No terceiro dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, nesta segunda-feira, 20, o nadador mineiro Gabriel Araújo conquistou a sua primeira medalha nesta edição. O ouro dele foi uma das 19 medalhas que o Brasil ganhou nesta manhã na capital chilena – foram nove ouros, duas pratas e oito bronzes no total. O país ainda vai disputar finais no judô, tiro esportivo, natação, halterofilismo e tênis de mesa até o término do dia. A competição reúne cerca de 1.900 esportistas de 31 países até o dia 26 de novembro.
Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.
O pódio dourado de Gabrielzinho, como o atleta é conhecido, veio na prova dos 100m costas da classe S2 (comprometimento físico-motor), após o brasileiro registrar um tempo de 2min00s02, batendo o recorde parapan-americano que pertencia ao chileno Alberto Abarza, de 2min05s12, conquistado em Lima, Peru, no dia 28 de agosto de 2019.
A prata ficou justamente com o chileno Alberto Diaz Abarza, que fez o tempo de 2min06s98, e o bronze foi para o peruano Rodrigo Santillan, com 2min18s48. O também brasileiro José Ronaldo terminou a prova na sexta colocação, com tempo de 3min13s06.
“Foi uma prova muito boa, fiz uma passagem boa, a volta pesei um pouquinho, mas deu para sustentar. Fiz o tempo que eu queria, estou muito feliz. Eu gosto muito de sentir essa pressão, desse caldeirão aqui, porque ele [o chileno] tá em casa, então eu estou totalmente desfavorável, mas minha torcida está ali representando com certeza. Estou muito feliz e, agora, sim começou a bagunça, começou a brincadeira. Gabrielzinho está no Parapan”, disse Gabriel Araújo, 21, que tem focomelia (doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas).
Além de Gabriel Araújo, mais dois nadadores xarás subiram ao pódio no Centro Aquático do Parque Estádio Nacional do Chile: os paulistas Gabriel Bandeira e Gabriel Cristiano.
O primeiro venceu os 100m peito da classe SB14 (deficiência intelectual) após cravar o tempo de 1min07s42 e, de quebra, bater o recorde parapan-americano do dia 16 de novembro de 2023, de 1min09s11. Foi a sua terceira medalha nesta edição do Parapan, a terceira de ouro. Na mesma prova, a prata foi para o argentino Elian Araya, com tempo de 1min12s26, e o bronze ficou com o venezuelano Oswald Yzarra, com 1min15s23.
“Não é a minha prova principal. Poderia dizer que é a minha pior prova e eu consegui fazer um tempo bom. Melhor tempo que eu fiz esse ano. É final de temporada, hoje eu acordei mais cansado por causa da competição. A gente está chegando 22h no quarto e tem que acordar cinco horas. O descanso foi um pouco prejudicado, mas tem que manter a cabeça erguida porque tem a semana toda de competições ainda”, disse Gabriel Bandeira, 24.
Já Gabriel Cristiano conquistou o bicampeonato parapan-americano na prova dos 100m borboleta da classe S8 (limitações físico-motoras) com o tempo de 1min05s93. Foi o primeiro pódio do atleta que foi submetido à amputação do seu braço esquerdo devido a um acidente com um trem no Guarujá, sua cidade natal. Ele ainda vai nadar os 100m livre e os 200m medley.
O Brasil ainda conseguiu duas dobradinhas no pódio da natação nesta manhã. A mineira Patrícia Santos (3min06s10) e a carioca Lídia Cruz (3min13s72) conquistaram a prata e o bronze, respectivamente, nos 150m medley da classe S4 (limitações físico-motoras). Foi a terceira medalha de Patrícia em Santiago e a segunda de Lídia. O ouro foi para a mexicana Nely Miranda, com 3min02s55.
“É uma prova que eu vou acompanhar as minhas companheiras e eu estou muito feliz com o tempo. Foi o melhor do ano, tem muito tempo que eu não fazia esse tempo. Então, eu estou muito contente pela medalha, pelo resultado”, disse Lídia Cruz, 25, que tem mielomeningocele, uma má formação na coluna que afeta os membros inferiores.
Já as mineiras Laila Suzigan e Mayara Petzold garantiram mais duas medalhas ao Brasil nos 200m medley S6. Laila ficou com a prata, com o tempo de 3min25s52 e Mayara, com a marca de 3min28s85.
A paulista Esthefany de Oliveira, nos 50m borboleta da classe S5 (comprometimento físico-motor), levou mais um ouro pela natação ao completar a disputa em 47s08, índice que também valeu como o novo recorde parapan-americano – o anterior era da brasileira Joana Silva, com 47s55.
As provas de natação continuam neste final de tarde e início de noite em Santiago. Confira a programação completa:
17h: 100m peito da classe SB14 – feminino
Débora Carneiro, Beatriz Carneiro e Ana Karolina Soares
17h14: 50m borboleta da classe S5
Tiago de Oliveira e Samuel Oliveira
17h49: 200m Medley da classe SM6
Roberto Rodriguez e Talisson Glock
17h57: 100m borboleta da classe S9
Victor dos Santos, Andrey Ribeiro e Vanilton do Nascimento
18h33: 100m peito da classe SB11
José Perdigão e Wendell Belarmino
18h40: 100m borboleta da classe S8
Vitória da Silva e Cecília Araújo
Halterofilismo
No halterofilismo, o Brasil conquistou mais um ouro. Ailton de Souza, na categoria até 80kg, ficou com o primeiro lugar após levantar 183kg. A prata ficou com o mexicano Martin Sandoval (172kg) e o bronze com o chileno Jonathan Guillermo (165kg). Na categoria até 88kg, Evanio da Silva levou o ouro depois de levantar 197kg. A prata foi para o colombiano Huver Sinisterra (196kg), e o bronze para o cubano Oniger Jesus (194kg).
No feminino, pela categoria até 86kg, Tayana Medeiros levou o ouro após levantar 104,4kg. A medalha de prata foi para a chilena Alejandra Marion (104,4kg), e o bronze ficou com a também brasileira Edilandia Araújo (100,7kg).
Tênis de Mesa
O Brasil conquistou cinco medalhas no tênis de mesa em duplas: O ouro ficou com Guillherme Marcião e Iranildo Espindola no MD4, e o bronze foi para Claudio Massad e Luiz Manara no MD18, David Andrade e Carlos Eduardo de Moraes no MD8, Lucas Carvalho e Sophia Kelmer no XD14-17, e Lethicia Rodrigues e Sophia Kelmer no WD14-20.
Tiro esportivo
Geraldo Von Rosenthal ficou com a medalha de bronze no tiro esportivo, na P4 Pistola 50m SH1, após uma pontuação total de 185.9. O ouro foi para o cubano Yenigladys Suárez (206.9), e a prata para o também cubano Di Angelo Loriga (201.7).
Na disputa do Rifle de ar em pé 10m SH1, Marcelo Marton conquistou o ouro após uma pontuação total de 240.9. A prata ficou com o peruano Jorge Arcela (239.8), e o bronze com o também peruano Milagros Palomino (217.4).
Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da natação, do halterofilismo, do tênis de mesa e do tiro esportivo.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Gabriel Geraldo dos Santos Araújo, Patrícia Pereira dos Santos, Lídia Vieira da Cruz, Gabriel Bandeira, são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.
Time São Paulo
A atleta Esthefany de Oliveira Rodrigues é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)