Até o final do ano passado, judocas das três classificações oftalmológicas – B1 (cego), B2 (percepção de vulto) e B3 (definição de imagem) – lutavam entre si dentro de cada peso. Agora, quem for cego total (B1) só luta contra cego total em uma nova categoria que se chama J1. Quem era B2 e B3 duela apenas contra oponentes dessas mesmas classificações em outra categoria chamada J2.
Além disso, houve alteração na divisão por peso. Foram extintas quatro divisões do masculino e se criou uma nova para os pesados, que será acima de 90 kg. As categorias ficaram assim: até 60 kg, até 73 kg, até 90 kg e acima de 90 kg.
No feminino, duas divisões foram excluídas e as categorias atuais são: até 48 kg, até 57 kg, até 70 kg e acima de 70 kg. Tais mudanças impactaram Alana. Na capital chinesa, ela foi campeã na categoria até 70 kg, que, agora, teve o acréscimo de atletas que disputavam na divisão até 63 kg.
“Com isso, não conheço quais serão minhas novas adversárias nas competições internacionais. É um grande desafio”, disse a paulista de Tupã, que descobriu a doença de Stargardt aos 14 anos e entrou no judô paralímpico em 2014.
Nesta entrevista, Alana falou sobre a adaptação às novas regras, suas expectativas para o ciclo de Paris 2024 e o calendário da modalidade em 2022. Confira:
As mudanças de regras do judô, de alguma forma, impactaram na sua preparação?
Sim. É um grande desafio que a gente tem. No meu caso, a minha categoria se juntou com a das atletas de até 63 kg. Então, eu não conheço as minhas adversárias lá fora. O Grand Prix será importante neste sentido, pois será a minha primeira competição com as novas regras. Isso me permite enfrentar lutadoras mais leves aqui e me preparar adequadamente para os torneios internacionais.
Depois de ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e chegar ao topo do paradesporto mundial, qual é a sua motivação para disputar o Grand Prix?
Quanto mais competições tivermos, melhor para nos prepararmos. Então, todos os torneios, sejam nacionais ou internacionais, independentemente do número de judocas, são muito importantes. E lutar no CT Paralímpico, que é a nossa casa, é sempre especial.
Você passou por uma cirurgia no final do ano passado. Como se encontra física e psicologicamente?
Eu me encontro muito bem e pronta para o calendário deste ano, que é bastante longo para nós. Depois do Grand Prix nacional, teremos duas etapas do Grand Prix internacional, em abril e maio, na Turquia e no Cazaquistão, respectivamente. Já no segundo semestre, em julho, haverá mais uma etapa do torneio, mas, desta vez, no Brasil. E, em novembro, haverá o Mundial no Azerbaijão.
E quais são suas expectativas paras tais competições?
É sempre importante pontuar e tentar manter a liderança do ranking mundial. Vou para esses torneios em busca de defender meus títulos e ser bicampeã mundial em novembro. Esse último é o meu objetivo principal em 2022.
Time São Paulo
A atleta Alana Maldonado é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 57 atletas de 11 modalidades.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
A atleta Alana Maldonado é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.
Patrocínio
O judô tem patrocínio das Loterias Caixa.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)