É de Moacir Ribeiro a principal história da manhã desta quinta-feira, 9, no Mundial de Esgrima em Cadeira de Rodas, em Roma, na Itália. Há oito anos, ele trabalhava como motoboy em Curitiba (PR), quando foi atropelado e perdeu parte da sua perna esquerda. Agora, representará o Brasil na espada A, às 6h (de Brasília), ao lado de Lenílson Oliveira, na principal competição internacional da sua modalidade. O evento se estenderá até 12, no Hotel Hilton Airport.
De origem humilde, Moacir trafegava em um sábado pela capital paranaense, em direção à casa de um amigo. Foi atingido subitamente por um motorista embriagado, que fugiu e não prestou-lhe socorro. Como consequência do impacto, Moacir teve de amputar a perna esquerda e também sofreu lesões que afetam os movimentos do seu braço esquerdo. Nada que tire dele a satisfação de ir à Itália representar o Brasil.
“Comecei no esporte apenas por reabilitação por causa do meu acidente. Primeiro, tentei a natação e, em 2011, comecei na esgrima em cadeira de rodas. Nunca imaginava que de algo tão ruim, como o meu acidente, poderia tirar algo tão bom. Pude dar a volta por cima e sentir que estou vivendo novamente”, disse o atleta de 34 anos, da categoria A, destinada a esgrimistas com mobilidade de tronco, amputados ou com limitação de movimentos.
Nesta quarta-feira, 8, o gaúcho Jovane Guissone disputou a espada B (atletas com menor mobilidade de tronco) e teve o melhor desempenho do Brasil neste Mundial até o momento. Jovane venceu quatro dos cinco combates que disputou na fase classificatória e parou apenas nas quartas de final, quando foi superado pelo britânico Dimitri Coutya – 15 a 6. Coutya, que já havia se sagrado campeão do florete B, seguiu também para o título da espada. Jovane ficou com o quinto lugar.
“O Mundial está com um nível muito alto, mas o resultado não foi o que eu esperava. Queria realmente uma medalha na espada B, mas infelizmente tive um jogo muito duro com o britânico, que é um atleta muito forte e qualificado. Mas a luta continua e vamos agora para as provas por equipes”, dise Jovane.
Além dele, competiu nesta quarta-feira o paulista Alex Souza. Ele representou o Brasil no sabre A e venceu um dos cinco jogos disputados na fase classificatória. Assim, conquistou o 31º lugar na classifcação geral.
No Mundial de Roma, estão inscritos cerca de 210 atletas de 31 nacionalidades. O Brasil conta com uma delegação composta por quatro atletas. Vinte e duas medalhas de ouro estarão em jogo ao longo dos seis dias de competição. A última edição do Mundial de Esgrima em Cadeira de Rodas aconteceu em Eger, na Hungria, em 2015.
Patrocínio
A esgrima em cadeira de rodas tem patrocínio das Loterias Caixa.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro no Mundial de Roma
Ivo Felipe (ivo.felipe@cpb.org.br)