No segundo dia do I Seminário Regional Escolar Paralímpico, em Belém do Pará, foi dedicado aos mini-cursos específicos aos participantes. O seminário foi aberto oficialmente na quarta-feira, 21, e se encerra no final da tarde da sexta-feira, 23.
O professor de educação física Héverton Aguiar da Silva, 34 anos, deixou o interior do Amapá para acompanhar aos debates em Belém nesta semana. Ele mora em Tartarugalzinho, cidade localizada a 200 quilômetros de Macapá, capital do Estado, e outros 350 quilômetros da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa.
Ele leciona educação física há três anos na Escola Estadual Washington Luís Aguiar. Numa cidade com pouco mais de 15 mil habitantes, apenas duas crianças com deficiência integram o grupo de alunos para o qual dá aulas. Um com Síndrome de Down e outra com transtorno de hiperatividade, o que, em alguns casos, pela classificação funcional do movimento paralímpico, pode ser enquadrado como deficiência intelectual.
“Quando eu cheguei na escola, as duas crianças não participavam das aulas de educação física. Eu tomei a iniciativa de entender como inseri-las, pegando informações com a família, com a pedagoga e a diretora da escola. Hoje, as criança com Down participa de todas as atividades, assim como a hiperativa, mas esta também me auxilia nas atividades de uma maneira informal, lúdica, para mantê-la ocupada, incentivando a disciplina e o senso de coletividade”, explicou Heverton.
No Seminário Regional Escolar Paralímpico, Heverton ouviu palestras sobre treinamentos, especificidades na educação física para crianças em idade escolar com deficiência físicas e intelectuais. “Muito do que vi e estou aprendendo aqui pode ser utilizado em aula para crianças que não tenham a deficiência. Tem sido um aprendizado importante que pretendo disseminar em Tartarugalzinho”, planejou Héverton.
Cerca de 200 professores das redes estaduais, municipais e particular de ensino do Maranhão, Tocantins, Amapá e Pará se inscreveram no evento, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. O Governo do Estado do Pará está apoiando esta edição em Belém, por intermédio do Núcleo de Articulação e Cidadania e com a Secretaria de Estado da Educação. A Academia Paralímpica, departamento educacional do CPB, é o responsável pela programação e ordenamento das atividades.
O Pará é o primeiro estado a receber o Seminário Regional Escolar Paralímpico. Depois o evento também será realizado em Florianópolis (para os Estados do Sul), Natal (Nordeste), Campo Grande (Centro Oeste), Manaus (demais Estados da Região NorteI) e Belo Horizonte (Sudeste). A expectativa é repetir o evento a cada dois anos.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)