O Circuito Loterias Caixa de atletismo teve início no sábado, 6, encerrou-se neste domingo e foi organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
“Sinceramente, não esperava este recorde. Mas quando o dardo sai da mão, você já percebe que vai vir uma marca boa. Estou muito feliz, até porque acho que dá para melhorar ainda mais”, comemorou a atleta, diagnosticada com esclerose múltipla em 1993, e que atualmente representa o clube Aspa, de São Paulo. O recorde anterior de Beth, obtido em março durante a Primeira Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa, ainda não consta no site do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). A marca divulgada pela entidade foi estabelecida durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, pela ucraniana Iana Lebiedieva, que, na ocasião, realizou o lançamento de 11,89m.
Beth ingressou na classe F53 em março, após passar por uma reclassificação funcional em março, em Marrakech, Marrocos, durante o Grand Prix Internacional do IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês). A banca de classificação internacional que avaliou a funcionalidade dos seus membros entendeu que Beth teria tônus muscular no tronco, portanto, deveria ser reclassificada para uma classe acima.
Desde 2018, ela competia na classe F52, para atletas com maior comprometimento físico-motor. Foi nesta classe que ela sagrou-se campeã paralímpica em Tóquio no lançamento do disco. Acumulou, também, quebras de recordes mundiais nas duas provas que disputou: disco, sua especialidade, e arremesso do peso. As marcas estão vigentes até o momento.
Mesmo após a reclassificação para F53, Beth permaneceu na rotina de recordes, já estabelecendo novas marcas no arremesso de peso, no lançamento de disco e de dardo.
A segunda etapa do Circuito Loterias Caixa de atletismo serviu como a última oportunidade de atingir o Índice A, definido pelo CPB como critério de classificação para o Mundial de Paris, que será disputado de 8 a 17 de julho de 2023.
Farão parte da delegação brasileira de atletismo os medalhistas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 (e que estiverem aptos fisicamente no período da competição), como Beth Gomes, por exemplo, além dos atletas que obtiverem o índice A. Para conhecer os demais critérios estabelecidos pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), confira este link.
“Tivemos a confirmação de bons resultados de vários atletas, com índices para o Mundial ou boa classificação no ranking internacional”, disse João Paulo Cunha, coordenador do atletismo no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). João Paulo explicou que cerca de 20 atletas já possuem medalha ou índice, o que significa que ainda são 30 vagas em disputa via ranking.
A partir de agora, os brasileiros precisam esperar resultados de competições que estão sendo realizadas fora do país e nas quais atletas estrangeiros podem obter boas marcas e alterar a classificação. A convocação brasileira deve sair após o dia 15 de maio. “Não vamos levar nenhum atleta quinto colocado do ranking. Nossos 50 atletas vão viajar com chances de medalha”, disse João Paulo.
Durante o final de semana também foram quebrados seis recordes das Américas, dois deles neste domingo e todos em provas de campo. No arremesso de peso, o catarinense Edenilson Floriani, 33, atingiu a marca de 14,40m.
O atleta do clube CEPE superou seu próprio recorde para a classe F42 (atletas com deficiências nos membros inferiores mas que arremessam de pé, sem auxílio de cadeira), de 14,13m, registrado em março de 2022 em São Paulo.
A pernambucana Ana Cláudia Silva, 35, da classe T42 (deficiência nos membros inferiores), chegou ao recorde das Américas ao saltar 3,97 m. A marca anterior era de 3,95m, de 2019, porém o IPC não atribui a marca a nenhum atleta em específico. Ana Cláudia representa o clube NEFD-UFPE.
No sábado, 6, duas das marcas continentais vieram do salto em distância. O goiano Rodrigo Parreira, 28, medalhista de prata nos 100m e bronze no salto em distância nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, estabeleceu a nova marca da classe T36 (atletas com paralisia cerebral) ao saltar 5,67m, superando a melhor marca das Américas até então, registrada por ele na capital fluminense em 2016 (5,62m). O atleta representa o clube Aparu Praia Futel, de Uberlândia.
O pernambucano Romildo Pereira Santos, 24, da classe T44 e representante da equipe NEFD-UFPE, atingiu a marca de 6,21m durante o Circuito. A marca anterior, de 5,65m é de 2019, porém o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, da sigla em inglês) não atribui a conquista a nenhum atleta em específico. A atleta amapaense Wanna Brito, 26, bateu dois recordes das Américas, no arremesso de peso e no lançamento de club da classe F32 (para atletas com paralisia cerebral severa.
No arremesso, a atleta da FPA, do Amapá, atingiu 6,98m neste sábado e derrubou uma marca que reinava por 14 anos. O recorde anterior pertencia à argentina Marilu Romina Fernandez, que arremessou 5,14m em junho de 2009 em competição realizada em Paris, na França.
Já no club, ela lançou 22,01m e superou a marca da mexicana Shantal Cobos Soltero, que havia lançado 21,05m em julho de 2022, no México. A segunda etapa do Circuito Loterias Caixa de atletismo contou com a participação de 266 atletas. A próxima competição nacional de atletismo será o Campeonato Brasileiro, de 15 a 17 de junho, na pista e no campo do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
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Patrocínios
O atletismo é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa e Braskem.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Beth Gomes e Edenilson Floriani são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas
Time São Paulo
A atleta Beth Gomes é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)