A atleta fundista Aline Rocha, da classe T54 (cadeirantes), começou 2017 com novos planos para a carreira. A tetracampeã da Corrida de São Silvestre começou nesta semana a competir em etapas da Copa do Mundo de esqui cross country com o objetivo de ser a primeira mulher brasileira a se classificar para os Jogos Paralímpicos de Inverno. Em 2018, a atleta pretende ser integrante da delegação brasileira nos Jogos de Pyeongchang, na Coreia do Sul.
Aline começou a preparação para a temprada 2017 pouco depois dos Jogos Paralímpicos do Rio. Nesta sexta-feira, a atleta deu início à sua participação na Copa do Mundo de Esqui Cross Coutry, na Ucrânia.
Incansável, Aline agora deu um novo rumo a sua carreira esportiva após contato com a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). Entre 2013 e 2014, em meio à busca incessante pelo índice para os Jogos Rio 2016, uma curiosidade despertou um novo desejo. Fernando Aranha, paratleta do triatlo, embarcava com destino a Sochi 2014, onde se tornaria o primeiro paratleta brasileiro a disputar os Jogos Paralímpicos de Inverno no Cross Country, na categoria Sitting.
“Foi a partir desse momento que paramos para observar a modalidade. Notamos que muitos corredores em cadeira de rodas da Rússia, Estados Unidos e Japão migravam para a neve na temporada de inverno”, conta Aline.
Semelhanças e diferenças colocadas em pauta, Aline percebeu que dali havia uma nova oportunidade: “As semelhanças do Cross Country com o Atletismo começam em parte do gesto motor, em especial na necessidade de uma técnica aprimorada para obter um rendimento no deslocamento. Outra semelhança diz respeito à necessidade do atleta ter uma boa resistência, pois as distâncias vão de 1km a 12km, no caso do feminino”.
“O início sempre é difícil, pois tudo é novo, como a neve e os equipamentos usados, mudança de posicionamento, regulagens finas que vão desde tamanho de bastões até detalhes do assento (altura, largura, inclinação, posição dos pés). Porém, o contato com outros atletas possibilita aprender de forma mais rápida tudo que envolve o esporte como um todo”, complementa.
No fim de 2016, Aline iniciou sua preparação em solo europeu com foco nas competições na neve. Nesta quinta (13), ela estreia na Copa do Mundo de Para Cross Country em Western Center (Ucrânia), em prova de Sitting 2,5km. Nos dias 14 e 16, Aline volta à neve para as provas de 12,5km e Sprint.
É o começo de uma caminhada que pode culminar em mais um feito inédito para a carreira da paratleta. Caso Aline obtenha a classificação no Para Cross Country para os Jogos Paralímpicos de 2018, em Pyeongchang, será a primeira mulher da história do país a disputar uma edição, além de única com participações tanto em Jogos de Verão e Inverno.
“Além de poder me tornar a primeira mulher no esporte de inverno, penso que, assim como o Fernando Aranha foi importante para despertar o interesse nos esportes de inverno em mim, acredito que muitos brasileiros e brasileiras poderão se motivar. Eu quero poder dizer que é possível treinar na neve sem estar na neve, mas meu grande sonho agora é dizer que podemos ser campeões na neve, mesmo morando em um país tropical. O desafio é muito grande, quem sabe o próprio esporte paralímpico possa contribuir para o desenvolvimento do esporte olímpico de inverno, como um todo”, finaliza Aline Rocha.
Experiência e renovação
Estreante na neve, Aline Rocha não estará sozinha na Copa do Mundo na Ucrânia. Junto a ela, Fernando Aranha e Thomaz Moraes também disputam provas nos mesmo dias. Destaque para Moraes, de apenas 15 anos, em sua primeira participação na Copa do Mundo, na categoria Standing, contrastando com o experiente Aranha, que já tem em sua bagagem Sochi 2014.
Com informações da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN)
Assessoria de imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)