Braço de desenvolvimento do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), a Agitos Foundation pede à comunidade internacional o suporte para ajudar refugiados com uma deficiência a entrar no esporte paralímpico. A meta é levantar 25 mil euros para um projeto inovador.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a UNHCR (sigla em inglês), organizações de auxílio estimam que um em cada cinco refugiados dos conflitos da Síria possui uma deficiência física, intelectual ou sensorial. Ao todo, são cerca de 4 milhões de refugiados decorrentes do conflito.
A Agitos Foundation lançou um apelo por captação de recurso nesta terça, 29, para auxiliar em um projeto que envolverá países como a Grécia, Sérvia e Chipre. A ideia é dar aos refugiados que vivem em campos e comunidades o acesso ao paradesporto.
As doações podem ser feitas pelo Generosity, uma plataforma filantrópica de financiamento coletivo (crowdfunding). O link para a página é: https://www.generosity.com/sports-fundraising/bring-the-power-of-sport-to-disabled-refugees
O poder transformativo do esporte paralímpico foi demonstrado mais uma vez nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Pela primeira vez, dois atletas paralímpicos refugiados competiram por uma equipe de Atletas Paralímpicos Independentes (IPA, em inglês). Ibrahim Al-Hussein, da Síria, e o iraniano Shahrad Nasajpour chamaram a atenção para as difíceis condições de milhares de pessoas com deficiência que deixaram suas casas.
Bom judoca e nadador, Ibrahim teve sua perna explodida em um ataque a bomba em sua cidade-natal, Dir al-Zour, em 2013. Ele recebeu cuidados básicos antes de deixar a Síria para a Turquia e, em seguida, embarcar em um barco para a Grécia, onde pôde começar novamente em Atenas.
Ele começou a nadar e jogar basquete em cadeira de rodas. Pôde carregar a chama olímpica pelo campo de refugiados de Eleonas durante a cerimônia de revezamento da tocha olímpica do Rio 2016. Treinou ainda junto com o time nacional paralímpico grego antes de ser colocado no time IPA.
Contudo, Ibrahim é um dos sortudos. Nem todo refugiado com uma deficiência pôde ter o benefício que o esporte pode trazer às suas vidas. A Agitos Foundation quer mudar esta situação e pede às pessoas ao redor do mundo que apoiem o esforço para oferecer a mesma esperança para todos.
A verba levantada irá para os projetos dos Comitês Paralímpicos da Grécia, Chipre e Sérvia, que são organizados pelo comitê grego em parceria com a Universidade de Atenas. A UNHCR também apoia a causa.
O objetivo é trazer mais informação e oportunidades esportivas a aqueles deficientes em meio às populações de refugiados nos respectivos países.
“Posso dizer que 2016 foi definitivamente o melhor ano da minha vida. Mas o Rio 2016 foi apenas o começo. Desde que retornei dos Jogos Paralímpicos, minha vida deu uma guinada e houve a abertura de muitas portas para mim. Todos deveriam praticar esportes e frequentar associações esportivas quando possível. Nada é difícil demais e não há deficiência. Tudo pode ser superado”, disse Ibragim Al-Hussein.
O projeto fornecerá informação sobre esporte paralímpico a agências que controlam os campos de refugiados, registrará as pessoas, especialmente crianças, com deficiência, e dará a eles a chance de saber mais sobre o Movimento Paralímpico. Haverá ainda a chance de organizar treinamentos de campo para assegurar que refugiados com deficiência tenham acesso a programas e competições.
A intenção inicial é de conseguir 25 mil euros. Qualquer valor que ultrapasse esta meta irá diretamente para o Time IPA em 2017 – onde, por exemplo, Ibrahim pretente competir no Campeonato Mundial de Natação Paralímpica. Shahrad tem em vista correr no Mundial de Atletismo Paralímpico.
A ação de captação de recursos da Agitos Foundation começará no dia 29 de novembro e se encerrará no dia 3 de dezembro – data que marca o Dia Internacional da Pessoa Com Deficiência da ONU.
Uma série de matérias e artigos serão publicados sobre os refugiados e Time IPA no site www.agitosfoundation.org. Vídeos, fotos e atualizações estarão disponíveis no Facebook e no Twitter @Agitos ou pesquisando #TeamAgitos.
Com informações do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês)
Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
