Centro de Treinamento
Paralímpico Brasileiro

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Refugiado forma dupla com brasileiro e conquista o ouro no Circuito Loterias Caixa

O etíope Tamiru Demisse, 23, foi uma das grandes atrações do último dia de provas do Circuito Loterias Caixa de Atletismo, Halterofilismo em São Paulo, neste domingo, 29. Ele participou da prova dos 800m do atletismo como guia do sul-matogrossense Yeltsin Jacques, no Centro de Treinamento Paralímpico.

O final de semana reuniu quase 900 atletas no CT que participaram do Circuito Loterias Caixa nas três modalidades e do Campeonato Brasileiro de Esgrima em Cadeira de Rodas, desde a sexta-feira, 27.

Demisse tem baixa visão, é da classe T13, e sagrou-se vice-campeão paralímpico nos 1.500m representando a Etiópia nos Jogos do Rio 2016, com o tempo que o daria a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos na capital fluminense.

Desde então, contudo, o africano viveu momentos de tensão por causa de um conflito étnico que assola seu país. Ao cruzar a linha de chegada no Estádio Olímpico do Rio, ele cruzou os punhos em protesto contra o governo etíope e não mais retornou para casa temendo represálias.

Morou por quase um ano em centros de refugiados no Rio de Janeiro e em São Paulo até chegar, com a ajuda de um taxista que conheceu numa padaria no centro da capital paulista, ao CT Paralímpico, em abril de 2017.

Foi treinado pelo técnico da Seleção Brasileira paralímpica especialista em provas de fundo, Fábio Breda, e, meses depois, acolhido pela ADD (Associação Desportiva para Deficientes) de São Paulo.

E neste domingo, pela primeira vez desde os Jogos Paralímpicos do rio 2016, Tamiru Demisse voltou a participar de uma competição oficial. Yeltsin Jacques é amigo e companheiro de ADD do etíope e compete na classe T12 (comprometimento de visão maior que o de Tamiru).

Eles largaram em ritmo baixo. A primeira metade da prova foi de cautela, até que, nos 200 metros finais, Tamiru exigiu bastante do sul-matogrossense. Ao cruzar a linha de chegada, o fizeram em 1min57s46, melhor tempo do ano de Yeltsin, cerca de 1s30 mais lento que a marca mais expressiva da vida do atleta do Mato Grosso do Sul.

“Eu correria essa prova aqui em 1min52s tranquilamente”, disse sorrindo ainda em português básico Tamiru. “Foi uma prova muito boa. Ele puxou o ritmo no final. A estratégia dele é de ir forte na reta final. Fico feliz que ele tenha voltado a competir também pela primeira vez desde o Rio 2016”, comemorou Yeltsin, que ficou com o ouro na prova.

Este final de semana ainda marcou o estabelecimento de novo recorde mundial no arremesso de peso da classe F52. André Rocha (ADV-Vale/SP) fez 11m74 e superou em 14 centímetros a antiga marca, dele mesmo, feita em Berlim, em junho. O resultado, contudo, ainda carece de confirmação do IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês).

O Circuito
O Circuito Loterias Caixa é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro e patrocinado pelas Loterias Caixa. Este é o mais importante evento paralímpico nacional de atletismo, halterofilismo e natação. Composto por quatro fases regionais e três nacionais, tem como objetivo desenvolver as práticas desportivas em todos os municípios e estados brasileiros, além de melhorar o nível técnico das modalidades e dar oportunidades para atletas de elite e novos valores do esporte paralímpico do país.
 
Patrocínios
A equipe brasileira de paratletismo tem patrocínio das Loterias Caixa e da Braskem. 
 
Assessoria de comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)

PATROCINADORES

  • Toyota
  • Braskem
  • Loterias Caixa

APOIADORES

  • Ajinomoto

PARCEIROS

  • The Adecco Group
  • EY Institute
  • Cambridge
  • Estácio
  • Governo do Estado de São Paulo

FORNECEDORES

  • Max Recovery