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Bocha do Brasil chega a Paris embalada com título mundial inédito e boas campanhas na Copa do Mundo

Andreza Vitória, e sua auxiliar Poliana Cruz, após conquista de medalha de bronze no Parapan de Santiago 2023 | Foto: Washington Alves / CPB

Embalada pelo título mundial inédito feminino em 2022 da pernambucana Andreza Vitória neste último ciclo paralímpico, a Seleção Brasileira de bocha estreia nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 no próximo dia 29 de agosto em busca de uma das suas melhores campanhas na história da competição.

A bocha é uma das modalidades que mais conquistou medalhas para o Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. Até agora, foram 11 pódios, sendo seis ouros, uma prata e quatro bronzes. Fica atrás somente de atletismo (170 medalhas), natação (125) e judô (25).

A melhor campanha do país na modalidade em Jogos aconteceu em Londres 2012, quando os brasileiros subiram ao pódio quatro vezes: três ouros (com Maciel Santos no individual da classe BC2, Dirceu Pinto no individual BC4 e novamente Dirceu e Eliseu dos Santos nos pares BC4), além de um bronze com Eliseu no individual BC4.

Uma das revelações das Paralimpíadas Escolares, maior evento esportivo do mundo para jovens com deficiência em idade escolar e organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, Andreza Vitória chega para a sua segunda edição de Jogos Paralímpicos (a primeira foi em Tóquio 2020) com o status de atual campeã mundial.

Ela já é fruto de um trabalho de renovação que a Associação Nacional de Desportos para Deficientes (ANDE), que rege a modalidade em âmbito nacional, procurou realizar nos últimos anos. Depois dela, surgiram novos nomes na modalidade neste último ciclo e que estarão em Paris pela primeira vez.

O maranhense André Martins, 21, é um deles. Ele será o primeiro atleta do país formado no projeto Escola Paralímpica de Esportes, idealizada e realizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a disputar uma edição de Jogos Paralímpicos. Ele vai competir pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

O potiguar Iuri Tauan, 21, e a paraibana Laissa Guerreira, 18, ambos também revelados nas Paralimpíadas Escolares, foram outras ‘caras novas’ que despontaram no cenário nacional e mundial da bocha desde Tóquio 2020.  

“Foi um ciclo mais curto, de três anos apenas. Neste ciclo paralímpico, houve mudanças nas regras, como a separação de gênero, com homens e mulheres competindo separadamente. Então, precisamos fazer um novo trabalho por causa disso. Mesmo assim, conseguimos crescer durante as etapas da Copa do Mundo com bons resultados. Até mesmo nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, conseguimos a classificação da maioria das vagas para Paris. Então, os atletas estão bem animados para esta edição de Jogos”, avaliou Vitor Pereira, supervisor técnico da ANDE.

O bom desempenho nas últimas etapas da Copa do Mundo de bocha também deu ainda mais confiança para os atletas do Brasil tentarem superar as quatro medalhas obtidas em Londres 2012. A competição é um dos eventos mais importantes do calendário internacional da modalidade e serve como avaliação e preparação para os Jogos Paralímpicos.

Em junho deste ano, na etapa realizada pela primeira vez no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, o cearense Maciel Santos foi campeão no individual da classe BC2 (não podem receber assistência). O Brasil levou ainda mais quatro medalhas na ocasião: três pratas, com a paulista Evelyn Oliveira, o mineiro Mateus Carvalho e o paranaense Eliseu dos Santos, além do bronze de Andreza Vitória.

Já na etapa da Copa do Mundo de Póvoa do Varzim, em Portugal, em julho, a Seleção Brasileira de bocha paralímpica conquistou outras seis medalhas: quatro ouros, uma prata e um bronze.

Brasil terá 255 atletas com deficiência na competição na capital francesa. Ao todo, também foram convocados 19 atletas-guia (sendo 16 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo, totalizando 280 competidores na capital francesa.

Essa já é a maior delegação brasileira convocada para uma edição dos Jogos fora do Brasil. Antes, a maior equipe nacional era de 259 convocados em Tóquio 2020. O recorde de participantes do país foi nos Jogos do Rio 2016, ocasião em que o Brasil sediou o megaevento e contou com 278 atletas com deficiência em todas as 22 modalidades já classificadas automaticamente.

Na história dos Jogos Paralímpicos, o Brasil já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze), ou seja, está a 27 conquistas do seu 400º pódio no evento. Na última edição, Tóquio 2020, o país fez a sua melhor campanha com 72 medalhas no total, a mesma quantidade obtida nos Jogos do Rio 2016. Destas, 22 foram de ouro, superando as 21 de Londres 2012. Ainda foram mais 20 pratas e 30 bronzes no Japão.

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