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Atleta da bocha será o primeiro formado em Escola de Esportes do CPB a disputar Jogos Paralímpicos

André Martins em ação durante o Parapan de Santiago 2023 | Foto: Ana Patrícia / CPB @anapatricia.foto @ocpboficial

Nota atualizada às 16h33 do dia 16/08/2024

O maranhense André Martins, 21, será o primeiro atleta do país formado no projeto Escola Paralímpica de Esportes, idealizada e realizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a disputar uma edição de Jogos Paralímpicos. Em Paris 2024, que acontece de 28 de agosto a 08 de setembro, ele vai competir na bocha pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

A Escolinha, como é carinhosamente chamada, surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

André, que teve diagnosticada uma Distrofia Muscular de Duchenne (doença neuromuscular genética) aos cinco anos de idade, começou a praticar bocha desde que iniciou no projeto do CPB. Ficou por cinco anos na Escolinha, de 2018 a 2023.

“Para mim, é motivo de muita alegria e satisfação ter conhecido a Escolinha, que abriu as portas para o esporte. Eu mesmo não tinha noção que poderia ser um atleta. A Escola Paralímpica de Esportes foi muito importante para mim, me integrou na sociedade de uma outra forma”, afirmou André, nascido na cidade de Santa Inês (MA).

“A forma que aprendi as regras do esporte e como ser um atleta. Isso é o que eu mais levo comigo da época que estive no projeto”, completou.

Após conquistar títulos em competições de jovens, o atleta ganhou dois ouros na sua primeira missão internacional na carreira, o Parapan de Jovens, em Bogotá 2023: no individual masculino e nas duplas mistas BC4, ao lado justamente de Laissa Guerreira, sua atual companheira na Seleção adulta.

No ano passado, esteve também no Parapan adulto, que aconteceu em Santiago (CHI), em novembro. No entanto, naquela competição, André esteve acompanhado de outros três atletas também formados na Escolinha: Vinicius de Oliveira, do badminton, Alessandra de Oliveira, da natação, e Marcelly Pedroso, do atletismo.

“Estou bastante ansioso mas, ao mesmo tempo, bem confiante. Acredito que temos chance de buscar uma medalha para o Brasil, tanto no individual quanto nos pares BC4“, finalizou André, que será um dos 88 estreantes da delegação brasileira em Paris 2024.

O Brasil terá 255 atletas com deficiência na competição na capital francesa. Ao todo, também foram convocados 19 atletas-guia (sendo 16 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo, totalizando 280 competidores na capital francesa.

Essa já é a maior delegação brasileira convocada para uma edição dos Jogos fora do Brasil. Antes, a maior equipe nacional era de 259 convocados em Tóquio 2020. O recorde de participantes do país foi nos Jogos do Rio 2016, ocasião em que o Brasil sediou o megaevento e contou com 278 atletas com deficiência em todas as 22 modalidades já classificadas automaticamente.

Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze), ou seja, está a 27 conquistas do seu 400º pódio no evento. Na última edição, Tóquio 2020, o país fez a sua melhor campanha com 72 medalhas no total, a mesma quantidade obtida nos Jogos do Rio 2016. Destas, 22 foram de ouro, superando as 21 de Londres 2012. Ainda foram mais 20 pratas e 30 bronzes no Japão.

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