Os atletas de alto rendimento dedicam boa parte da vida aos treinos e a uma rotina cheia de esforço, desafios e muita disciplina. O calendário daqueles que testam seus limites constantemente é pautado por treinamentos e competições, mas, um dia, o corpo não alcança mais os resultados de outrora e é necessário repensar as projeções para o futuro e aposentar-se. Ou, para outros atletas, a decisão de concluir a carreira de alto rendimento vem por outras escolhas pessoais.
Mas, o que vem depois da aposentadoria?
Recentemente, o nadador Daniel Dias anunciou que sua aposentadoria começará após os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Surgiram questionamentos sobre como seria o futuro do atleta, e o multimedalhista revelou no dia do anúncio que se dedicará mais ao Instituto Daniel Dias e seguirá palestrando e atuando como membro do Conselho Nacional de Atletas e da Assembleia Geral do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Para atletas que decidem se aposentar e ir além da carreira no esporte, o Comitê Paralímpico Brasileiro dispõe do programa Atleta Cidadão. O foco da iniciativa é criar boas condições para o desenvolvimento do atleta não só no campo técnico esportivo, mas também no empoderamento de sua cidadania.
Neste programa, podem participar tanto atletas que estão planejando sua transição de carreira quanto ex-atletas. Pelo programa, os esportistas têm a oportunidade de estudar idiomas, fazer uma graduação e receber também orientações sobre a vida cotidiana. O intuito é que o atleta consiga expandir seu leque de oportunidades para além do alto rendimento, e esteja apto a preencher vagas no mercado formal e/ou desempenhar uma atividade que lhe dê segurança financeira no futuro.
Confira vídeo sobre o Programa Atleta Cidadão:
O programa Atleta Cidadão permite que o atleta tenha suas escolhas pessoais aliadas à capacitação, para que ele se sinta um indivíduo completo, que escolhe o momento de finalizar uma etapa da sua jornada e está preparado para dar início ao próximo ciclo de desafios. Antes mesmo da aposentadoria, o atleta paralímpico que planeja sua vida profissional tem a oportunidade de trabalhar a transição de carreira.
Nesta etapa, o objetivo é unir o trabalho de preparação mental, as potencialidades natas dos esportistas (como foco, resiliência, busca objetivos e metas), seus interesses pessoais e somar isso ao conhecimento técnico voltado a uma carreira profissional. Por meio de mentorias, os atletas podem conversar diretamente com especialistas que o ajudarão a definir os próximos passos de sua carreira e a trajetória pré e pós-aposentadoria.
Anderson Lopes, medalhista paralímpico no lançamento de disco, classe F37, é um dos participantes do Atleta Cidadão. Por meio do programa, Anderson concluiu o ensino superior em Processamentos Gerenciais, pela Universidade Estácio de Sá e pretende continuar os estudos. “Procurei essa área pois trabalho com administração há muitos anos na Andef e queria me especializar. Graças ao CPB, por meio do Programa Atleta Cidadão, eu consegui me formar, foi um sonho realizado”, conta o ex-atleta.
Para ele, o Atleta Cidadão alcança seu objetivo de ajudar os atletas paralímpicos a terem novas oportunidades após a aposentadoria: “O projeto Atleta-cidadão do CPB é um projeto que engrandece e fortalece aquilo que o atleta tem maior dificuldade: continuar os estudos, tirar boas notas e ter uma projeção para o futuro do seu trabalho. É um projeto muito bom, nota 10, que tem que continuar”, afirma Anderson, que trabalha como empreendedor social.
Mais informações sobre o Atleta Cidadão podem ser encontradas nesta página e os atletas interessados no programa podem se inscrever por meio do e-mail: atletacidadao@cpb.org.br.
