Os atletas paralímpicos com deficiência visual, cegos ou com baixa visão, interessados em ter cães-guia já podem se inscrever no processo seletivo junto ao Instituto Federal Catarinense (IFC), Campus Camboriú, que vai doar quatro animais para auxiliá-los em suas tarefas diárias. O edital, publicado na última quarta-feira, 17, é resultado de parceria inédita da instituição com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR).
Neste primeiro momento, os interessados devem preencher o cadastro disponível de forma gratuita e exclusivamente online para participar da seleção. A chamada pública ficará aberta por 30 dias. Clique aqui para acessar a ficha de inscrição.
Podem se candidatar ao edital atletas paralímpicos com deficiência visual que tenham participado de competições oficiais nas seguintes modalidades: atletismo; ciclismo, futebol de 5, goalbal, hipismo, judô, natação e remo. Além disso, os candidatos devem ter condições físicas, psicológicas e financeiras para manter o cão-guia, ser maior de idade ou ter mais de 16 se for emancipado.
“É uma iniciativa importante porque vai permitir que atletas cegos tenham a rotina facilitada por meio desses cães-guias”, afirma Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cinco em Atenas 2004 e Pequim 2008, e presidente do CPB.
“É uma oportunidade de promovermos a inclusão social por meio do esporte em uma iniciativa inédita. Poderemos analisar os primeiros resultados e ampliá-la em breve. São atletas que são referência para os nossos jovens e dão orgulho ao país, por isso devemos incentivá-los e apoiá-los, dando condições de continuarem suas carreiras no mais alto nível”, completa Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
Processo de seleção
Os atletas interessados terão que passar pelo Curso de Formação de Treinadores e Instrutores de cães-guia, com duração de três semanas. A qualificação é oferecida pelo Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-guia (CFTICG), responsável pela seleção.
Nesse período são avaliadas a compatibilidade entre candidatos e animais, além da capacidade das pessoas em serem usuárias de cão-guia. Por se tratar de um processo que exige empatia entre o animal e o futuro dono, a escolha depende de diversos fatores, como perfil físico compatível (peso, altura, equilíbrio e velocidade de caminhada) e comportamental (temperamento, estilo de vida, rotina diária e profissão).
“A seleção é feita com no mínimo três candidatos para cada cachorro. Um animal mais alto, por exemplo, vai para alguém de maior estatura. Um cão mais veloz vai pegar alguém mais ágil. No caso dos atletas paralímpicos, serão escolhidos cães mais rápidos”, explica Sirlei Albino, diretora-geral do IFC Campus Camboriú.
As despesas com deslocamento entre a cidade do candidato e Camboriú (SC) serão custeadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. O IFC vai disponibilizar alojamento. As despesas pessoais ficam a cargo dos interessados. Após as três semanas do curso, haverá mais uma semana de processo de adaptação, na residência do atleta, para a demarcação da rota de trabalho da dupla.
Longo treinamento
Os animais do Centro de Treinamento e Formação de Cães-Guia do IFC são das raças labrador e golden retriever. Por se tratar de uma função altamente específica, o treinamento de um cão-guia dura, no mínimo, dois anos e meio. Os animais auxiliam as pessoas com deficiência visual em várias tarefas cotidianas, como atravessar a rua, parar em sinais, evitar obstáculos e encontrar as portas dos estabelecimentos, entre outras habilidades. O animal graduado como cão-guia trabalha em média oito anos, antes de se aposentar.
*Com informações do Ministério da Cidadania
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)