O Comitê Paralímpico Brasileiro está testando uma nova medida no halterofilismo. Na segunda etapa nacional do Circuito Loterias Caixa foi alterada a maneira que os árbitros sinalizam se um movimento foi ou não validado. Tudo para facilitar a compreensão do público e trazer ainda mais clareza para os atletas e treinadores. O evento teve início nesta sexta-feira, 4, e seguirá até domingo, 6, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo.
Anteriormente, os árbitros apenas erguiam uma bandeira branca em caso de movimento validado, ou vermelha, se o levantamento fosse considerado irregular. Na competição deste fim de semana, manteve-se a flâmula branca para sinalizar positivamente, mas foram acrescentados três cartões de cores diferentes para distinguir as tentativas que não serão consideradas: vermelho (falha de execução – braço), verde (falha de peito) e azul (falhas de posição corporal, comandos e equipamentos).
“Esta é uma iniciativa que tivemos, a fim de dar um feedback para o público, técnicos e até os próprios atletas. A intenção é realmente facilitar a compreensão do esporte, ao mesmo tempo em que não mexemos na dinâmica da competição. Estamos fazendo esse teste e iremos enviar a sugestão em vídeo para o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês)”, disse Felipe Dias, coordenador-técnico da modalidade do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Os atletas também aprovaram a medida. Foi o caso de Bruno Carra (AESA/SP), que representou o Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 e bateu o recorde brasileiro da categoria até 65kg, com a marca de 170kg. “Acho que é bastante válido, pois você passa uma credibilidade maior até para o próprio árbitro. Deixa de haver a chance de ter a interpretação de que é algo pessoal com o atleta, ja que ele vai justificar o que viu de errado no movimento. É muito válido”, disse Bruno Carra, que representou o Brasil nos Jogos do Rio 2016.
Além de Bruno Carra, outros dois atletas foram campeões na tarde desta sexta-feira, 4. Mariana D’Andrea (AESA/SP) estabeleceu uma nova marca brasileira júnior da categoria até 61kg. Ela venceu a sua divisão com um levantamento de 110kg. Por fim, Alexandre Gouvea (ANDEF/RJ) foi o campeão da classe até 59kg, ao erguer 130kg.
Pela manhã, cinco categorias tiveram as primeiras disputas por medalha. Na divisão até 54kg masculina, o título ficou com Ailton da Silva (SADEF/RN), que conseguiu erguer 117kg em sua terceira tentativa. Eduardo Dantas (ADEFA/AM), por sua vez, faturou o ouro na categoria até 48kg, ao levantar 120kg também em sua última chance. Lucas Manoel Galvão (FEPAM/AM) foi campeão da divisão júnior até 49kg, com 90kg erguidos.
Entre as mulheres, Maria Luzineide (ASDEF/PB) venceu a disputa das categorias 41kg/45kg, com um levantamento de 80kg. Por fim, Helaine Cristina ficou com o ouro da divisão até 55kg, com 60kg.
O Circuito
O Circuito Caixa Loterias é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro e patrocinado pelas Loterias Caixa. Este é o mais importante evento paralímpico nacional de atletismo, halterofilismo e natação. Composto por quatro fases regionais e três nacionais, tem como objetivo desenvolver as práticas desportivas em todos os municípios e estados brasileiros, além de melhorar o nível técnico das modalidades e dar oportunidades para atletas de elite e novos valores do esporte paralímpico do país.
Patrocínios
A equipe de halterofilismo têm patrocínio das Loterias Caixa.
Time São Paulo
Os atletas Bruno Carra e Mariana D’Andrea são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 56 atletas e nove atletas-guia de 10 modalidades.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)