A natação teve um dia prateado nesta quarta-feira, 14, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Os brasileiros conquistaram duas medalhas de prata: uma com Carlos Farrenberg nos 50m livre S13 e outra no revezamento 4x100m livre 34 pontos. As duas conquistas foram inéditas para os brasileiros – Carlão conseguiu seu primeiro pódio em Jogos e o time de revezamento finalmente levou uma medalha, depois de bater na trave em Pequim e Londres.
As duas pratas ajudaram a delegação brasileira a superar o maior número de medalhas conquistadas em uma só edição de Paralimpíada. Em Pequim 2008, o Brasil encerrou a participação com 47 pódios no total. Quando o time de revezamento tocou a borda nesta quarta-feira, a delegação verde-amarela chegou à 48ª medalha nesta edição.
Confira o que os medalhistas de hoje disseram após as conquistas históricas.
Carlos Farrenberg
“Essa prata é importantíssima. Esta é a minha terceira Paralimpíada, as duas primeiras fiquei sem medalha, em Pequim bati na trave e fiquei na quarta colocação. Mas nunca me preparei tanto para uma competição como agora. A prova foi muito dura, como eu e meu treinador esperávamos, mas foi dura para eles [adversários] também, porque comigo não tem moleza. Foquei muito no meu final, porque sabia que tinha que chegar mais forte. Para mim foi fantástico, é uma medalha que sonhei por muito tempo. Só tenho a comemorar”.
Daniel Dias
“Foi espetacular, a gente melhorou muito o que a gente tinha feito. Nós batemos na trave em Pequim e em Londres, e agora a gente marcou um golaço com essa medalha. Sei que eles estavam dando o máximo. A gente sabia que ia ser perto, que tinha que ser na casa dos 3 minutos e 48. É um revezamento de classe alta e eu sou classe baixa. Por isso me sinto muito honrado por estar nesse revezamento. Tentei não entregar muito atrás”.
Andre Brasil
“A prova foi muito disputada. A gente bateu o recorde das Américas e baixou a nossa marca em mais de três segundos. A gente chegou em quarto lugar dois Jogos (Pequim 2008 e Londres 2012), e agora chegou lá. E foi um orgulho nadar ao lado do Daniel e do Phelipe de novo. O Daniel estava preocupado com o tempo dele, e eu disse a ele: ‘Cara, esquece isso, todo mundo aqui deu o que podia, o melhor’”.
Ruiter Silva
Ganhar minha primeira medalha dentro da minha casa é uma sensação maravilhosa, com essa torcida nos empurrando muito, incentivando. A gente sabia que seria uma prova dura, a gente tinha chances reais de estar brigando pelo ouro e assim aconteceu. Poder estar nadando ao lado desses três campeões, medalhistas em Jogos e em Mundiais é um privilégio muito grande. Eles sempre me apoiam, sempre nos tranquilizamos muito para nadar. Sabíamos que teria a pressão muito grande, mas treinamos, trabalhamos para isso e o resultado veio na piscina.
Phelipe Rodrigues
Posso dizer que eu saí da piscina e dei tudo o que tinha. Nadar por último aumenta um pouco a pressão, é o último atleta que está ali para segurar aquela bomba, uma bomba é jeito de falar, claro. Mas a opção era eu ou Ruiter, e como ele é novato em Paralimpíada a gente optou por me colocar por causa da experiência. Eu senti um pouco a pressão da torcida, mas o Andre veio ali e me falou umas palavras de incentivo, a pressão foi embora e voltei a focar na prova. Foquei na minha tática de passar muito forte e voltar com o coração.
Assessoria de Imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro
Rafael Maranhão
Diogo Mourão
Fernanda Villas Bôas
Thiago Rizerio