movimento durante a ação do arremesso pode invalidar a distância atingida.
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*Fonte: Regras e Regulamentos 2020-2021 da World Para Athletics, órgão que administra o atletismo no Comitê Paralímpico Internacional (IPC)
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)