O Meeting Paralímpico Loterias Caixa de São Paulo, disputado de sexta-feira, 3, a domingo, 5, reuniu mais de 1.000 atletas no Centro de Treinamento Paralímpico, na capital paulista, e encerrou a temporada de alto rendimento no paradesporto nacional, com provas de atletismo, halterofilismo e natação. A competição, promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), foi a última oportunidade para 33 convocados ao Parapan de Santiago, Chile, realizarem seus últimos ajustes antes do embarque para o principal desafio continental do ano, que acontecerá de 17 a 26 de novembro.
Os atletas que competiram no Meeting de São Paulo representaram 17 estados (AC, AM, AP, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RJ, RN, RS, SC, SE e SP) e o Distrito Federal. O evento registrou 597 participantes nas disputas de atletismo, 93 competidores nas de halterofilismo e 350 nadadores. Dentre eles, foram 13 convocados do atletismo, 15 da natação e cinco do halterofilismo.
Embarcando para seu segundo Parapan, a pernambucana Carol Santiago, 38, destacou a importância no Meeting na preparação para o evento continental. “É muito importante participar de torneios como esse para chegar às provas internacionais com ritmo de competição. Gosto de participar dos Meetings porque é o momento do ano em que consigo ter contato com vários atletas”, explicou a nadadora, da classe S12 (baixa visão) e representante do clube Grêmio Náutico União (GNU-RS).
“As expectativas para Santiago são as melhores. É parte da preparação para os Jogos Paralímpicos do ano que vem. A ideia é nadar cada vez mais rápido nas grandes competições e que isso se repita no Parapan. Quero chegar em 2024 [nos Jogos Paralímpicos de Paris] preparada para ter o melhor tempo da vida”, projetou a pernambucana. Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão, e obteve oito medalhas no Mundial de Manchester neste ano.
Ela completou a prova dos 100m livre em 1min01s35 no Meeting deste domingo. A pernambucana nadou a distância em 58s81 em abril, no Centro de Treinamento Paralímpico, durante o Open Internacional de natação, o que garantiu à atleta o melhor tempo do ano na prova e o recorde das Américas.
Além dos 100m livre, a atleta também competiu nos 50m do mesmo estilo neste domingo e registrou a marca de 27s18. Nesta prova, ela bateu o recorde mundial em Manchester, Inglaterra, no último mês de agosto, com o tempo de 26s65 nas eliminatórias. Depois, nas finais, sagrou-se campeã do mundo.
Outra nadadora convocada para os Jogos Parapan-Americanos e medalhista mundial no Reino Unido, a gaúcha Susana Schnarndorf, 56, da classe S3 (comprometimento físico-motor), nadou pelo Esporte+/RS durante o Meeting paulista. “Eu gosto de competir. O Meeting é bom para ver onde precisamos acertar. A expectativa para o Parapan é nadar melhor e trazer o máximo de medalhas”, afirmou Susana, que tem múltipla falência dos sistemas. Ela fez a prova dos 100m livre em 2min02s53, pouco acima do tempo de 1min58s88 registrado em Manchester e que lhe rendeu a medalha de bronze no Mundial. A marca deste domingo seria a quinta melhor do ano.
Em busca do tricampeonato na prova dos 100m peito da classe SB5 (comprometimento físico-motor) no Chile, o gaúcho Roberto Rodriguez, 31, representou o Naurú Brasília em três provas no Meeting. Na sua preferida, anotou o que seria o nono tempo do mundo na temporada, 1min41s90. O atleta já detém a segunda melhor marca das Américas e a sexta mundial nos 100m peito em 2023. Ele fez a distância em 1min37s89, no último mês de fevereiro, no CT.
“É sempre bom competir para aprender e tentar melhorar o desempenho no Parapan. Agora, é voltar para o treino para ajustar detalhes. Estou atrás do terceiro título de campeão parapanamericano”, contou o gaúcho, que tem má-formação congênita na coluna vertebral.
Quem reforçou a importância do Meeting na véspera do Parapan foi o nadador pernambucano Phelipe Rodrigues, 33. “É bem legal [nadar o Meeting], porque estamos próximos da segunda competição mais importante do Movimento Paralímpico e é bom para ajustar os detalhes finais. A expectativa para Santiago é ganhar o máximo de medalhas para ajudar o Brasil. Vou buscar bater meu recorde pessoal na prova dos 50m livre. Já sou o atual recordista parapanamericano e quero melhorar essa marca”, afirmou o atleta da classe S10 (comprometimento físico-motor), que representou o Corinthians. Ele é o dono da melhor marca dos Jogos continentais nos 50m livre, ao registrar 23s42 na edição de Toronto, Canadá, em 2015.
Neste domingo, Phelipe nadou os 100m livre, sua segunda prova preferida, em 54s11, pouco mais de um segundo acima de sua melhor marca em 2023. No Mundial de Manchester, ele fez 53s08 e ficou em quarto lugar.
No atletismo, que contou com provas de pista e campo, a paulista e campeã paralímpica Beth Gomes, do clube ASPA-SP, ficou satisfeita com seus resultados no Meeting. No arremesso de peso, Beth atingiu a distância de 7,45m. Já no lançamento de disco, registrou 16,68m. Os melhores resultados de 2023 da atleta vieram no Mundial de Paris, em julho. Na ocasião, a paulista fez 7,75m no peso e 17,12m no disco. Saiu com o ouro nas duas provas.
“Fiz boas marcas. Foram dentro da expectativa para fazer uma boa competição em Santiago. Vou para brigar pelo ouro e espero que seja um Parapan muito bom, que toda a delegação possa fazer o seu melhor, independente de cor da medalha”, finalizou a atleta da classe F53 (atletas que competem sentados).
Nas provas de pista, o carioca Felipe Gomes, 37, da classe T11 (cegos), também convocado ao Parapan, correu os 400m em 52s33 – o que seria a nona marca do mundo e a segunda das Américas neste ano. O atleta, ouro na mesma prova no Mundial de Paris, tem o tempo de 51s00 como o seu melhor desempenho na atual temporada.
Em 2023, o Meeting teve sua primeira etapa em julho e passou por nove cidades, além de São Paulo: Manaus (AM),Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Bras ília (DF), Fortaleza (CE), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). O evento na capital paulista encerrou o calendário de alto rendimento do Comitê Paralímpico Brasileiro em 2023. No entanto, o CPB ainda promoverá, neste ano, a Fase Nacional das Paralimpíadas Escolares, maior evento esportivo do mundo para jovens com deficiências em idade escolar. O CT Paralímpico receberá mais de 1.300 estudantes, de todas as unidades federativas da União, entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro.
Confira os catálogos da competição:
Patrocínios
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do Meeting Paralímpico Loterias Caixa.
As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.
As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial da natação.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Phelipe Rodrigues e Beth Gomes são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual das Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.
Time São Paulo
Os atletas Beth Gomes, Phelipe Rodrigues e Felipe Gomes são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)