Dezenove nadadores estão no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, para a primeira semana de treinamento destinada a atletas de classes baixas – S1 a S3. Os atletas, com maior comprometimento funcional, participam de diversas atividades até sábado, 14. O mineiro Gabriel Geraldo, da classe S3, de apenas 16 anos, é uma das grandes promessas da natação brasileira.
O jovem nadador bateu o recorde das Américas dos 50m borboleta no Open Internacional de Natação, em abril, em São Paulo. Um dos desafios para o atleta durante esta semana de treinamento é o tamanho da piscina. Isso porque ele treina em uma piscina de apenas 16m.
“Lá, onde eu treino, a piscina é pequena, tem só 16m, aqui são 50m, a diferença é grande. Se treinando em piscina pequena eu bati o recorde das Américas, imagina o que vem quando treinar em uma piscina grande”, brinca o atleta que nasceu com focomelia – má formação congênita dos membros superiores e inferiores.
Apesar do recorde nos 50m borboleta, Gabriel e seu técnico planejam focar em outros eventos. O motivo é que esta prova não compõe o programa de grandes competições, como Mundial, Jogos Parapan-Americanos e Paralímpicos.
Gabriel treina cerca de três vezes na semana e concilia a rotina de treinos com a escola técnica. Ele cursa o primeiro ano do Ensino Médio-Técnico de meio ambiente, no Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET). “Não é fácil conciliar escola e treino, tenho aula de manhã e à tarde. A escola é bem forte, preciso me dedicar bastante. Quando tem prova, às vezes, não consigo treinar porque preciso estudar”, comentou.
Este ano, ele ainda disputará a 2ª etapa nacional do Circuito Brasil de natação, em agosto, e as Paralimpíadas Escolares, em novembro, ambos no CT Paralímpico.
As classes S1, S2 e S3 são destinadas à nadadores com maior grau de comprometimento físico-motor. A classificação funcional da natação vai de um a 10, sendo a classe S1 para atletas com mais comprometimento físico-motor e a 10 para nadadores com menor. O multimedalhista Daniel Dias, por exemplo, é S5. Já os medalhistas André Brasil e Phelipe Rodrigues são da classe S10. As classes S11 a S13 são destinadas à deficientes visuais e a S14 para intelectuais.
Assessoria de comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)