A Seleção Brasileira de paraesgrima conquistou uma medalha de prata, com o gaúcho Jovane Guissone, e uma de bronze, com a piauiense Raíssa Veras, nesta quinta-feira, 20, primeiro dia da etapa de São Paulo da Copa do Mundo da modalidade. A competição é disputada no Centro de Treinamento Paralímpico. O Brasil é representado por 19 atletas no evento, que vai até sábado, 22.
A medalha de prata de Jovane, 41, veio na disputa do florete masculino B, durante os combates da tarde. No combate final, o gaúcho enfrentou o italiano Michele Massa e foi superado por 15 a 9. A campanha do atleta brasileiro foi de seis vitórias em sete duelos
Jovane é medalhista de ouro na espada dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 e tem uma medalha de prata na mesma arma nos Jogos de Tóquio 2020.
Ele teve uma lesão na medula aos 22 anos causada por disparo de arma de fogo durante um assalto. Três anos depois, passou a treinar esgrima e se identificou com a modalidade.
“Eu trabalhei muito de janeiro para cá, pensando nessa competição em casa, no Brasil, com a força do público. Sei que e uma competição dura, todos querem ganhar, e eu queria fazer meu melhor resultado, levar uma medalha, de preferência de ouro. O caminho é longo, mas vou buscar o melhor resultado, “, disse Jovane.
A medalha de bronze de Raíssa, 18, veio no sabre feminino A. A atleta chegou até as semifinais, quando foi superada por Nino Tibilashvili, da Geórgia, por 15 a 8. Raíssa, que esteve na delegação que competiu nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, foi submetida à amputação do pé esquerdo, causada após a tentativa de correção de uma má-formação congênita. Conheceu o Movimento Paralímpico a partir de um projeto de extensão oferecido pela Unicamp.
“Eu estou super feliz. Incrédula para falar a verdade. Estava com medo de enfrentar a Gemma Collis [adversária britânica das quartas de final] no sabre pela primeira vez, não sabia o que esperar do jogo. Até que comecei a embalar e pensei ‘agora vai”, as ações estavam dando certo. Na semifinal, contra a medalhista de bronze dos Jogos Paralímpicos de Paris, consegui pegar algumas coisas que deram certo que vou poder levar adiante”, afirmou Raissa.
Manhã
Durante o período da manhã, nove brasileiros entraram em ação no florete: Kevin Damasceno, Lenílson de Oliveira, Alex Sandro Souza e Lucas Julião na classe A e Vanderson Chaves, Renato Santana, Rafael Tassone, Jovane Guissone e Luis Gustavo da Silva na B.
Na classe A, Lenílson foi o melhor brasileiro, terminando em sétimo lugar na classificação geral. Na pule, ele teve quatro vitórias em seis confrontos, ficando com a quinta colocação. No quadro eliminatório, Lenílson Oliveira venceu o venezuelano Wilfre Pas por 15 a 9 na primeira rodada, mas parou nas quartas de final, após uma derrota para o japonês Kano Shintaro por 15 a 4.
Cabeça de chave número 4 do torneio, Kevin Damasceno entrou direto no quadro eliminatório. Mas perdeu por 15 a 10 para o colombiano Alexander Tapasco nas quartas de final. Alex Sandro de Souza teve três vitórias em seis jogos na pule e também parou nas oitavas de final, com derrota por 15 a 6 para o japonês Yasu Naoki. Lucas Julião teve duas vitórias na pule e perdeu nas oitavas para o argentino Carlos Freitas por 15 a 7.
Mônica Santos foi a única brasileira que competiu nesta quinta-feira na classe B, no sabre. Ela conseguiu três vitórias em oito jogos na pule, terminando a fase inicial da competição em sexto lugar. Nas quartas de final, Mônica Santos encarou a bielorrussa Anastasiya Kastsiuchkova. A europeia, que compete como Atleta Neutra, venceu o combate por 15 a 6, eliminando a brasileira.
As disputas continuam nesta sexta-feira, 21, com disputas de sabre masculino e espada feminino.
*Com informações da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE).
O atleta Jovane Guissone é integrante do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
