A Segunda Fase do Circuito Loterias Caixa de atletismo começou neste sábado, 6, com a quebra de quatro recordes das Américas. A competição é realizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e disputada no Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo.
O evento conta com a participação de 266 atletas nesta que é a última oportunidade para obter o índice definido pelo CPB para convocação ao Mundial de atletismo, em Paris, de 8 a 17 de julho.
Das quatro marcas continentais neste sábado, duas vieram das provas de salto em distância.
O goiano Rodrigo Parreira, 28, medalhista de prata nos 100m e bronze no salto em distância nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, estabeleceu a nova marca da classe T36 (atletas com paralisia cerebral) ao saltar 5,67m, superando a melhor marca das Américas até então, registrada por ele nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 (5,62m). O atleta representa o clube Aparu Praia Futel, de Uberlândia.
O pernambucano Romildo Pereira Santos, 24, da classe T44 e representante da equipe NEFD-UFPE, atingiu a marca de 6,21m durante o Circuito. A marca anterior, de 5,65m é de 2019, porém o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, da sigla em inglês) não atribui a conquista a nenhum atleta em específico.
No mesmo dia, a atleta amapaense Wanna Brito, 26, bateu dois recordes das Américas, no arremesso de peso e no lançamento de club da classe F32 (para atletas com paralisia cerebral severa).
No arremesso, a atleta da FPA, do Amapá, atingiu 6,98m neste sábado e derrubou uma marca que reinava por 14 anos. O recorde anterior pertencia à argentina Marilu Romina Fernandez, que arremessou 5,14m em junho de 2009 em competição realizada em Paris, na França.
Já no club, ela lançou 22,01m e superou a marca da mexicana Shantal Cobos Soltero, que havia lançado 21,05m em julho de 2022, no México.
“Eu estou muito feliz. Estou recuperando minha melhor forma depois de algumas provas que não foram tão boas. O recorde das Américas é uma responsabilidade muito grande. Mas eu quero mais. Quero sonhar alto e conseguir sempre mais. Vou me esforçar para isso”, comemorou a atleta.
No caso de Wanna, seria preciso alcançar a marca de 7,31m no arremesso de peso e 26,89m no club. No club para atingir o índice A e garantir a vaga no Mundial. A obtenção do índice, porém, não é o único caminho para se conseguir uma convocação para o Mundial na França. Farão parte da delegação brasileira de atletismo os medalhistas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 (e que estiverem aptos fisicamente no período da competição), além dos atletas obtiverem o índice A. Para conhecer os demais critérios estabelecidos pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), confira este link.
Wanna é atualmente a 1ª no ranking mundial do arremesso de peso e 2ª no lançamento de club em sua classe. A convocação será anunciada pelo CPB nas próximas semanas.
A manhã deste sábado do Circuito Loterias Caixa de atletismo também registrou a melhora de marca de uma atleta que já havia obtido o índice para o evento em Paris. A catarinense Suzana Nahirnei, 26, bateu o recorde nacional do arremesso de peso na classe F46 ao atingir a marca de 11,05m. O melhor arremesso anterior, registrado pela própria atleta, era de 10,99m e havia sido realizado durante a primeira fase do Circuito Loterias Caixa, em março. “Estou saindo dessa prova muito feliz. Estava com expectativa de melhorar a marca, mas não era certeza que conseguiria. Agora o foco é o Mundial. Quero melhorar ainda mais minha marca para lá. Meu objetivo é buscar pódio”, disse Suzana, que tem má formação congênita no braço esquerdo e conheceu o movimento paralímpico há 12 anos.
Até o ano passado, a atleta da equipe Apesblu, de Santa Catarina, dividia seu tempo entre o esporte e o trabalho como assistente administrativa. Ela atribui seu ganho de performance em 2023 à decisão de se dedicar exclusivamente aos treinos. Outro recorde nacional veio da atleta piauiense Antonia Keyla, da classe T20, para deficientes intelectuais. Ela completou os 1.500m em 4min26s93, superando o antigo recorde nacional de Luciene Antonia de Jesus, de julho de 2016 (4min57s31). “Foi melhor do que eu esperava. Foi perfeito, mas sei que tenho gás para mais e vou poder fazer melhor no futuro. O resultado foi fruto do trabalho e de meu amor por treinar. Tudo acontece no treino. Espero trazer muitas alegrias, realizar meus sonhos e ser referência no esporte paralímpico no meu estado do Piauí”, disse.
A atleta é nascida na cidade de Água Branca e atualmente divide seu tempo entre as cidades de São Paulo e Brasília, representando o clube AAL, de Lorena, no interior de São Paulo. Ela corre a prova dos 1.500m desde 2020. Keyla competia entre atletas sem deficiência e já foi guia de atletas com deficiência visual. Ela iniciou seu processo de classificação intelectual para competir em provas paralímpicas em 2019 e fez sua estreia no ano passado. Seu tempo é inferior ao índice para competir no Mundial, de 4min32s00, porém a atleta ainda não possui classificação internacional e dependerá da realização de classificação durante o Mundial para poder competir em Paris. O Circuito Loterias Caixa segue até o final da manhã deste domingo.
Patrocínios
O atletismo é uma modalidade patrocinada pelas Loterias Caixa e Braskem.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)