Visando o controle de treinamento para os Jogos Paralimpicos de Paris, a equipe de natação tem realizado semanalmente avaliações de salto sob supervisão do departamento de Ciência do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Dentre os atletas que participam desse monitoramento estão Carol Santiago, Ana Karolina Oliveira, Talisson Glock. Esthefany Rodrigues, Vitoria Ribeiro e José Perdigão.
Uma das formas de preparadores físicos e treinadores guiarem os estímulos de treino a serem aplicados nos atletas é por meio de testes físicos dentro ou fora da água. Uma dessas avaliações realizadas pela equipe de natação longe das piscinas é o salto vertical.
Diversos equipamentos são usados para a avaliação da altura de salto, mas no CPB, o departamento de Ciência do Esporte conta com barras de um metro de largura e 500 sensores infravermelhos que dão informações confiáveis, sensíveis e instantâneas para a equipe.
É por meio do acompanhamento com essas barras que a equipe técnica monitora o desenvolvimento dos atletas frente ao que desejam para cada atleta, principalmente, para os treinamentos realizados na academia.
Isso porque, de maneira geral, todo e qualquer treinamento gera pequenos danos à estrutura dos músculos e, é justamente no momento de reparar esses pequenos danos, que os ganhos de desempenho acontecem. Esse processo é chamado tecnicamente de supercompensação.
Mas uma pergunta que sempre surge em meio aos cientistas do esporte, técnicos e preparadores físicos é como saber se o músculo está reparado ou recuperado para novos estímulos de treinamento? Além disso, outra dúvida que surge é: será que os objetivos do planejamento estão indo no sentido desejado?
É nesse momento que a avaliação de salto vertical auxilia nas tomadas de decisão. Vários estudos apontam que diminuições consecutivas no desempenho podem induzir uma situação preocupante para o desempenho dos atletas. Desta forma, possivelmente maiores períodos de descanso, estratégias de recuperação e alimentos específicos podem contribuir para a manutenção da saúde dos atletas.
Como forma de exemplificar com dados práticos essa análise, abaixo está a evolução da altura de salto (em centímetros) de um atleta da equipe de natação.
Podemos observar um aumento da altura de maio até o dia 14 de junho. Porém, a semana de 14 a 17 de junho deste ano apresentou uma ligeira diminuição. Mas, o que fazer nesta situação?
Nesta situação, na qual o desempenho do salto vertical apresenta uma diminuição após uma série de aumentos sequenciais, uma maior atenção aos processos de recuperação do atleta (tempo de descanso entre as sessões de treino, qualidade do sono), ingesta alimentar e, principalmente, as próximas cargas de treinamento que serão aplicadas.
Esse é o papel do departamento de Ciência do Esporte do CPB. Alertar treinadores e membros da comissão técnica sobre o andamento esperado ou não do processo de treino para que decisões e ajustes diários possam ser realizados antes que as lesões aconteçam ou mesmo para que algum ajuste nos conteúdos de treinamento possa ser realizado.
Para saber mais sobre outras ferramentas de controle de cargas de treinamento, consulte a página de artigos e leia o material Tecnologias e práticas atuais para avaliar a carga externa de treinamento no esporte paralímpico.