O velocista Petrúcio Ferreira, da classe T47, foi o primeiro entrevistado da nova série de lives no perfil do Instagram do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) nesta terça-feira, 5. Em bate-papo descontraído o paraibano contou como é a nova rotina na quarentena e como lidou com a deficiência na infância.
A ação faz parte de uma série de conteúdos que o CPB vai disponibilizar para todos os seguidores do esporte paralímpico durante o período de quarentena devido à pandemia do vírus Covid-19.
Desde o início do isolamento social, o campeão mundial nos 100m da classe T47 (para amputados de braço) está no sítio dos seus pais em São José do Brejo do Cruz, interior da Paraíba, e há um mês e 20 dias não corre em pista oficial de atletismo. “Tenho feito os treinos em casa da forma que eu posso, sempre visando a minha saúde. Às vezes vou para uma estrada aqui perto para fazer uns trotes durante o pôr do sol, gosto de estar em contato com a natureza”, comentou.
Petrúcio contou que, no início, as mudanças foram difíceis pela incerteza do adiamento dos Jogos e que mesmo à distância continua em constante contato com a equipe multidisciplinar que o acompanha – técnico, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo – e com os colegas de pista.
“Faço chamada de vídeo com os meus colegas de treino para conversamos, brincarmos um pouco, os treinos sempre foram animados e sinto falta. Meu técnico está sempre mandando orientações e a nutricionista também. Já perdi dois quilos nesta quarentena, meu metabolismo é muito acelerado e com menos treinos acabei emagrecendo um pouco”, contou.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
O atleta Petrúcio Ferreira é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.
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A quarentena proporcionará ao atleta o primeiro Dia das Mães com sua mãe, Rita Ferreira, em seis anos. “Eu moro em João Pessoa e com a rotina de treinos, viagens para competir, não passo o Dia das Mães com ela há seis anos. É uma coisa boa que a quarentena está me proporcionando, estou passando tempo com quem eu amo, aproveitando cada momento com eles”.
Ele perdeu parte do braço esquerdo em um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos de idade e revelou que nunca conviveu com outros deficientes na infância e que na escola recebia perguntas sobre o braço. “Algumas crianças na escola não entendiam e até tinham medo. Algumas me perguntavam o que tinha acontecido, não tinha outra criança com deficiência na escola”.
Até hoje ele recebe perguntas dos pequenos sobre o braço. “As crianças são muito curiosas, recebo olhares, perguntas na rua com frequência, mas sempre encaro com naturalidade, elas nunca viram. Dependendo da idade eu brinco que deixei em casa”.
O velocista conquistou ouro nos 100m e nos 400m e prata no revezamento 4x100m nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, além de ser ouro nos 100m e nos 400m no Mundial de Atletismo, em Dubai. Na semifinal dos 100m, bateu o recorde mundial e se tornou o atleta paralímpico mais rápido do mundo, com 10s42.
Ele contou que o Mundial de Dubai no ano passado foi uma das conquistas mais especiais da carreira até agora. “Tornar-me o atleta paralímpico mais rápido foi muito especial. Era algo que eu sonhava há muito tempo.”.
Com os Jogos Paralímpicos de Tóquio adiados para 2021, o velocista teve que adiar seu sonho de conhecer o Japão por mais um ano. “Tenho muita vontade de conhecer o Japão e a Disney, em Orlando. Já estive bem perto, mas não tive a oportunidade de ir aos parques porque estava em competição”.
A próxima live no perfil do CPB no Instagram será nesta quinta-feira, 7, também às 16h.
Confira abaixo a live com Petrúcio Ferreira na íntegra:
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
